Feminismo, Estado e políticas públicas:

desafios em tempos neoliberais para a autonomia das mulheres

Autores

  • Mirla Cisne
  • Telma Gurgel

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v10i22.12960

Palavras-chave:

Feminismo, Estado capitalista, Políticas públicas, Emancipação humana

Resumo

O feminismo, na perspectiva de movimento social emancipatório, afirmou a igualdade e a liberdade para as mulheres, para que estas superassem as múltiplas opressões e explorações patriarcal-capitalistas que demarcam a sua experiência como ser social. Para tanto, reivindicava a responsabilização do Estado. Nesse sentido, imperava a necessidade de ir para além das políticas públicas, sem, no entanto, desconsiderar a sua importância para conquistar melhores condições de vida. Na atualidade, porém, o feminismo vem recuando progressivamente nesta perspectiva emancipatória, devido, especialmente, ao seu processo de institucionalização em ONGs. Assim, analisaremos a relação entre feminismo e Estado na reivindicação por políticas públicas, destacando os principais limites e desafios para o movimento na contemporaneidade neoliberal.

Biografia do Autor

  • Mirla Cisne

    Assistente Social, mestre em Serviço Social, professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), coordenadora do Núcleo de Estudos Sobre a Mulher “Simone de Beauvoir”, pesquisadora e ativista feminista

  • Telma Gurgel

    Doutora em Sociologia, professora da UERN, pesquisadora do Núcleo de Estudos Sobre a Mulher “Simone de Beauvoir” e ativista feminista. 

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Publicado

14-08-2009

Edição

Seção

Artigos Temáticos

Como Citar

Feminismo, Estado e políticas públicas:: desafios em tempos neoliberais para a autonomia das mulheres. SER Social, Brasília, v. 10, n. 22, p. 69–96, 2009. DOI: 10.26512/ser_social.v10i22.12960. Disponível em: https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12960. Acesso em: 20 abr. 2025.

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