Tres formas de segregación urbana y racial en Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40185812

Palabras clave:

segregación urbana, segregación étnico-racial, literatura brasileña contemporánea, Conceição Evaristo

Resumen

El artículo analiza tres formas de segregación urbana presentes en la novela Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo: en las favelas, en los presidios y en las zonas de prostitución. Se argumenta que esta segregación no sólo tiene carácter social, sino también étnico-racial y moral. A través de las trayectorias de tres personajes que se trasladaron del campo a la ciudad grande ”“ Ponciá y Bilisa en busca de mejores condiciones de vida y Luandi en busca de su hermana ”“ se evidencian esas separaciones, en diálogo con el pensamiento de Célia Maria Azevedo (1987), Luiza Bairros (1995, 2000), Sueli Carneiro (2001), Vera Malaguti Batista (2004), Marilena Chauí (2008), entre otros/as. Así, se percibe la segregación social y urbana de grupos como las prostitutas, a ejemplo de Bilisa, que quedan restringidas al espacio de la zona de prostituición, o de la población negra encarcelada en la delegación de policía donde trabaja Luandi, y de las empleadas domésticas que, como Ponciá, descienden el morro o atravesan la ciudad hasta la casa de sus empleadoras. Se concluye que  Conceição Evaristo denuncia, en Ponciá Vicencio, la jerarquización de los espacios de las ciudades y la continuidad de la lógica racista del período colonial tras la abolición de la esclavitud, al tiempo que construye personajes fuertes y complejos que tensan esas fronteras.

Referencias

AZEVEDO, Celia M (1987). Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites do século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
BAIRROS, Luiza (1995). Nossos feminismos revisitados. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 458-463. Disponível em: https://bit.ly/2KRuftB. Acesso em: 12 jun 2017.
BAIRROS, Luiza (2000). Lembrando Lélia Gonzalez. Afro-Asia, Salvador, n. 23, p. 1-21. Disponível em: https://bit.ly/2NtsGln. Acesso em: 12 jun. 2017.
BATISTA, Vera (2004). O medo na cidade do Rio de Janeiro. Delito y sociedad: Revista de Ciencias Sociales, Santa Fé, v. 1, n. 20, p. 119-126. Disponível em: https://bit.ly/2NuHWyz. Acesso em: 12 jun. 2017.
CARNEIRO, Sueli (2001/2011). Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Geledés, São Paulo, 6 mar. On-line. Disponível em: https://bit.ly/2D8W8oP. Acesso em: 11 jul. 2018.
CARVALHO, Débora (2015). Te colocando no teu devido lugar: sobre as empregadas domésticas brancas do filme A que horas ela volta?. Drops ”“ Vitruvius, São Paulo, ano 16, n. 097.06, 16 out. On-line. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/ 16.097/5769. Acesso em: 13 nov. 2017.
CHAUÍ, Marilena (2008). Cultura e democracia. Crítica y emancipación, Buenos Aires, ano 1, n. 1, p. 53-76. Disponível em: https://bit.ly/2U8YYlF. Acesso em: 15 jan. 2017.
DE GIORGI, Alessandro (2011). Neoliberalismo e controle penal na Europa e nos Estados Unidos: a caminho de uma democracia punitiva? Tradução de Maria Lúcia Karam. Veredas do Direito, Belo Horizonte, v. 1, n. 3, p. 29-42. Disponível em: https://bit.ly/2TZIDAW. Acesso em: 11 jun. 2017.
DU BOIS, William E. B. (1903). Of our spiritual strivings. In: DU BOIS, William E. B. The souls of black folk. Disponível em: https://faculty.uml.edu/sgallagher/WEBDuBois-Souls_of_Black_Folk-1-14.pdf. Acesso em: 11 jun. 2017.
EVARISTO, Conceição (2003). Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza.
EVARISTO, Conceição (2006/2013). Becos da memória. Florianópolis: Mulheres.
EVARISTO, Conceição (2015). Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas: Biblioteca Nacional.
FANON, Frantz (1961/1968). Os condenados da terra. Tradução de José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
GONÇALVES, Alfredo (2001). Migrações internas: evoluções e desafios. Estudos avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p. 173-184. Disponível em: https://bit.ly/2Hm1Mbl. Acesso em: 17 fev. 2017.
GONZALES, Lélia (1983). Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: SILVA, Luiz Antônio Machado et al. Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília: ANPOCS. p. 223-244.
HOOKS, Bell (1991). Yearning: race, gender, and cultural politics. London: Turnaround.
LEITE, Gabriela (1992). Eu, mulher da vida. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos.
LUGARINHO, Mário (2017). Paradigmas confrontados: algumas masculinidades nas literaturas africanas de língua portuguesa. Metamorfoses, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 141-151. Disponível em: https:// revistas.ufrj.br/index.php/metamorfoses/article/view/10553/7849. Acesso em: 11 nov. 2017.
MASSEY, Doreen (2009). Space, place and gender. Minneapolis: University of Minnesota Press.
MOASSAB, Andréia; BERTH, Joice; HOSHINO, Thiago (2016). As marcas urbanas da violência colonial. Gazeta do Povo, Curitiba, 11 jul. 2016. On-line. Disponível em: https://bit.ly/33TggsJ. Acesso em: 11 jun. 2017.
NEDER, Gizlene. Cidade, identidade e exclusão social. Revista Tempo, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 106-134, 1997.
QUE HORAS ela volta? Roteiro e direção de Ana Muylaert (2015). Coordenação executiva de Sônia Hamburguer. Brasil: Gullane; Africa Filmes; Globo Filmes; Pandora Filmes distribuidora, 2015. 1 DVD (114 minutos), son., color.
RAMOS, Diana (2015). “Preta, pobre e puta”: a segregação urbana da prostituição em Campinas ”“ Jardim Itatinga. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional) ”“ Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SCHMIDT, Simone P. (2016). Sexo, raça e gênero na lógica colonial: o que contam as mulheres. In: ZINANI, Cecil; SANTOS, Salete (Org.). Trajetórias de literatura e gênero: territórios reinventados. Caxias do Sul: Educs.
SILVA, Denise Ferreira da (2006). À brasileira: racialidade e a escrita de um desejo destrutivo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n.1, p. 62-83.
STOLL, Daniela Schrickte (2017). Deslocamentos urbanos na literatura brasileira contemporânea de autoria feminina. Dissertação (Mestrado em Literatura) ”“ Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
WACQUANT, Loïc (2008). O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Revista Novos Estudos ”“ CEBRAP, São Paulo, n. 80, p. 9-19. Disponível em: https://bit.ly/1NW6G8g. Acesso em: 11 jun. 2017.

Publicado

2019-10-30

Cómo citar

Tres formas de segregación urbana y racial en Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo. (2019). Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, 58, 1-11. https://doi.org/10.1590/2316-40185812