Territorialidade e Reexistência indígena na Fronteira Amazônica:
o povo Rikbaktsa e a Terra Indígena Escondido, Mato Grosso, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n2.2016.17362Palavras-chave:
Gestão territorial, Territorialidade, Resiliência socioecológica, Pesquisa colaborativa, Povo indígena RikbaktsaResumo
Neste artigo são apresentados os resultados obtidos pelo projeto “Nós somos os outros: Identidade e Território Rikbaktsa”, no âmbito do Curso de Especialização “Gestão Colaborativa de Sistemas Socioecológicos na Amazônia Brasileira”, cujo objetivo foi realizar um exercício de avaliação da resiliência socioecológica do povo indígena Rikbaktsa, da Terra Indígena Escondido (Cotriguaçu, Mato Grosso). A metodologia utilizada consiste em uma adaptação da ferramenta elaborada pelo grupo “Resilience Alliance” e orientou o trabalho exploratório de pesquisa colaborativa sobre os temas: reconfiguração territorial pós-contato; formas de uso e ocupação da TI Escondido; e desenvolvimento de metodologias colaborativas junto a grupos indígenas. Foram identificados atributos importantes para resiliência do “Sistema Rikbaktsa” e fatores que ameaçam os processos de reterritorialização e resistência nos quais os Rikbaktsa estão historicamente engajados. São também apresentadas reflexões e recomendações acerca da aplicação dos conceitos e métodos relacionados à avaliação de resiliência e princípios de gestão colaborativa.
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