“Partida do audaz navegante”: uma estória cosmopolítica?
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187314Palavras-chave:
Guimarães Rosa; Primeiras Estórias; Partida do audaz navegante; Mary Poppins; cosmopolítica.Resumo
Este ensaio propõe ler o conto “Partida do audaz navegante” tanto como uma transformação especular do conto “A terceira margem do rio” — ambos publicados em Primeiras Estórias (1962) por João Guimarães Rosa — quanto como uma variação cosmopolítica do best-seller infantojuvenil de Pamela Travers intitulado Mary Poppins (1934). A leitura comparativa e estrutural desses textos apontará questões sociopolíticas na abordagem literária de uma mãe solo (de “filhas órfãs de pai vivo”) a construir um regime familiar curiosamente “contra-estatal” (sensu Clastres, [1974] 2003). Que relações políticas Rosa estabeleceria, em “Partida do audaz navegante”, entre uma mãe solo e seu matriarcado não estatal?
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