A análise sobre a encruza teórica do Reconhecimento e o Epistemicídio
Palavras-chave:
Apagamento, Reconhecimento, Epistemicídio, ColonialismoResumo
Quando pensamos sobre a estrutura social e racial do Brasil precisamos entender como funciona a manutenção dos pilares que sustentam o racismo e suas facetas. Acessar espaços responsáveis por promover o acesso e mobilidade por meio da educação, por exemplo, não é reconhecido facilmente para pessoas pretas; esse não reconhecimento se configura como estratégia de manutenção dos padrões previamente estabelecidos para o perfil de ocupação desses e outros espaços dentro da sociedade. O colonialismo costurou com linhas grossas a ideia de uma cognição limitante para corpos pretos. Nutrindo o pensar de apequenamento das ideias e produções intelectuais de povos subalternizados. Não acessar espaços educativos e nem localizar pessoas não brancas como agente de produção de conhecimento é promover o apagamento intelectual dessas pessoas; é mais uma forma de morte. Mais uma ferramenta atualizada de poder em uma conjuntura de opressão racial, que monopoliza, historicamente, produções intelectuais privilegiando culturalmente um grupo em detrimento de outro. Em vista disso, esse material teórico busca tratar de assuntos como epistemicídio e teoria do reconhecimento a partir de um cruzamento de ideias entre as duas teorias, buscando entender como a relação de reconhecimento ou ausência dele colaboram para a existência do epistemicídio. Para sustentar a discussão em questão utilizarei de análises feitas por Boaventura de Sousa, Sueli Carneiro, Frantz Fanon e ainda Axel Honneth,Nancy Fraser e Pierre Bourdieu.
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