O dilema do Neoextrativismo na Bolívia:Tensões entre o Buen vivir e o modelo primário-exportador
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v15n3.2024.55651Palavras-chave:
Dependência primário-exportadora;, Evo Morales, Neoextrativismo, Recursos Naturais, Suma Qamaña/Buen VivirResumo
O artigo analisa as relações entre o suma qamaña (Buen vivir) e a política neoextrativista na Bolívia, que contribuiu com a eleição e reeleição de Evo Morales. Identifica semelhanças com o extrativismo clássico e limitações em diversificar a indústria e superar o modelo primário-exportador. A partir de uma revisão integrativa baseada em dados do governo boliviano, da estatal YPFB e literatura interdisciplinar, investiga os impactos sociais e territoriais do Neoextrativismo em um país que garantiu constitucionalmente a defesa da Pachamama (Mãe-Terra). A nacionalização se tornou uma das principais políticas públicas de Evo Morales, elevando indicadores sociais e econômicos, ao mesmo tempo que aprofundou a subordinação ao mercado internacional e os impactos socioambientais, promovendo intensos conflitos étnicos e territoriais.
Referências
ACOSTA, A. Extractivismo y neoextractivismo: dos caras de la misma maldición. In: LANG, Miriam; MOKRANI, Nadia (orgs). Más allá del desarrollo. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2011.
BAMBIRRA, V. O capitalismo dependente latino-americano. Florianópolis: Editora Insular, 2ª ed., 2013.
BEBBINGTON, A. The New Extraction: Rewriting the Political Ecology of the Andes? NACLA Report on the Americas, v. 42, n. 5, p. 12-20, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1080/10714839.2009.11722221. Acesso em: 26 dez. 2023.
BRINGEL, B., & ECHART MUÑOZ, E. (2020). Pensamiento crítico latinoamericano sobre desarrollo. In: MEDINA, T.; VILLARREAL, M. (Eds). Pensamiento Crítico Latinoamericano sobre Desarrollo. Madrid: Instituto Universitario de Desarrollo y Cooperación, 2020, p. 55–73.
BOLÍVIA. Decreto Supremo nº 28701, de 1 de maio de 2006. Nacionalización de hidrocarburos "Héroes del Chaco". 2006a. Disponível em: https://www.lexivox.org/norms/BO-DS-28701.html#norm.
BOLIVIA. Estado Plurinacional De Bolivia. Plan Nacional de Desarrollo: Bolivia digna, soberana, productiva y democrática para Vivir Bien. 2006b. Disponível em: <http://www.ademaf.gob.bo/normas/ds29272.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2023.
CACCIAMALI, M. C.; BOBIK, M.; CELLI JR, U.. In search of a new integration of Latin America in the global economy. Estudos Avançados, v. 26, n. 75, p. 91–110, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-40142012000200007>. Acesso em 26 dez. 2023.
CEPPI, N. La energía en la agenda pública: cambios em Bolivia con "proyección" en el contexto contiguo. JANUS.NET, e-journal of International Relations, v. 6, n. 1, p. 108–124, 2015. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11336/51372>. Acesso em 26 dez. 2023.
CEPPI, N. Los hidrocarburos en el Gobierno de Evo Morales: extractivismo nacionalista con presencia extranjera. Civilizar, v. 16, n. 30, 175–190, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.22518/16578953.542. Acesso em: 26 dez. 2023.
COUTINHO, M. Movimentos de mudança política na América do Sul Contemporânea. Revista de Sociologia Política, v. 27, p. 107-123, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-44782006000200008. Acesso em: 26 dez. 2023.
DA SILVA, F. P. Comunalismo nas refundações andinas do século XXI: o Sumak kawsay / suma qamana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 34, n. 101, p. 1-19 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/3410117/2019. Acesso em: 26 dez. 2023.
DÁVALOS, N. B.; RODRIGUES-FILHO, S.; LITRE, G.. Multidimensional impacts of a hydropower reservoir on indigenous communities: displacement, division and pilgrimage among the Tuxá people of the Bahia state, Brazil. Sustainability in Debate, v. 12, n. 1, p. 220–235, 2021. Disponível em: 10.18472/SustDeb.v12n1.2021.36587. Acesso em: 26 dez. 2023
DOMINGUES, J. M. et al. A Bolívia no espelho do futuro. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2009.
