BRASÍLIA: DO MITO AO PLANO, DA CIDADE SONHADA À CIDADE ADMINISTRATIVA
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562003e39715Palavras-chave:
Arquitetura modernista, mercado imobiliário, processo eleitoral, áreas públicas, representações sociaisResumo
A construção da Capital da República funda-se num passado gestado em três momentos históricos que se articulam para produzir as formas modernas de Brasília: o primeiro corresponde à emergência da arquitetura modernista; o segundo, ancora-se no uso mítico dessa arquitetura para representar o progresso do país e o terceiro, no confronto entre a modernização e a realidade nacional. As práticas sociais decorrentes dos três momentos materializaram a estrutura urbana, na qual a preservação do espaçomodelo do Plano Piloto implicou na polinucleação urbana para fazer frente ao crescimento demográfico, às demandas habitacionais e ao mercado imobiliário. O processo eleitoral incorporou a prática dos agentes sociais, o que dificultou a preservação do território. Como resultado, no que seria o quarto momento, que mescla o antigo e o novo e aponta para o futuro, as áreas públicas vão sendo loteadas e invadidas, colocando em risco o patrimônio cultural do centro urbano, o Plano Piloto, e o patrimônio ambiental do conjunto do Distrito Federal. Nesse momento, a cidade mítica da fundação entra em contradição com a cidade administrativa da vida real e compatibilizá-las implica em soluções apropriadas e originais de planejamento.
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