Um breve histórico da escrita Mundurukú
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbla.v12i1.34083Palabras clave:
Ortografia; Mundurukú; HistóriaResumen
Este estudo descreve três momentos que marcaram a formação e a evolução da ortografia da língua Mundurukú (Tupí). O percurso histórico mostra que, até recentemente, a função principal da escrita na comunidade eram os ensinamentos religiosos. Um dos primeiros textos escritos na língua foi um catecismo, produzido no início do século XX, de autoria de Frei Hugo Mense, missionário franciscano. A constituição de um alfabeto unicamente Mundurukú ocorreu somente na década de 1960, proposto por missionárias do SIL. É nesse momento que a escrita começa a se tornar uma ferramenta de ensino-aprendizagem da língua materna, porém ainda de forma secundária. Pouco tempo depois o alfabeto passou por uma revisão e alguns grafemas foram alterados, buscando-se alcançar uma semelhança maior com os grafemas da Língua Portuguesa. A análise das correspondências grafofonêmicas mostra que a função atribuída à escrita foi determinante para a escolha de quais características do Mundurukú falado deveriam ou não ser representados graficamente, e como essas escolhas impactaram o ensino da língua na educação local.
Referencias
BARROS, Maria Cândida Drumond Mendes. 2004. A missão Summer Institute of Linguistics e o indigenismo latino-americano: história de uma aliança (décadas de 1930 a 1970). Revista de Antropologia, vol. 47, n.1. São Paulo, 45-85.
BRAUN, Ilse; CROFTS, Marjorie. 1965. Mundurukú phonology. Anthropological Linguistics, v. 7, n. 7, 23-39.
CABÁ, Amâncio; SAU, Catarina. 1970. Aypapayũ’ũm’ũm ekawéƒn: histórias dos antigos Mundurukú ”“ português. Contado por Amâncio Cabá e Catarina Sau; tradução Apolônia dos Santos; redator Martinho Burum. Brasília: Summer Institute of Linguistics.
COLLEVATTI, Jayne Hunger. 2009. A invenção (franciscana) da cultura Munduruku: sobre a produção escrita dos missionários da Província de Santo Antônio. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2009, vol. 52, n. 2, 633-676.
CROFTS, 1985. Aspectos da Língua Munduruku. Brasília: Summer Institute of Linguistics.
CROFTS, Marjorie. 1967. Notas sôbre dois dialetos do Mundurukú. Atas do Simpósio sobre a Biota Amazônica, vol. 2 (Antropologia), 85-91.
CROFTS, Marjorie. 1973. Gramática Mundurukú. Brasília: Summer Institute of Linguistics.
CROFTS, Marjorie. 1976. Must tone always be written in a tonal language? The Bible Translator, vol. 27, 127-34.
GÓES NETO, Antônio Fernandes. 2015. O Novo Testamento em nyengatu (1973): um capítulo na história das traduções bíblicas para línguas indígenas. 217 p. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução), Universidade de São Paulo.
KATZ, L.; FROST, R. 1992. The reading process is different for different orthographies: the orthographic depth hypothesis. In R. Frost & L. Katz (eds.), Orthography, Phonology, Morphology, and Meaning. Amsterdam: Elsevier North Holland Press, 67-84.
KEMPF, Valter. 1944. A contribuição franciscana para o conhecimento da tribo dos Mundurucus. Vozes de Petrópolis, Rio de Janeiro, vol. 2.
MENSE, Frei Hugo (O. F. M.) 1924. Cabi-ä. Pequeno catecismo no idioma mundurucú. Bahia 1924. 56 p. in-8.0 Hugo Mense OFM, Bahia (S. Francisco).
MENSE, Frei Hugo (O. F. M.) 1947. Língua mundurucú: Vocabulários especiais: Vocabulários apalaí, uiabói e maué. Comentários de R. F. Mansur Guérios, Válter Kempf e Aryon Dall'Igna Rodrigues. Arquivos do Museu Paranaense, v. VI, Curitiba: Museu Paranaense, 107-148.
MONSERRAT, Ruth Maria Fonini. 1996. Vocabulário Mundurukú-Português. SEC/PARÁ (Manuscrito).
MONSERRAT, Ruth Maria Fonini. 2000. Dicionário Myky-Português e Vocabulário Munduruku-Português, v. 1, Caxias do Sul: EDUCS.
PICANÇO, Gessiane. 2005. Mundurukú: Phonetics, Phonology, Synchrony, Diachrony. Tese (Doutorado em Linguística). University of British Columbia, Canadá.
PICANÇO, Gessiane. 2012a. Language planning for “Mundurukú do Amazonas”. Revista Brasileira de Linguística Aplicada. Belo Horizonte, v. 12, n. 2, 405-423.
PICANÇO, Gessiane. 2012b. Introdução ao Mundurukú: fonética, fonologia e ortografia. Cadernos de Etnolingüística, Série Monografias, 3.
RICHTER, Thomas; DRUMMEN, Michael. 2020. In 80 Büchern um die Welt: Katalog zur Ausstellung kirchenhistorischer Bestände in der Missionsbibliothek und katholischen Dokumentationsstelle mikado in Aachen. Aachen 2020, S., p. 244-247.
SIL (Summer Institute of Linguistics). 1967. O Evangelho segundo São Marcos na língua mundurukú. Edição experimental, Rio de Janeiro.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Revista Brasileira de Linguística Antropológica

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en RBLA aceptan los siguientes términos:
a) Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, y el trabajo se licencia simultáneamente bajo la Creative Commons Attribution License, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y la publicación inicial en esta revista. .
b) Se autoriza a los autores a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en un repositorio institucional o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en este diario.
c) Se permite y se anima a los autores a publicar su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como incrementar el impacto y la citación de el trabajo publicado.