Entre dualidades e opressões: análises interseccionais da identidade negra e das estruturas de poder nas obras de Lélia Gonzalez, W.E.B. Du Bois, Saidiya Hartman e Mary Douglas
Palavras-chave:
Vênus, Gonzalez, Intersecionalidade, Identidade negraResumo
Este ensaio antropológico tem como objetivo discutir, dentro do campo da literatura antropológica, a interseccionalidade da identidade negra. Quem será Vênus? Será Anastácia? Será a doméstica? A “mulata”? A ama-de-leite? Serão representações visuais que se constroem coletivamente? Será o homem negro escravizado? Será a menina cativa torturada e assassinada, junto a sua amiga, em um navio negreiro rumo às Américas? De quem são essas almas? Com a leitura de Lélia Gonzalez (1983), W.E.B Du Bois (2021), Saidiya Hartman (2020) e de suas vivências, pode-se concluir que todas essas histórias, entre muitas outras que aparecem, constituem várias identidades que não são fixas, mas múltiplas, até mesmo o conceito de simbólico de Mary Douglas (1976) nos fornece outras intersecções que podem ser marcadores de corpos marginalizados histórica e politicamente.
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