A rede social indígena Tuxá, interação e troca de informação para a promoção de medidas adaptativas ante as mudanças climáticas
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v13n3.2022.46065Palavras-chave:
Analise de redes sociais, Povos indígenas, Adaptação, Vulnerabilidade, Medidas adaptativasResumo
Estudos mostram a Análise de Redes Sociais (ARS) como uma exitosa metodologia dentro das ciências ambientais. No presente estudo esta metodologia foi implementada na comunidade indígena Tuxás de Bahia-Brasil, com o intuito de compreender a configuração de interação e fluxo de informação do povo e sua relação multinível para enfrentar a problemática ambiental da seca. Identificamos mediante a realização de redes por escalas, atores e seus papéis dentro da comunidade, caracterizando a centralidade dos atores e as suas relações internas e externas para projetar a criação de ações estratégicas adaptativas que fortaleçam os vínculos entre eles e as iniciativas locais e regionais. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas estruturadas a informantes chaves usando a metodologia bola de neve. A ARS permitiu identificar elos, gargalos e potenciais instituições para diminuir a vulnerabilidade da população tradicional, assim como identificar caminhos adequados para promover adaptação e dar solução a problemáticas ambientais.
Referências
ALARY, V. et al. Social Network and Vulnerability: a clear link in bedouin society (Egypt) Hum. Ecol., v. 44. Springer Science+Business. 2016.
ANDRÉ, K. et al. Information and Knowledge-Sharing Networks for Decision-Making: insights for climate change communication and adaptation. Environmental Management, v. 59, p. 885–897. 2017. DOI: 10.1007/s00267- 017-0844-1.
BARBIERI, A. F. Mobilidade Populacional, Meio Ambiente e Uso da Terra em Áreas de Fronteira: uma abordagem multiescalar. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 24, n. 2, p. 225–46. 2007. DOI: https://doi. org/10.1590/s0102-30982007000200004.
BERKHAM, L. F.; GLASS, T. Social integration, social networks, social support and health. In: BERKHAM, L. F.; KAWACHI, I. (Org.). Social Epidemiology. New York: Oxford University Press. cap. 7. 2000.
BERNAL, N. Vulnerabilidade socioambiental e os impactos do reassentamento e dos eventos climáticos extremos sobre o povo indígena Tuxá de Rodelas-Bahia. 2021b. 258 f., il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) – Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
BERNAL, N.; RODRIGUES FILHO, S. Impactos e percepções sociais das mudanças climáticas na comunidade indígena Tentami da Bolívia. Revista Vínculos, v. 17, p. 1-38, 2020. DOI: 10.14483/2322939x.15599.
BERNAL, N.; RODRIGUES FILHO, S.; GABRIELA, L. The impacts of the construction of hydroelectrics on indigenous communities. Displacement, division and pilgrimage among The Tuxá peoples of Bahia state, Brazil. Sustentabilidade em Debate, v. 12, p. 220-235, 2021a. DOI: 10.18472/sustdeb. v12n1.2021.36587]
BICKEL, W. M. A new approach to semantic sustainability assessment: text mining via network analysis revealing transition patterns in German municipal climate action plans. Bickel Energy, Sustainability and Society, v. 7, p. 22, 2017. DOI: 10.1186/s13705-017-0125-0.
BODIN, O.; CRONA, B. Global Environmental Change, p. 366–367. Elsevier. Ltd. All rights reserved. 2009. BODIN, O.; CRONA, B. I.; ERNSTSON, H. Social Networks in Natural Resource Management: what is there to learn
from a structural perspective? Ecology and Society, v. 11, n. 2, 2006.
BURGOS, A. Tecendo a Sustentabilidade: redes sociais e gestão participativa no turismo de base comunitária. Dissertação de Mestrado. Centro de Desenvolvimento Sustentável. Universidade de Brasília, Brasília, p. 1–181, 2014.
BURGOS, A.; MERTENS, F. Participatory Management of Community-Based Tourism: a network perspective. Community Development, v. 48, n. 4, p. 546–65, 2017. DOI: https://doi.org/10.1080/15575330.2017.1344996.
CASH, D. W. et al. Scale and cross-scale dynamics: governance and information in a multilevel world. Ecology and Society, v. 11, n. 2, p. 8, 2006. [online] Available in: http://www.ecologyandsociety.org/vol11/iss2/art8/
CEDDIA, M. G. et al. Assessing adaptive capacity through governance networks: the elaboration of the flood risk management plan in Austria. Environmental Science and Policy, v. 77, p. 140–146, 2017.
