Análise espacial das internações por gastroenterite em crianças menores de cinco anos na Paraíba, Brasil, 2010-2017
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562022e39671Palabras clave:
Análise Espacial, Atenção Primária à Saúde, Hospitalização, Gastroenterite, Estudos EcológicosResumen
A gastroenterite é uma comorbidade que afeta crianças principalmente de países pobres e em desenvolvimento, em moradias sem saneamento básico adequado e com condições de higiene precárias, além de habitarem em regiões geográficas com baixo índice pluviométrico, como é o caso da Paraíba localizada na região mais seca do Brasil, o Nordeste. Objetivo: Analisar geograficamente os aglomerados espaciais das internações por gastroenterite em crianças menores de cinco anos de idade no estado da Paraíba, de 2010 - 2017. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, retrospectivo de abordagem quantitativa, cujos dados utilizados para análise são referentes ao número de internações por gastroenterite nos municípios da Paraíba, correspondem ao período de 2010 a 2017. Baseado no Sistema de Informação Geográfica, foi utilizado o método de estatística Scan espacial para identificação de aglomerados significativos através simulação de Monte Carlo, também foram elaborados mapas de Razão de Incidências Espacial da população sob risco. Resultados: Foram contabilizados 3.901 casos de gastroenterite, com redução de 63,3% da taxa de incidência de 2010 (19,9) para 2017 (7,23). Os aglomerados espaciais significativos estavam dispersos na região geográfica, sendo identificadas áreas de risco no oeste, centro, norte e sudeste do Estado, com maior concentração nas mesorregiões do Sertão e do Agreste. Conclusão: A análise geográfica espacial de gastroenterite em crianças menores de cinco anos na Paraíba identificaram aglomerados espaciais persistentes em áreas de risco elevadas no Agreste e no Sertão paraibano durante todo o período analisado.
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