Práticas literárias pós-institucionais na contemporaneidade: a produção poética dos BRÔ MC’S
Palavras-chave:
Brô MC’s; campo expandido; literatura pós-autônomaResumo
Nosso objetivo neste artigo é fazer um estudo da produção poética dos Brô MC’s, um grupo de rap indígena Kaiowá e Guarani. Partimos das discussões teóricas que vêm pensando a expansão do campo literário como forma de argumentar em favor da necessidade cada vez mais constante de reimaginar os tempos e espaços de produção poética na contemporaneidade. Nossa hipótese principal diz respeito à força de deslocamento das subjetividades promovida pela prática multiforme dos raps indígenas, os quais apontam para um espaço pós-autônomo, ou pós-institucional, de circulação do fenômeno poético. Ao desafiar os limites de conceitos como os de autoria, gênero e subjetividade, aparentemente estabilizados na tradição teórica ocidental, a produção poética indígena convida-nos a um mergulho cada vez mais radical em outras linguagens, de modo que a frequentação às margens da linguagem exige um pensamento crítico que se estenda para além do campo autônomo da literatura.
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