Dinâmica Socioecológica e Resiliência da Pesca Ornamental no Rio Negro, Amazonas, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n2.2016.15127Palavras-chave:
Pesca Ornamental, Resiliência, Sistemas Socioecológicos, Ciclo AdaptativoResumo
Neste artigo, a dinâmica da pesca ornamental no município de Barcelos (Amazonas) foi avaliada sob a ótica das teorias de sistemas socioecológicos e resiliência. Utilizando o ciclo adaptativo como um modelo heurístico, apresentamos os atores sociais envolvidos na atividade, sua história, relação com uso múltiplo de recursos naturais e sugerimos alguns fatores determinantes para seu colapso. Apesar da pesca ornamental ser ecológica e socialmente viável, fatores econômicos contribuíram fortemente para o seu declínio. O tradicional uso de múltiplos recursos naturais, programas sociais de transferência de renda e oportunidades na pesca esportiva e comercial, são fatores que estão contribuindo para a reorganização do sistema. Os efeitos dessas mudanças ainda não são conhecidos, mas um aumento na pressão sobre estoques pesqueiros pode afetar negativamente a resiliência do sistema ecológico local.
Referências
ARAUJO, M. L. G.; CHARVET-ALMEIDA P.; ALMEIDA M. P.; PEREIRA H. Freshwater stingrays (Potamotrygonidae): status, conservation and management challenges. Information document AC, 20 Inf. 8. p. 1-6. 2004.
ARMITAGE, Derek and JOHNSON, Derek. Can Resilience Be Reconciled with Globalization and the Increasingly Complex Conditions of Resource Degradation in Asian Coastal Regions? Geography and Environmental Studies Faculty Publications. Paper 5. 2006.
BATISTA, V. S.; ISAAC, V. J.; VIANA, J. P. Exploração e manejo dos recursos pesqueiros da Amazônia. In: Ruffino, M. L. (Ed.). A pesca e os recursos pesqueiros da Amazônia brasileira. Ibama/Provárzea, Manaus, AM. p. 63-151. 2004.
BÉNÉ, C. MACFAYDEN, G. ALLISON, E.H. Increasing the contribution of small-scale fisheries to poverty alleviation and food security. FAO Fisheries Technical Paper. 481. 125 p. 2007.
BERNARD, H. R. Research methods in anthropology. 2nd Ed.Lanham, Md.; New York; Toronto: Altamira Press. 696 pp. 2011.
BUSCHBACHER, Robert. A Teoria da Resiliência e os Sistemas Socioecológicos: Como se preparar para um Futuro Imprevisível? Boletim Regional, Urbano e Ambiental, v.9, p. 11-24, 2014.
CARPENTER, S., WALKER B., ANDERIES J. M., and N. ABEL. From metaphor to measurement: resilience of what to what? Ecosystems v. 4. Pp. 765-781. 2001.
CHAO, N. L.; PRANG, G.; PETRY P. The Fishery, Diversity, and Conservation of Ornamental Fishes in the Rio Negro Basin, Brazil ”“ A review of Project Piaba (1989-99). In: N. L. Chao et al. (Eds.). Conservation and Management of Ornamental Fish Resources of the Rio Negro Basin Amazonia, Brazil ”“ Project Piaba. Editora Universidade do Amazonas, Manaus, AM. p. 161-204. 2001.
CINNER, J., M. M. P. B. FUENTES, and H. RANDRIAMAHAZO. Exploring social resilience in Madagascar’s marine protected areas. Ecology and Society. v.14, n.1, p. 41. 2009.
COOMES, O.T. & TAKASAKI, Y. Targeting conservation-development initiatives in tropical forests: insights from analyses of rain forest use and economic reliance among Amazonian peasants. Ecological Economics v. 51, n., p.47”“64. 2004.
COOMES, O.T; TAKASAKI Y., ABIZAID F.C., BARHAM B.L. Floodplain fisheries as natural insurance for the rural poor in tropical forest environments: evidence from Amazonia. Fisheries Management and Ecology. V. 17, n. 6, p. 513”“521. 2010.
COOMES O.T; BARHAM, B.L. Rain Forest Extraction and Conservation in Amazonia Oliver T. Coomes and Bradford L. Barham. The Geographical Journal. v. 163, n. 2, p. 180-188. 1997.
COTE, M., NIGHTINGALE, A. J. Resilience thinking meets social theory”¯: Situating social change in socio-ecological systems (SES) research. Progress in Human Geography, v.36, n.4, p. 475”“489. 2012.
COULTHARD, S. Can we be both resilient and well, and what choices do people have? Incorporating agency into the resilience debate from a fisheries perspective. Ecology and Society, v. 17, n.1. 2012.
