Disputas e narrativas sobre o marco da geração distribuída no Brasil: retrocessos para a Agenda 2030 e o Acordo de Paris
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v13n3.2022.45621Palavras-chave:
ANEEL, fonte solar, descentralização, geração distribuídaResumo
A centralização e a baixa diversificação da matriz elétrica brasileira aumentaram a sensação de insegurança energética no País, um problema que ganha proporções ainda maiores diante das mudanças globais do clima. Esta pesquisa analisou a arena política em torno da regulamentação da geração distribuída de energia elétrica afim de elucidar os entraves a sua expansão. Para tanto, foram analisados documentos, discursos, entrevistas, apresentações, material audiovisual e publicações na imprensa sobre a geração distribuída e a fonte solar no País. Os resultados da pesquisa indicaram que, apesar do grande potencial de desenvolvimento da fonte no País, e dos compromissos internacionais firmados, as coalizões identificadas disputam narrativas que resultam em retrocessos para as agendas do clima e do desenvolvimento sustentável.
Referências
AKTER, S. et al. MNEs’ contribution to sustainable energy and development: the case of “Light for All” program in Brazil. In: Multinational Enterprises and Sustainable Development. Emerald Publishing Limited, 2017. p. 195-224.
ALOISIO NETO. Movimento Solar Livre. Available in: https://www.youtube.com/watch?v=GjVcPvmVefg. Access at: 15 mar. 2022.
ASTRINI, M. Absolar inside: mudanças climáticas e o papel da solar frente as mudanças climáticas. 2022. Available in: https://www.youtube.com/watch?v=iVqHi3sflfw. Access at: 19 maio 2022.
BAITELLO, R.; RUBIM, B.; SILVA, P. H. P. Energia Solar Fotovoltaica: panorama, oportunidades e desafios. 2021. Available in: https://www.youtube.com/watch?v=oszNavjNcfo. Access at: 30 jun. 2022.
BERNARD, T.; TORERO, M. Social interaction effects and connection to electricity: experimental evidence from rural Ethiopia. Economic Development and Cultural Change, v. 63, n. 3, p. 459-484, 2015.
BRASIL. Apresentação da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil perante o Acordo de Paris. 2015. Available in: https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/2020/ apresentacao-da-contribuicao-nacionalmente-determinada-do-brasil-perante-o-acordo-de-paris. Access at: 21 ago. 2022.
BRASIL. Lei no 9.074. Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências. 1995. Available in: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9074cons.htm. Access at: 10 jul. 2021.
BRASIL. PL 5.829/2019. Câmara dos Deputados. 2019. Available in: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/ fichadetramitacao?idProposicao=2228151. Access at: 15 maio 2022.
BRASIL. Tribunal de Contas da União. TCU determina fim de diferenciação tarifária da energia elétrica. 2021, Brasília. Available in: https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/tcu-determina-fim-de-diferenciacao-tarifaria- da-energia-eletrica.htm. Access at: 20 jul. 2022.
BROWN, D. P.; SAPPINGTON, D. E. M. Designing compensation for distributed solar generation: is net metering ever optimal? The Energy Journal, v. 38, n. 3, 2017.
BURNEY, J. et al. Impact of a rural solar electrification project on the level and structure of women’s empowerment. Environmental Research Letters, v. 12, n. 9, p. 095007, 2017.
CALAZANS, Á. M. B. et al. Estudo comparativo de energia solar fotovoltaica: estudo de caso Estados Unidos e Brasil. 2016.
CÂMARA,S.CâmaraeSenadoaprovamMarcoLegaldaEnergiaSolar.2021. Availablein:https://republicanos10. org.br/republicanos-na-camara/camara-e-senado-aprovam-marco-legal-da-energia-solar/. Access at: 10 jun. 2022.
CHAKRAVORTY, U.; PELLI, M.; MARCHAND, B. U. Does the quality of electricity matter? Evidence from rural India. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 107, p. 228-247, 2014.
CHERIAN, A. Energy and global climate change: bridging the sustainable development divide. John Wiley & Sons, 2015.
EID, C. et al. The economic effect of electricity net-metering with solar PV: consequences for network cost recovery, cross subsidies and policy objectives. Energy Policy, v. 75, p. 244-254, 2014.
