Gingando na escrita da literatura negro-brasileira

Autores

Palavras-chave:

literatura; capoeira; performance ; literaginga

Resumo

Este artigo analisou o conto “Chão”, de Allan da Rosa (2016), explorando a linguagem como uma arena discursiva, refletindo sobre a complexidade do fazer literário do autor. A noção de literaginga age como instância de movimento, estética e escrita, pois dá vazão à mudança de perspectiva sobre a ideia aqui apresentada. No conto o autor constrói seu texto como um jogo de capoeira no qual a oralidade e a performance literária se entrelaçam. Como metodologia, o conto foi examinado utilizando as características da literaginga: configuração semântica em oralidade, movimentos oralizados, corporificados e estéticos, mandinga e cadência. Buscou-se apontar que o conto apresenta a oralidade usando coloquialismos e escolhas verbais que evocam a cadência do jogo de capoeira. A análise destaca a cadência do texto, evidenciada pelo ritmo verbal, cantigas de capoeira e construções contrastantes que dão vida à narrativa. O conto revela uma abordagem estética única, enraizada na cultura negro-brasileira e na experiência periférica. O objetivo central foi analisar um conto da obra selecionada, Reza de mãe (2016), para compor o corpus, apresentando o teor performático no tecer literário do autor, abeirando os saberes ancestrais com seus textos. Ademais, buscou-se ratificar a eficiência da categoria de análise desenvolvida, a literaginga. Para fomentar os estudos da performance aproximando-os da literatura, recorreu-se ao campo de estudos da performance.

Referências

A HISTÓRIA DA CAPOEIRA ANGOLA: MESTRE PASTINHA (2017). Produção: TVE. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FPzGrKHZ2xQ & t=86s. Acesso em: 15 mar. 2020.

» https://www.youtube.com/watch?v=FPzGrKHZ2xQ & t=86s

ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig (2019). Mestre Canjiquinha. In: Capoeira: A History of an Afro-Brazilian Martial Art. Routledge.

BOSI, Alfredo (1992). A dialética da colonização São Paulo: Companhia das Letras.

DUARTE, Eduardo de Assis (2020). Seleção, notas, ensaios Machado de Assis afrodescendente. 3. ed. Rio de Janeiro: Malê.

FARIA, Alexandre (2011). A parabélum e o passarinho: entrevista com Allan da Rosa Darandina. Disponível em: http://www.ufjf.br/darandina/files/2011/07/Entrevista-Allan-da-Rosa.pdf Acesso em: 30 maio 2024.

» http://www.ufjf.br/darandina/files/2011/07/Entrevista-Allan-da-Rosa.pdf

GUILBERT, Louis (1975). La créativité lexicale Paris: Larousse.

GUIMARÃES, Juca (2016). Escritor Allan da Rosa lança livro sobre personagens que “lutam para serem reconhecidos como gente”. Portal Geledés Disponível em: http://bit.ly/3qfLFzL Acesso em: 15 out. 2019.

» http://bit.ly/3qfLFzL

MARTINS, Leda Maria (2019). Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó.

OLIVEIRA, Katiane Martins de (2024). Do berimbau à caneta: a mandinga literária em Machado de Assis, Conceição Evaristo, Allan da Rosa e Cidinha da Silva. 142f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2024.

REIS, Letícia Vidor de Sousa (2023). A gramática corporal da capoeira: ou sim, sim, sim ou não, não, não. Portal Geledés Disponível em: https://www.geledes.org.br/a-gramatica-corporal-da-capoeira-ou-sim-sim-sim-ou-nao-nao-nao/ Acesso em: 15 mar. 2023.

» https://www.geledes.org.br/a-gramatica-corporal-da-capoeira-ou-sim-sim-sim-ou-nao-nao-nao/

ROSA, Allan Santos da (2016). Reza de mãe São Paulo: Nós.

SWIFT, M. (2019). The Father of Capoeira Angola: Mestre Pastinha. Black Then Disponível em: https://blackthen.com/the-father-of-capoeira-angola-mestre-pastinha/ Acesso em: 30 maio 2024.

» https://blackthen.com/the-father-of-capoeira-angola-mestre-pastinha/

ZUMTHOR, Paul (1993). A letra e a voz: A literatura medieval. São Paulo: Companhia de Letras.

ZUMTHOR, Paul (2018). Performance, recepção, leitura São Paulo: Cosac Naify.

Downloads

Publicado

11/06/2024

Como Citar

Gingando na escrita da literatura negro-brasileira. (2024). Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, 72. https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/estudos/article/view/56026