IMAGEM E TERRITÓRIO COMO PONTO DE PARTIDA PARA UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DIALÓGICO-PROBLEMATIZADORA
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562012e39951Palabras clave:
codificação, descodificação, conflitos socioambientais, território, fotografias, semióticaResumen
Este artigo discute o uso da imagem em uma abordagem dialógico problematizadora de ensino, com base em Paulo Freire, e como esta estratégia foi aplicada no desenvolvimento do material didático Probio-Educação Ambiental (Probio-EA). ProbioEA foi produzido durante 2005 e entregue em janeiro de 2006 ao Probio/MMA. Este material consiste de dois conjuntos de portifólios contendo 45 lâminas com fotos na frente e texto no verso, além de um livro de professor e um jogo de tabuleiro. Os dois conjuntos de portifólios atuam de forma pareada, o primeiro conjunto referindo-se aos conflitos socioambientais, e o segundo se referindo às ações positivas, que estão em curso como resolução concreta de cada um dos conflitos apresentados no portifólio anterior. A abordagem dialógico- problematizadora foi implementada pela codificação dos conflitos socioambientais. A codificação foi realizada mediante a apresentação de situações reais de conflito e suas soluções, a partir de uma ou mais imagens, associadas a um pequeno texto descritivo. Assim, a codificação tem por objetivo articular os aspectos denotativos e conotativos da imagem. O processo de descodificação leva os indivíduos a interpretar a realidade codificada, revelando o que está escondido nas imagens do cotidiano e permitindo a compreensão dos conflitos socioambientais apoiados por conhecimentos científicos e tecnológicos. O processo de descodificação na abordagem dialógico-problematizadora estimula a interpretação e compreensão das situações apresentadas, aumentando a racionalidade das práticas sociais na esfera pública. O uso de pintura artística para compor um elemento educativo funcional de jogo de tabuleiro integrante do Probio-EA é analisado. Igualmente, o papel dos mapas e os conceitos científicos, tais como biomas e bacias de drenagem associados aos mapas, também são comentados. Finalmente, a estratégia conjunta de codificação-descodificação no ProbioEA vai ao encontro dos desafios contemporâneos para a Política Nacional de Educação Ambiental, especialmente na busca por justiça social e o fortalecimento da democracia.
Referencias
BARBOSA, L. C. A. & PIRES, D. X. (2011). O uso da fotografia como recurso didático para a Educação Ambiental: uma experiência em busca da educação problematizadora. Experiências em Ensino de Ciências, 6(1): 69-84.
BARTHES, R. (1990). O Óbvio e o Obtuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 284p.
BENJAMIN, W. (1996). Magia e Técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas v.1. São Paulo: Brasiliense, 253p.
ECO, U. (1991). A Estrutura Ausente: introdução à pesquisa semiológica. São Paulo: Perspectiva, 428p.
ECO, U. (2007). Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 284p.
FERRARA, L. D’A. (1993). Olhar Periférico: Informação, Linguagem, Percepção Ambiental. São Paulo: EDUSP, 277p.
FREIRE, P. (1969): Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 93p.
FREIRE, P. (2005). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 42ª ed. 2005, 213p.
HABERMAS, J. (1972). Knowledge and human interests. Boston: Beacon Press, 356p.
HIETANEN, J. K. & KORPELA, K. M. (2004). Do both negative and positive environmental scenes elicit rapid affective processing? Environment and Behavior, 36(4): 558-577. DOI: 10.1177/0013916503261391
LEFEBVRE, H. (1991). Production of space. Oxford: Blackwell, 454p.
OLIVEIRA, A. C. M. A. (2005). Visualidade, entre significação sensível e inteligível. Educação e realidade, 30(2): 107-122.
PINHEIRO, J. Q. 1997. Psicologia Ambiental: a busca de um ambiente melhor. Estudos de Psicologia, 2(2): 377-398.
RAFFESTIN, C. (1993). Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 269p.
SAITO, C. H. (2012a). Os desafios contemporâneos da Política de Educação Ambiental: dilemas e escolhas na produção do material didático. In: Ruscheinsky, A. (editor). Educação Ambiental: Abordagens Múltiplas. Porto Alegre: Penso, p. 250-266.
SAITO, C. H. (2012b). Política Nacional de Educação Ambiental e Construção da Cidadania: revendo os desafios contemporâneos. In: Ruscheinsky, A. (editor). Educação Ambiental: Abordagens Múltiplas. Porto Alegre: Penso, p. 54-76.
SAITO, C. H. & ALMEIDA, L. E. (2006). Conservação da Biodiversidade e a valorização do componente educacional. Floresta e Ambiente, 13(2): 66-74. Disponível em: http:/ /www.floram.or g/click.php?site=volumes/vol13%20n2-2006/ Vol13%20no2%2066A74.pdf
SAITO, C. H.; BASTOS, F. P. & ABEGG, I. (2008). Teorias-guia educacionais da produção dos materiais didáticos Teorias-guia educacionais da produção dos materiais didáticos para a transversalidade curricular do meio ambiente do MMA. Revista Iberoamericana de Educación (Online), 45: 1-10. Disponível em: http:// www.rieoei.org/expe/1953Saito.pdf
SAITO, C. H.; RUSCHEINSKY, A.; BASTOS, F. P.; NUNES, J. B. A.; SILVA, L. F. & CARVALHO, L. M. (2011). Conflitos Socioambientais, Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental. Sustentabilidade em Debate (Brasília), 2(1): 121-138. Disponível em http://www.red.unb.br/index.php/sust/article/view/3910/ 3321
SARDELICH, M. E. (2006). Leitura de imagens e cultura visual: desenredando conceitos para a prática educativa. Educar (Curitiba), 27: 203-219. Disponível em http:// www.scielo.br/pdf/er/n27/a13n27.pdf
VARSAVSKY, O. (1977). O Cientificismo. In: Anderson, S. & Bazin, M. Ciência e [In]Dependência. Lisboa: Livros Horizonte, p.19-29.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.