BRASÍLIA: DO MITO AO PLANO, DA CIDADE SONHADA À CIDADE ADMINISTRATIVA

Autores/as

  • Marília Luíza Peluso UnB - Universidade de Brasília - Departamento de Geografia Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70910-900, Brasília, DF, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.26512/2236-56562003e39715

Palabras clave:

Arquitetura modernista, mercado imobiliário, processo eleitoral, áreas públicas, representações sociais

Resumen

A construção da Capital da República funda-se num passado gestado em três momentos históricos que se articulam para produzir as formas modernas de Brasília: o primeiro corresponde à emergência da arquitetura modernista; o segundo, ancora-se no uso mítico dessa arquitetura para representar o progresso do país e o terceiro, no confronto entre a modernização e a realidade nacional. As práticas sociais decorrentes dos três momentos materializaram a estrutura urbana, na qual a preservação do espaçomodelo do Plano Piloto implicou na polinucleação urbana para fazer frente ao crescimento demográfico, às demandas habitacionais e ao mercado imobiliário. O processo eleitoral incorporou a prática dos agentes sociais, o que dificultou a preservação do território. Como resultado, no que seria o quarto momento, que mescla o antigo e o novo e aponta para o futuro, as áreas públicas vão sendo loteadas e invadidas, colocando em risco o patrimônio cultural do centro urbano, o Plano Piloto, e o patrimônio ambiental do conjunto do Distrito Federal. Nesse momento, a cidade mítica da fundação entra em contradição com a cidade administrativa da vida real e compatibilizá-las implica em soluções apropriadas e originais de planejamento.

Referencias

AUBERTIN, C. & PELUSO, M. L. (1990). Du symbole au lot semi-urbanisé. les politiques de l’habitat dans le dsitrict féderal. CAH.SCI HUM., 26 (4): 731-847

AZEVEDO, S. & ANDRADE, L. A. G. (1982). Habitação e poder. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

BRESCIANI, M. S. (1994). A cidade das multidões, a cidade aterrorizada. IN: PECHAMN, R.M. (ORG.) Olhares sobre a cidade. Rio de Janeiro: Editora URFJ, p. 9 – 43.

CALVINO, I. (1994). As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras.

CARDOSO, M. L. (1983). Ideologia do desenvolvimento Brasil: JK-JQ. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

CHAUÍ, M. (2000). O mito fundador do Brasil. Folha de São Paulo: Caderno Mais, 26 de março, P. 4-11.

CHOAY, F. (1985). A regra e o modelo. São Paulo: Perspectiva.

CIDADE, L. C. F. (1996). Brasília, crescimento e metropolização: a crise do urbanismo ou crise da modernidade? IN: MACHADO, D. B. P. (ORG). IN: Anais do IV seminário de história da cidade e do urbanismo. Rio de janeiro; UFRJ/PROURB, V.2, p.1133-1141.

COLELA, P. M. M. (1991). O que não mudou na habitação popular: dos cortiços à comercialização de moradias em Brasília. Brasília: Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano) - Instituto de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de Brasília.

COSTA, L. (1965). Relatório de Lúcio costa sobre o plano piloto de Brasília. In: leituras de planejamento e urbanismo. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Administração Municipal.

EPSTEIN, D. G. (1973). Plan and reality a study of planned and spontaneous cities. University of California Press.

GONZALES, S. F. N. (1985). As formas concretas da segregação residencial em Brasília. In: PAVIANI, A. (Org.). Brasília, ideologia e realidade. O espaço urbano em questão. Brasília: Projeto, p. 81-99.

HOLSTON, J. (1993). A cidade modernista uma crítica de Brasília e sua utopia. São Paulo: Companhia das Letras.

LEFEBVRE, H. (1991). O Direito À Cidade. São Paulo: Editora Moraes.

MALAGUTTI, C. J. (1998). Loteamentos clandestinos no Distrito Federal: caminhos alternativos para sua aceitação. In: PAVIANI, A (Org.). Brasília – gestão urbana: conflitos e cidadania. Brasília: Editora UnB, p. 55-84.

MORAES, A. C. R. (1997). Meio ambiente e ciências humanas. São Paulo: Hucitec.

MOSCOVICI, S. (1978). A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editores.

MUNFORD, L. (1965). A cidade na história. Belo Horizonte: Livraria Itatiaia.

PELUSO, M. L. (1983). O mercado imobiliário urbano na periferia do distrito federal: um estudo de caso - a cidade ocidental. Dissertação para o mestrado, curso de pósgraduação em planejamento urbano, DAU, UNB, BRASÍLIA.

PELUSO, M. L. (1998). O morar na constituição subjetiva do espaço urbano. as representações sociais da moradia na cidade-satélite de Samambaia/DF. Tese (Programa de Psicologia Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

PELUSO, M. L. (2003A). Reflexões sobre ambiente urbano e representações sociais. IN PAVIANI, A.; GOUVÊA, C.A. (ORGS). Brasília: controvérsias ambientais. Brasília: Editora UnB, 181-196p .

PELUSO, M. L. (2003B). O potencial das representações sociais para a compreensão interdisciplinar da realidade. Estudos de psicologia (Natal), V.8, NO 2 , maio-agosto, 2003, P. 321-330.

PORTAS. N. (1996). Urbanismo e sociedade. IN: MACHADO, D. B. P.; VASCONCELLOS, E.M. (ORGS.). Cidade e imaginação. Rio de Janeiro: UFRJ/ FAU/PROPURB, p. 30-42.

RAGON, MICHEL (1986). Histoire de l’architecture et de l’urbanisme moderne. naissance de la cité moderne - 1900-1940. CASTERMAN, TOME 2.

REIGOTA, M. (1995). Meio ambiente e representação social. São Paulo: Cortez.

SILVA, E. (1971). História de Brasília. Brasília: Coordenada Editora. SOUSA, N. H. B.; MACHADO, M. S.; JACCOUD, L. B.(1996).IN PAVIANI, A. (ORG.). Brasília: moradia e exclusão. Brasília: Editora UNB, 53-80p.

VESENTINI, J. W. (1986). A capital da geopolítica. São Paulo: Editora Ática.

Publicado

2022-01-21

Número

Sección

Articulo

Cómo citar

BRASÍLIA: DO MITO AO PLANO, DA CIDADE SONHADA À CIDADE ADMINISTRATIVA. (2022). Revista Espacio Y Geografía, 6(2), 1-29. https://doi.org/10.26512/2236-56562003e39715