DOS SANTOS, F. L. B. Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016). São Paulo: Elefante, 2018.
FUSER, I. Nossa América Nuestra: Bolívia. Fundação Perseu Ábramo, 2016.
GONZÁLEZ, A. B. P. Quem paga o preço? Controvérsias socioecológicas associadas à transição energética na América do Sul. Sustainability in Debate, v. 13, n. 3, p. 72–120, 2022. DOI: 10.18472/SustDeb.v13n3.2022.44799. Acesso em: 26 dez. 2023.
GONZÁLEZ, A. B. P.; VIGLIO, J. E.; FERREIRA, L. da C. Comunidades energéticas na transição para a sustentabilidade: o caso da América do Sul. Sustainability in Debate, v. 13, n. 2, p. 156–174, 2022. Disponível em: 10.18472/SustDeb.v13n2.2022.41266. Acesso em: 26 dez. 2023.
GRISUL. PACHA: DEFENDENDO A TERRA. Extrativismo, conflitos e alternativas na América Latina e no Caribe. – 2018. Disponível em: http://www.grisulunirio.com/pacha/. Acesso em: 26 dez. 2023
GUDYNAS, E. Diez tesis urgentes sobre el nuevo extractivismo. Contextos y demandas bajo el progresismo sudamericano actual. Extractivismo, Política y Sociedad, 187–225, 2009. Disponível em: <https://biblioteca.hegoa.ehu.eus/registros/17745>. Acesso em 26 dez. 2023.
LINERA, Á. G. Una Vez Más Sobre el Llamado Extractivismo. Nodal: Noticias de America Latina y el Caribe, 2017. Disponível em: https://www.nodal.am/2017/09/una-vez-mas-llamado-extractivismo-alvaro-garcia-linera/. Acesso em 26 dez. 2023.
LOWY, Michel. O que é Ecossocialismo? 2.ed – São Paulo: Cortez, 2014.
MARINI, Ruy Mauro. América Latina, Dependencia y Globalización. Mexico, D.F: Siglo XXI Editores; Buenos Aires: CLACSO, 2015.
NUNES, T. G. A. O extrativismo progressista na América do Sul: uma análise a partir da experiência boliviana. Revista Cadernos de Campo, p. 63–84, 2018. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/cadernos/article/view/11312>. Acesso em 26 dez. 2023.
QUIJANO, A. El fantasma del desarrollo en América Latina. Revista Venezolana de Economía y Ciencias Sociales, v. 6, n. 2, p. 73–90, 2000. Disponível em: < https://www.revistadelcesla.com/index.php/revistadelcesla/article/view/369/>. Acesso em 26 dez. 2023.
SANTOS, F. L. B dos. Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016). São Paulo: Elefante, 2018.
SCHAVELZON, S. Plurinacionalidad y Vivir Bien/Buen Vivir: dos conceptos leídos desde Bolivia y Ecuador post-constituyentes. Ediciones Abya-Yala, 2015.
SVAMPA, M. “Consenso de los commodities, giro ecoterritorial y pensamiento crítico en América Latina” In: Movimientos Socioambientales em América Latina. OSAL (Buenos Aires: CLACSO) Año XIII, N° 32, 2012.
ULLOA, A. Dinámicas ambientales y extractivas en el siglo XXI: ?es la época del Antropoceno o del Capitaloceno en Latinoamérica? Desacatos, p. 58–73, 2017. Disponível em: <https://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1607-050X2017000200058>. Acesso em 26 dez. 2023.
VALVERDE, A. L. L.; MERCEDES, S. S. P. A Teoria da Dependência e suas aplicações na América Latina neoliberal. In: Anais do II Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina, 2016. Disponível em: https://proceedings.science/simposioiberoamericano/article/view/1530/1148. Acesso em: 28 jun. 2023.
Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos-[YPFB]. (2013). Audiencia Pública. Rendición de Cuentas. Recuperado de http://www2.hidrocarburos.gob.bo/index.php/ transparencia/audiencia-p%C3%BAblica/category/33-audiencia-publica-agosto-2013. html?download=205:yacimientos-petroliferos-fiscales-bolivianos-ypfb-agosto-2013
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Sustainability in Debate

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.