ATIVISMO JUDICIAL E JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE: IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID 19 NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO

ACTIVISMO JUDICIAL Y JUDICIALIZACIÓN DE LA SALUD Y ANTES Y DURANTE LA PANDEMIA DE COVID 19

Autores

Palavras-chave:

Judicialização da Saúde, Ativismo Judicial; Julgados do STF e Panorama da saúde pública no DF

Resumo

Introdução: No inicio do governo do Presidente Jair Messias Bolsonaro foi promulgada a Emenda a Constituição 95/2016, que congelou os gastos públicos por 20 anos, limitando assim, o já apertado orçamento destinado a saúde pública à 15% da receita corrente líquida, que é o somatório arrecadado pelo governo, deduzido das transferências obrigatórias previstas na Constituição. O presente artigo trata da atuação ativista do poder judiciário frente a concretização do direito fundamental a saúde, frente as limitações orçamentárias da saúde publica. Objetivo: analisar o fenômeno do ativismo judicial e a legitimidade, limites e possibilidades do poder judiciário na busca da concretização do direito à saúde. Metodologia: trata-se de uma revisão bibliográfica, de caráter qualitativo, de literaturas, doutrinas, legislações e jurisprudências afins, disponíveis nos bancos de dados da BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações); Plataforma Sucupira, SciELO (Scientific Electronic Library Online); CONPEDI; LexML Brasil; GlobaLex; Banco de Teses da CAPES e no portal do TJDFT. Resultados: No período do estudo constatou-se o registro de 528 acórdãos; 2.238 acórdãos de Turmas Recursais; 3 acórdãos de Incidentes de demandas repetitivas ”“IRDR; 44 Informativos jurisprudenciais e 129 jurisprudencia em tema do TJDFT, totalizando 2.949 processos tratando da matéria de saúde. Conclusão: Frente a inércia do poder executivo e legislativo, o poder judiciário, provocado pelos clamores populares vem atuando de forma ativista e proativa na concretização de direitos fundamentais, criando um movimento de cidadania judicial, postura esta amparada por sua função prescipua zelar pelo efetivo cumprimento dos enunciados constitucionais, porém com excessos, estrapolando a competência que lhe foi conferida pelo Poder Constituinte.

Biografia do Autor

  • Elenild de Góes Costa, Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

    Mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (2002) e Doutorado pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (2017)

     

  • Soraya Oliveira dos Santos , Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, Brasil.

    Possui doutorado em Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto (2013); mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2001); graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1983).

     

     

  • Sandra Maria de Medeiros, Centro Universitário do Distrito Federal, UDF, Brasil.

    Prof. Me. em Direito Constitucional do Centro Universitário do Distrito Federal–UDF.

  • Josilene Botelho Moura, Centro Universitário de Brasilia, UDF, Brasil.

    Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Brasilia, UDF.

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Revista Direito.UnB |Janeiro – Abril, 2021, V. 05, N.1

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Publicado

2021-04-30

Como Citar

ATIVISMO JUDICIAL E JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE: IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID 19 NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO : ACTIVISMO JUDICIAL Y JUDICIALIZACIÓN DE LA SALUD Y ANTES Y DURANTE LA PANDEMIA DE COVID 19. Direito.UnB - Revista de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 93–122, 2021. Disponível em: https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/32174. Acesso em: 18 jan. 2025.

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