Gingando na escrita da literatura negro-brasileira
Palavras-chave:
literatura; capoeira; performance ; literagingaResumo
Este artigo analisou o conto “Chão”, de Allan da Rosa (2016), explorando a linguagem como uma arena discursiva, refletindo sobre a complexidade do fazer literário do autor. A noção de literaginga age como instância de movimento, estética e escrita, pois dá vazão à mudança de perspectiva sobre a ideia aqui apresentada. No conto o autor constrói seu texto como um jogo de capoeira no qual a oralidade e a performance literária se entrelaçam. Como metodologia, o conto foi examinado utilizando as características da literaginga: configuração semântica em oralidade, movimentos oralizados, corporificados e estéticos, mandinga e cadência. Buscou-se apontar que o conto apresenta a oralidade usando coloquialismos e escolhas verbais que evocam a cadência do jogo de capoeira. A análise destaca a cadência do texto, evidenciada pelo ritmo verbal, cantigas de capoeira e construções contrastantes que dão vida à narrativa. O conto revela uma abordagem estética única, enraizada na cultura negro-brasileira e na experiência periférica. O objetivo central foi analisar um conto da obra selecionada, Reza de mãe (2016), para compor o corpus, apresentando o teor performático no tecer literário do autor, abeirando os saberes ancestrais com seus textos. Ademais, buscou-se ratificar a eficiência da categoria de análise desenvolvida, a literaginga. Para fomentar os estudos da performance aproximando-os da literatura, recorreu-se ao campo de estudos da performance.
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