CHAUDHURY, A. S. et al. Ties That Bind: local networks, communities and adaptive capacity in Rural Ghana. Journal of Rural Studies, v. 53, p. 214–228, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jrurstud.2017.05.010.
COELHO, N.; AGRIPINO, S. Componentes Definidores do Conceito de Território: a multiescalaridade, a multidimensionalidade e a relação espaço-poder. GEOgraphia, v. 15, n. 29, p. 23, 2013. DOI: https://doi. org/10.22409/geographia2013.v15i29.a13652.
CORLEW, L. et al. Using social network analysis to assess communications and develop networking tools among climate change professionals across the Pacific Islands region. Psychosocial Intervention, v. 24, p. 133–146, 2015.
COSTA, N. D. et al. Alfa São Francisco: variedade de cebola para cultivo de verão. In: XLV CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, Fortaleza, Associação Brasileira de Horticultura. 2005.
DONG, Y.; LI, Y. Evaluation of Hurricane Resilience of Residential Community Considering a Changing Climate, Social Disruption Cost, and Environmental Impact. American Society of Civil Engineers. 2017. DOI: 10.1061/ (ASCE) AE.1943-5568.0000256.
EAKIN, H.; LEMOS, M. C. Adaptation and the state: Latin America and the challenge of capacity-building under globalization. Global Environmental Change-Human and Policy Dimensions, v. 16, n. 1, p. 7–18, 2006.
ENGLE, N. L. Adaptive Capacity and Its Assessment. Global Environmental Change, v. 21, n. 2, p. 647–656. 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.gloenvcha.2011.01.019.
ERNSTSON, H.; SÖRLIN, S.; ELMQVIST, T. Social movements and ecosystem services – the role of social network structure in protecting and managing urban green areas in Stockholm. Ecology and Society, v. 13, n. 2, p. 39, 2008.
ERNSTSON, H. et al. Scale-crossing brokers and network governance of urban ecosystem services: the case of Stockholm. Ecology and Society, v. 15, n. 4, p. 28, 2010.
FARRELL, J. Network structure and influence of the climate change counter-movement. Nature Climate Change, v. 6. Macmillan Publishers Limited. 2012.
FONTES, B.; EICHNER, K. A formação do capital social em uma comunidade de baixa renda. In: FONTES, B. (Org.). Redes, práticas associativas e poder local. Curitiba: Appris, p. 119-153. 2011.
GOMIDE, M.; SCHÜTZ, G. Análise de Redes Sociais e Práticas Avaliativas: desafios à vista. Physis Revista de Saúde Coletiva, v. 25, n. 3, p. 819–842, 2015. DOI: https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/S0103- 73312015000300008.
GROSSETTI, M. Dynamiques des réseaux et des cercles. Encastrements et découplages. Revue d’économie Industrielle, v. 2, p. 327-355, 2003.
GROSSETTI, M. Sociologie de l’ imprevisible. Dynamiques de l’activitéet des formes sociales. Paris: PUF Collection, 2004. 225p. 2004.
GUALDANI, C.; GUILLÉN, M. L. Convivência com o Semiárido Brasileiro: reaplicando saberes através de tecnologias sociais. Edited by Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade – IABS. Brasília-DF. 2015.
INTERNATIONAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). Quinto informe de evaluación del Grupo de Trabajo II del IPCC Impactos. Adaptación y vulnerabilidad del cambio climático. Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. 2014.
ISLAM, R.; GREG, W. International Journal of Disaster Risk Reduction Social Networks and Challenges in Government Disaster Policies: a case study from Bangladesh. International Journal of Disaster Risk Reduction, v. 22, p. 325–34, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijdrr.2017.02.011.
ISLAMA, R.; WALKERDENB, G. Social networks and challenges in government disaster policies: a case study from Bangladesh. Contents lists available at Science Direct International Journal of Disaster Risk Reduction. International Journal of Disaster Risk Reduction, v. 22, p. 325–334, 2019.
JAJA, J.; DAWSON, J.; GAUDET, J. Using Social Network Analysis to examine the role that institutional integration plays in community-based adaptive capacity to climate change in Caribbean small island communities. Journal Local Environment: The International Journal of Justice and Sustainability, v. 22, 2017, Issue 4. 2016.
