Saberes e fazeres do povo de axé na universidade
DOI:
https://doi.org/10.4000/12ywzPalavras-chave:
saberes tradicionais, religiões afro-brasileiras, encontro de saberes, políticas de ações afirmativasResumo
Este trabalho tem como ponto de partida a disciplina “Catar folhas, saberes e fazeres do povo de axé”, ministrada por quatro mestras(es) negras(os) e ligadas a diferentes vertentes de religiões afro-brasileiras de Minas Gerais. O texto inclui também alguns episódios de outras disciplinas protagonizadas por mestras dos saberes tradicionais negras dentro do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG. Com base nesses exemplos empíricos, abordo algumas possíveis contribuições dos encontros de saberes para repensar, de uma forma ampla, as práticas de ensino, pesquisa e extensão dentro das universidades, bem como para discutir temas mais amplos incluindo racismo, epistemicídio e reparação história. Em um contexto político marcado pelos crescentes ataques à educação e às universidades públicas, ressalto a importância das políticas de ações afirmativas e da presença tanto das mestras dos saberes tradicionais quanto dos conhecimentos e epistemologias afro e indígenas no ambiente acadêmico.
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