Uma leitura de fragmentos: as ruínas da história em Quatro-Olhos, de Renato Pompeu
Palavras-chave:
Sociedade. Fragmentação. Ditadura Militar. Quatro-olhos.Resumo
Este trabalho centra a sua atenção na problemática da fragmentação no romance Quatro-olhos (1976), de Renato Pompeu. O objetivo central é estabelecer uma ligação entre a fragmentação do sujeito, da narrativa e do contexto sócio-histórico brasileiro caracterizado pelo impacto da Ditadura Militar (1964-1985). Considerando as premissas benjaminianas, a obra de Pompeu visa a dessacralizar o conceito de história calcado em esquemas positivistas e em lógicas lineares causais, incorporando contradições e indeterminações em sua estrutura, propondo como representação da história uma sucessão de ruínas e de catástrofes. Assim, os vínculos entre literatura e sociedade se fazem não apenas no plano temático, mas sobretudo formal.
Referências
Aguiar, Flávio. A palavra no purgatório: literatura e cultura nos anos 70. São Paulo: Boitempo, 1997.
Arendt, Hannah. “Da violência”. In: _______. Crises da república. São Paulo: Perspectiva, 1973.
Benjamin, Walter. Magia e técnica, arte e política. Trad. de Sérgio Paulo Rouanet. 7ª. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Bosi, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1985.
Farra, Maria Lúcia Dal. O narrador ensimesmado: o foco narrativo em Vergílio Ferreira. São Paulo: Ática, 1978.
Machado, Janete Gaspar. Os romances brasileiros nos anos 70: fragmentação social e estética. Florianópolis: UFSC, 1981.
Pompeu, Renato. Quatro-olhos. São Paulo: Alfa-Omega, 1976.
Rosenfeld, Anatol. “Reflexões sobre o romance moderno”. In: _______. Texto/contexto. 3ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1976.
Seligmann-Silva, Márcio. “A história como trauma”. Pulsional: Revista de psicanálise. São Paulo, n. 116/117, dez. 1998-jan.1999a, p. 108-27.
Seligmann-Silva, Márcio. “Literatura do trauma”. Cult: Revista Brasileira de Literatura, n. 23, Lemos Editorial, São Paulo, jun. 1999b, p. 40-7.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Proibida a reprodução parcial ou integral desta obra, por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por processo xerográfico, sem permissão expressa do editor (Lei n. 9.610 de 19/2/1998 )