Poesia visual e sintaxe da língua escrita

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Palavras-chave:

poesia; escrita; grafemática; sintaxe; visualidade

Resumo

Nos dias atuais, em que os procedimentos visuais de espacialização e figurativização em poesia deixaram de ser novidade e já se encontram disseminados em grande parte da produção contemporânea, surge a necessidade premente de se estabelecer metodologias de análise sólidas e uma linguagem metalinguística apropriada para sua abordagem. Quando esses procedimentos colocam em questão a leitura por meio dos modos de ocupação da página, é raro encontrar análises que não invoquem a afirmativa central: “o poema rompe com a linearidade do signo linguístico”. No entanto, ainda mais raro é encontrar aqueles que explicam como se dá essa ruptura. Este artigo investiga a estrutura dessas obras por meio do entendimento da “nova sintaxe”, ou “sintaxe espacial”. Nossa abordagem concentra-se na sintaxe da língua escrita, tratada como um sistema autônomo, e o uso poético que dela pode ser feito. Nesse contexto, introduzimos o conceito de “metataxe da língua escrita”, delineando operações retóricas que determinam a relação entre os elementos na página através da manipulação de categorias linguísticas e semióticas pertencentes à língua escrita, como direcionamento, alinhamento, uso de sinais de pontuação, variações de caixa alta e baixa, entre outros aspectos.

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Publicado

09/10/2025

Como Citar

Poesia visual e sintaxe da língua escrita. (2025). Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, 74. https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/estudos/article/view/60124