Os convivas da morte no banquete das almas:
presença de eguns em um conto de João Antônio
DOI:
https://doi.org/10.1590/S2316-40182012000200004Resumen
A literatura escrita tem sido um espaço privilegiado para a representação e, consequentemente, para o registro e divulgação dos valores e costumes de variados grupos e segmentos sociais. No conto analisado neste ensaio ”“ “Eguns” ”“, o escritor paulistano João Antônio (1937-1996) traz um narrador que descreve com detalhes uma rara festa religiosa ocorrida na Bahia, destinada ao culto dos ancestrais. Contemplativo e respeitoso, limita-se a contar o que a tradição religiosa permite. O contato com a alteridade ganha foros de rito iniciático e a experiência ”“ em sentido forte ”“ é transferida ao leitor.Referencias
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