ENEL. Você sabe o que é a TE e a Tusd? 2022. Available in: https://www.enel.com.br/pt/Para_Voce/pagina-te-e- tusd.html. Access at: 25 set. 2022.
FALKNER, R. The Paris Agreement and the new logic of international climate politics. International Affairs, v. 92, n. 5, p. 1107-1125, 2016.
GROGAN, L.; SADANAND, A. Rural electrification and employment in poor countries: evidence from Nicaragua. World Development, v. 43, p. 252-265, 2013.
HEFFRON, R. et al. Justice in solar energy development. Solar Energy, v. 218, p. 68-75, 2021.
JEAN, W. et al. A GIS for Rural Electrification Strategies in the Brazilian Amazon. Papers in Applied Geography, v.
, n. 3, p. 239-255, 2021.
KABIR, E. et al. Solar energy: potential and future prospects. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 82, p. 894-900, 2018.
KALOGIROU, S. A. Environmental benefits of domestic solar energy systems. Energy conversion and management, v. 45, n. 18-19, p. 3075-3092, 2004.
KRIEGLER, E. et al. The role of technology for achieving climate policy objectives: overview of the EMF 27 study on global technology and climate policy strategies. Climatic Change, v. 123, n. 3, p. 353-367, 2014.
LA CLIMA; OBSERVATÓRIO DO CLIMA. Acordo de Paris: um guia para os perplexos. Brasília, 2021. Available in: https://www.oc.eco.br/wp-content/uploads/2021/09/Minimanual-Acordo-de-Paris.pdf. Access at: 6 fev. 2022.
LAMARCA JÚNIOR, M. R. et al. Políticas públicas globais de incentivo ao uso da energia solar para geração de eletricidade. 2012.
MACHADO, C. T.; MIRANDA, F. S. Energia Solar Fotovoltaica: uma breve revisão. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 1, p. 126-143, 2015.
MARTINS, F. R. et al. Atlas Brasileiro de Energia Solar, 2. ed. 2017.
MCCOLLUM, D. L. et al. Connecting the sustainable development goals by their energy inter-linkages.
Environmental Research Letters, v. 13, n. 3, p. 033006, 2018.
MENDES, H. do V. Viabilidade dos compromissos brasileiros de redução de emissões de gases de efeito estufa:
uma análise dos períodos pré e pós-2020. 2020.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Procedimento Administrativo. 2019. Available in: https://www.mpf.mp.br/pgr/ documentos/PA_3ccr.pdf. Access at: 15 jun. 2022.
MOVIMENTO SOLAR LIVRE. Quem somos. 2022. Available in: https://movimentosolarlivre.com.br/. Access at: 18 abr. 2022.
NETO, M.; RAMOS, M. Energia solar distribuída: os caminhos para o equilíbrio. 2021. Available in: https://www. youtube.com/watch?v=knAY2rTrXNE. Access at: 12 maio 2022.
PEIXER, J. F. B. et al. A contribuição nacionalmente determinada do Brasil para cumprimento do Acordo de Paris: metas e perspectivas futuras. 2019.
PEREIRA, B. Aprovado Marco Legal da Energia Solar. 2021. Available in: https://m.facebook.com/BetoPereiraMS/ videos/aprovado-marco-legal-da-energia-solar/1255743251555268/?locale2=ms_MY. Access at: 31 maio 2022.
PEREIRA, E. B. et al. Atlas Brasileiro de Energia Solar. São José dos Campos: Inpe, v. 1, 2017.
PINTO, R. Marco da GD estimula energia solar, limpa e barata. 2021. Available in: https://www12.senado.leg. br/tv/programas/agenda-economica/2021/08/marco-da-geracao-distribuida-estimula-energia-solar-limpa-e- barata-destaca-conselheiro-do-inel. Access at: 15 maio 2022.
POULLIKKAS, A.; KOURTIS, G.; HADJIPASCHALIS, I. A review of net metering mechanism for electricity renewable energy sources. International Journal of Energy and Environment (Print), v. 4, 2013.
PUEYO, A. The evidence of benefits for poor people of increased renewable electricity capacity: literature review. 2013.