JONES, N.; CLARK, J. R. A. Social capital and the public acceptability of climate change adaptation policies: a case study in Romney Marsh, UK. Climatic Change. Springer Science+Business Media Dordrecht. 2014. v. 123, p. 133–145. DOI: 10.1007/s10584-013-1049-0.
LEMOS, G. et al. Adaptação Climática: fronteiras do conhecimento para pensar o contexto brasileiro, v. 30, n. 88, p. 25–41. 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142016.30880004.
LIMA, A. et al. Construção de viveiros: piscicultura familiar. Folders. Embrapa Pesca e Aquicultura. Available in: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/946441/construcao-de-viveiros-piscicultura-familiar
LINDOSO, D. Vulnerabilidade e adaptação da vida às secas: desafios à sustentabilidade rural familiar nos semiáridos nordestinos. Teses de dissertação. UNB. 2013.
LOPES, P. R. C.; BRITO, L. T. L. Exploração Agrícola em barragem subterrânea. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 33, p. 975-980, 1998.
MARTINS, L. et al. Contribution of biological nitrogen fixation to cowpea: a strategy for improving grain yield in the semiarid region of Brazil. Biology and Fertility of Soils, v. 38, p. 333-339, 2003.
MATTHEW, D. Turner. Climate vulnerability as a relational concept. Department of Geography, 160 Science Hall, 550 N. Park Street, University of Wisconsin, Madison, WI 53706, USA. 2015.
NOH, S. J.; CHUNG, E. S.; SEO, Y. Performance of a Rain Barrel Sharing Network under Climate Change. Water, v. 7, p. 3466-3485. 2015. DOI: 10.3390/w7073466.
PELLING, M.; HIGH, C. Understanding adaptation: what can social capital offer assessments of adaptive capacity? Global Environmental Change-Human and Policy Dimensions, v. 15, n. 4, p. 308–319. 2005.
RECKIEN, D.; WILDENBERG, M.; BACHHOFER, M. Subjective realities of climate change: how mental maps of impacts deliver socially sensible adaptation options. Springer. Sustain. Sci., v. 8, p. 159–172, 2013. DOI 10.1007/ s11625-012-0179-z.
RIBEIRO, E. M. B. A.; BASTOS, A. V. B. Redes sociais interorganizacionais na efetivação de projetos sociais. Psicol. Soc., v. 23, p. 282-292, 2011.
RODRIGUES FILHO, S.; BURSZTYN, M. O clima em transe. Vulnerabilidade e adaptação da agricultura familiar. 1. ed., 352p. il; 23 cm. Rio de Janeiro; Garamond, 2016.
SANTOS, J. Ocupação humana, caatinga, paleoambientes e mudanças ambientais nos setores nordestinos. João Pessoa: JRC Gráfica, 2008.
SCHRAMSKI, S.; BARNES, G. Agrarian Change and Adaptive Capacity in Rural South Africa. Review of Agrarian Studies, v. 6, n. 2, p. 1-41, July-Dece. 2016.
SMIT, B.; WANDEL, J. Adaptation, adaptive capacity and vulnerability. Global environmental change human and policy dimensions, v. 16, n. 3, p. 282. 2006.
TOMAEL, M. I.; MARTELETO, R. M. Redes sociais de dois modos: aspectos conceituais. Transinformação, v. 25, n. 3, p. 245-253. 2013.
VELÁZQUEZ, Á.; NORMAN, A. Manual Introductorio Al Análisis de Redes Sociales. Medidas de Centralidad. REDES – Revista Hispana Para El Análisis de Redes Sociales, v. 45. 2005. DOI: https://doi.org/10.13140/2.1.4053.7927.
WASSERMAN, S.; FAUST, K. Social network analysis in the social and behavioural sciences. In: Social network analysis: methods and applications. New York: Cambridge University Press. cap. 1, p. 3-27. 1994.
ZIERVOGEL, G.; PASQUINI, L.; HAIDEN, S. Nodes and networks in the governance of ecosystem-based adaptation: the case of the Bergrivier municipality, South Africa. Climatic Change, v. 144, p. 271–285. 2017. DOI: 10.1007/ s10584-017-2008-y.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Sustainability in Debate

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.