CIDADE E PLANEJAMENTO: UMA ORDEM EM FRAGMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562008e39839Palabras clave:
planejamento urbano, espaço urbano, fragmentaçãoResumen
A cidade parece se apresentar, aos olhos de um observador, dividida em espaços diferenciados que se distinguem por fatores variados. Todavia, não existe uma única conformação desse quadro. A cada olhar um cenário se constrói fundamentado em experiências, intenções e crenças. Assim, não há uma fragmentação única, pois não há um olhar único e muito menos uma cidade única. Isso faz parte da herança da modernidade: a busca da verdade, o objeto fora do observador, a dicotomia objeto/sujeito. Calcado nesses princípios, o planejamento nasce e se estrutura, criando um campo ilusório de soluções, idealizando possibilidades distantes do objeto. Nessa trajetória, a fragmentação do espaço urbano é uma prática constante, representando uma forma facilitadora de compreensão do objeto. No entanto, o paradigma da modernidade tem se mostrado ineficaz para sustentar ações que transformem a vida do homem. Assim, a crise da modernidade convida à reflexão sobre a insistente posição do planejamento urbano em reforçar uma fragmentação do espaço urbano, tentando interromper a possibilidade do diálogo entre os espaços diferenciados.
Referencias
ALMEIDA, J. R ; MALHEIROS, T.M.; SILVA, D.M.; BASTOS, A.C.S. (2004) Política e Planejamento Ambiental. Rio de Janeiro: Thex Editôra, 480p.
MARICATO, E. As idéias fora do lugar ou o lugar fora das idéias. In: ARANTES, O.; VAINER, C.; MARICATO, E. (2000) A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis, RJ: Vozes, 192p.
CORREA, R. L. (1995) O espaço urbano. 3.ed. São Paulo: Ática, 94p.
FERREIRA, F.W. (1979) Planejamento sim e não: um modo de agir num mundo em permanente mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 158p.
HISSA, C.E.V. (2002) A mobilidade das fronteiras: inserções da geografia na crise da modernidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 322p.
MATURANA, H.; VARELA, F. (1995) A árvore do conhecimento - as bases biológicas do conhecimento humano. Campinas: Ed. Psy, 288p.
MATURANA, H.; VARELA, F. (1997) De máquinas e seres vivos. Autopoiese, a Organização do Vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 138p.
OSEKI, J.H. O único e o homogêneo na produção do espaço. In: MARTINS, José de Souza. (1996) Henri Lefebvre e o retorno à dialética. São Paulo, 109-120p.
SANTOS, B.S. (2002) Um discurso sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 59p.
SANTOS, R.F. (2004) Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de textos, 184p.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.