PUIG, P.; JOFRA; M. Energía Solar Fotovoltaica. Energías Renovables, Iberdrola, p. 1-20, 2007. Available in: http:// www.enginyeria-classea.cat/pdf-formativos/Cuaderno_FOTOVOLTAICA.pdf. Access at: 19 jul. 2022.
RAMOS, M. Taxação de energia solar busca equilibrar sistema que favorece classe média. 2021. Available in: https://amazonasatual.com.br/taxacao-de-energia-solar-busca-equilibrar-sistema-que-beneficiava-classe- media-diz-deputado/. Access at: 12 maio 2022.
RAO, N. D. Does (better) electricity supply increase household enterprise income in India? Energy policy, v. 57, p. 532-541, 2013.
REI, F. C. F.; GONÇALVES, A. F.; DE SOUZA, L. P. Acordo de Paris: reflexões e desafios para o regime internacional de mudanças climáticas. Veredas do Direito: direito ambiental e desenvolvimento sustentável, v. 14, n. 29, p. 81-99, 2017.
REVOLUSOLAR. Mudança regulatória da Aneel põe em risco o futuro da energia solar em favelas do Brasil. 2021. Available in: https://revolusolar.org.br/mudanca-regulatoria-da-aneel-poe-em-risco-o-futuro-da-energia- solar-em-favelas-do-brasil/?gclid=EAIaIQobChMI0Kqdqurd-AIVHkFIAB2AyAqIEAAYASAAEgIni_D_BwE. Access at: 28 abr. 2022.
RHODES, J. The Future Of US Solar Is Bright, Forbes. Available in: https://www.forbes.com/sites/ joshuarhodes/2020/02/03/the-us-solar-industry-in2020/#faa6345ed3fb. Access at: 19 maio 2022
RUBIM, B. Absolar. Energia Solar Fotovoltaica: panorama, oportunidades e desafios. 2021. Available in: https:// www.youtube.com/watch?v=oszNavjNcfo. Access at: 04 abril 2022.
SAUAIA, R. Cenários para a energia solar no Brasil. 2021. Available in: https://www.youtube.com/ watch?v=ZQ9fRG1I4Bs. Access at: 20 abr. 2022.
SCHWERHOFF, G.; SY, M. Financing renewable energy in Africa – Key challenge of the sustainable development goals. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 75, p. 393-401, 2017.
SECAF, B. S. O Acordo de Paris. Agroanalysis, v. 36, n. 1, p. 34-35, 2016.
SHARMA, N. K.; TIWARI, P. K.; SOOD, Y. R. Solar energy in India: strategies, policies, perspectives and future
potential. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 16, n. 1, p. 933-941, 2012.
SILVA, P. H. P. Energia Solar Fotovoltaica: panorama, oportunidades e desafios. 2021. Available in: https://www.
youtube.com/watch?v=oszNavjNcfo. Access at: 12 jun. 2022.
SOUZA, M. C. O.; CORAZZA, R. I. Do Protocolo de Kyoto ao Acordo de Paris: uma análise das mudanças no regime climático global a partir do estudo da evolução de perfis de emissões de gases de efeito estufa. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 42, 2017.
TCU. Competências. Brasília, 2020. Available in: https://portal.tcu.gov.br/institucional/conheca-o-tcu/ competencias/. Access at: 12 maio 2022.
TIMILSINA, G. R.; KURDGELASHVILI, L.; NARBEL, P. A. Solar energy: markets, economics and policies. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 16, n. 1, p. 449-465, 2012.
VAN VUUREN, D. P. et al. Pathways to achieve a set of ambitious global sustainability objectives by 2050: explorations using the Image integrated assessment model. Technological Forecasting and Social Change, v. 98, p. 303-323, 2015.
VASCONCELOS, P. E. A.; MELLO, C. de M. Direitos humanos à luz da Agenda 2030 e Plano Clima Energia 2050: o uso das energias renováveis em prol do meio ambiente. Revista Interdisciplinar do Direito – Faculdade de Direito de Valença, v. 19, n. 1, p. 154-164, 2021.
VIEIRA, D. Método para determinação do tipo de incentivo regulatório à geração distribuída solar fotovoltaica que potencializa seus benefícios técnicos na rede. 2016.
WEDY, G. Estados Unidos da América e a energia solar na doutrina, legislação e jurisprudência. Available at SSRN 3900147, 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Sustainability in Debate

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.