Histórias de Mulheres Catadoras: rompendo silêncios, edificando resistências, construindo novas escritas históricas
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i24.14828Palavras-chave:
Mulheres na Reciclagem. Relações de Gêneros e de Poder. Resistências.Resumo
Nos últimos anos, importantes produções teóricas têm sido realizadas no campo das ciências humanas, de forma a voltar olhares à s práticas corporais e à s corporalidades, uma vez que ele, o corpo, tem assumido novos significados como forte agenciador dos processos de subjetivação feminina. Entretanto, é preciso advertir que nem sempre foi assim. Pouco enxergadas na História, as mulheres estiveram relegadas aos papéis binários de mãe, esposa e vida privada, sendo pouco percebidas em suas particularidades. Sendo assim, esta pesquisa objetiva demonstrar como a História tratou os corpos ”“ biológico e social ”“ e os gêneros, de maneira a enfatizar os traços que se sobressaíram em determinados períodos históricos, produzindo o refazer de metodologias de análises que abrem caminhos para estudar a história das mulheres, em especial daquelas pertencentes à Associação de Reciclagem de Presidente Epitácio ”“ ARPE. Localizada no interior do Estado de São Paulo, a Associação conta com um número considerável de mulheres associadas e em cargos de liderança. Para tanto, será utilizada a metodologia em história oral em paralelo à s contribuições teóricas elencadas pela história cultural e os estudos das relações de gêneros. Percebe-se que este espaço de atuação profissional tem possibilitado à s mulheres catadoras novas formas de experiência histórica e social, a partir do momento em que elas buscam subverter a um dado padrão historicamente construído sobre a feminilidade. É, pois, no âmbito do trabalho com os recicláveis que as mulheres catadoras, apesar das adversidades vivenciadas cotidianamente, se percebem enquanto portadoras de histórias a serem publicizadas pelos registros historiográficos.
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