A análise sobre a encruza teórica do Reconhecimento e o Epistemicídio

Autores

Palavras-chave:

Apagamento, Reconhecimento, Epistemicídio, Colonialismo

Resumo

Quando pensamos sobre a estrutura social e racial do Brasil precisamos entender como funciona a manutenção dos pilares que sustentam o racismo e suas facetas. Acessar espaços  responsáveis por promover o acesso e mobilidade por meio da educação, por exemplo, não é reconhecido facilmente para pessoas pretas; esse não reconhecimento se configura como estratégia de manutenção dos padrões previamente estabelecidos para o perfil de ocupação desses  e outros espaços dentro da sociedade. O colonialismo costurou com linhas grossas a ideia de uma cognição limitante para corpos pretos. Nutrindo o pensar de apequenamento das ideias e produções intelectuais de povos subalternizados.  Não acessar espaços educativos e nem localizar pessoas não brancas como agente de produção de conhecimento é promover o apagamento intelectual dessas pessoas; é mais uma forma de morte. Mais uma ferramenta atualizada de poder em uma conjuntura de opressão racial, que monopoliza, historicamente, produções intelectuais privilegiando culturalmente um grupo em detrimento de outro. Em vista disso, esse material teórico busca tratar de assuntos como epistemicídio e teoria do reconhecimento a partir  de um cruzamento de ideias entre as duas teorias, buscando entender como a relação de reconhecimento ou ausência dele colaboram para a existência do epistemicídio. Para sustentar a discussão em questão utilizarei de análises feitas por Boaventura de Sousa, Sueli Carneiro, Frantz Fanon e ainda Axel Honneth,Nancy Fraser e Pierre Bourdieu.

Biografia do Autor

  • Laís Moreira de Oliveira, UFRB

    Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Graduada em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Professora da Rede Estadual de Ensino de Cabaceiras do Paraguaçu - Bahia. E-mail: laimoreiraoliveira@gmail.com .

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Livros, 2019.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

FANON, Frantz. A experiência vivida do negro. In: Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008

FRASER, Nancy. Reconhecimento sem ética?. Lua Nova, São Paulo , n. 70, p. 101-138, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/JwvFBqdKJnvndHhSH6C5ngr/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 20 de dezembro de 2020.

HONNETH, Axel. Observações sobre a reificação. Civitas, Porto Alegre, v. 8, n. 1, jan.-abr. 2008, p. 68-79.

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.

MUNANGA, K. Teoria social e relações raciais no Brasil contemporâneo. Cadernos Penesb, Niterói, n. 12, p. 169-203, 2010.

NOGUEIRA, B. Izildinha. Significações do Corpo Negro. Tese de Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1998.

ORTIZ, Renato (org.). Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Editora Ática, 1983. NOGUEIRA, S. Intolerância Religiosa. São Paulo: Pólen Livros, 2020

RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do Feminismo Negro? / -1.Ed – São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.

ROSENFIELD, Cinara L.; SAAVEDRA, Giovani Agostini. Reconhecimento, teoria crítica e sociedade: sobre desenvolvimento da obra de Axel Honneth e os desafios da sua aplicação no Brasil. Sociologias, Porto Alegre , v. 15, n. 33, p. 14-54, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151745222013000200 002&lng=en&nrm=iso. Acesso em 20 de dezembro de 2020.

Downloads

Publicado

12/30/2024

Como Citar

A análise sobre a encruza teórica do Reconhecimento e o Epistemicídio. Pós - Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 34–46, 2024. Disponível em: https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/revistapos/article/view/54878. Acesso em: 22 fev. 2025.