GILLINGHAM S. Social Organization and Participatory Resource Management in Brazilian Ribeirinho Communities: A Case Study of the Mamirauá Sustainable Development Reserve, Amazonas. Society & Natural Resources: An International Journal. v.14, n. 9, p. 803-814. 2001.
GOULDING, M.; CARVALHO, J. L.; FERREIRA, E.G. Rio Negro: Rich Life in Poor Water. Hague: SBP Academic Publishing. 200 pp. 1988.
GUNDERSON L.H, HOLLING CS, LIGHT S.S. Barriers and bridges to the renewal of ecosystems and institutions. New York: Columbia University Press. 1995.
GUNDERSON, L. H., and HOLLING, C. S. (editors). Panarchy: understanding transformations in human and natural systems. Island Press, Washington, D.C., USA. 2002.
HOLLING, C. S. Resilience and stability of ecological systems. Annual review of ecology and systematics, p. 1-23, 1973.
HOLLING, C. S. The resilience of terrestrial ecosystems: local surprise and global change. Pages 292-317 in W. C. CLARK and R. E. MUNN, editors. Sustainable development of the biosphere. Cambridge University Press, Cambridge, UK. 1986.
HOLLING, C. S. Understanding the complexity of economic, ecological, and social systems. Ecosystems v. 4, p.390-405. 2001.
INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS. IBAMA. <http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas-recursos-pesqueiros/peixes-ornamentais>. 2014. Acesso em: 28 agosto 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA ”“ IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/.2014>. Acesso em: 28 agosto 2014.
MOREAU M.;. COOMES O. T. Aquarium fish exploitation in western Amazonia: conservation issues in Peru. Environmental Conservation. v.34, p. 1222. 2007.
OLIVIER, K. The ornamental fish market. Globefish Research Programme. United Nations Food and Agriculture Organization, FAO, Rome, 67: 1-92. 2001.
OSTROM E. A General Framework for Analyzing Sustainability of Social-Ecological Systems. Science. v. 325, p. 419. 2009.
OSTROM, E. Beyond Markets and States”¯: Polycentric Governance of Complex Economic Systems. American Economic Association. v. 100, n.3, p. 641”“672. 2010.
PRANG, G. A caboclo society in the Middle Rio Negro basin: ecology, economy and history of an ornamental fishery in the state of Amazonas, Brazil. Tese Doutorado. Wayne State University. 300 pp. 2001.
PRANG, G. An industry analysis of the freshwater ornamental fishery with particular reference to the supply of Brazilian freshwater ornamentals to the market. Uakari. V 3, n.1, p.7-51. 2007.
REIS, A. C. F. (1999). Manaós e outras Villas. 2a Ed. Rev. EDUA. Governo do Estado do Amazonas.
SALATI E., Marques, J. The Climatology of the Amazon region. In: Sioli, H. (Ed.). The Amazon Limnology and landscape ecology of mighty tropical river and its basin. Dr W. Junk Publishers, Dordrecht. p. 85-126. 1984.
SANTOS, G. M.; FERREIRA, E., J. G. Peixes da Bacia Amazônica. In: LOWE-MCCONNEL, R. H (Ed.). Estudos Ecológicos de Comunidades de Peixes Tropicais. Editora Universidade de São Paulo. p. 345-373. 1999.
SEIXAS, C., E BERKES F.; Dynamics of social-ecological changes in a lagoon fishery in southern Brazil. In: F. BERKES, J. COLDING, and C. FOLKE, editors. Navigating Social-Ecological Systems. Cambridge University Press, Cambridge, UK. pp 271-290. 2003.
SILVA, A. L. Uso de recursos por populações ribeirinhas do Médio Rio Negro. Tese (Doutorado) Universidade de São Paulo. São Paulo-SP. 237 p. 2003.
SOARES F. V., RIBAS R. P., OSÓRIO R. G. Evaluating the Impact of Brazil's Bolsa FamIlia: Cash Transfer Programs in Comparative Perspective. Latin American Research Review, V. 45, N. 2, pp. 173-190. 2010.
SOBREIRO. Territórios e conflitos nas pescarias do médio Rio Negro (Barcelos, Amazonas, Brasil). Dissertação (mestrado). Manaus: INPA/UFAM 154 pp. 2007.
SOBREIRO. Urban-Rural Livelihoods, Fishing Conflicts and Indigenous Movements in the Middle Rio Negro Region of the Brazilian Amazon. Bulletin of Latin American Research, v.34, n.1, p. 53”“69. 2015WALKER, B., HOLLING, C. S., CARPENTER, S. R., and KINZIG, A. Resilience, adaptability and transformability in social--ecological systems. Ecology and society, v. 9, n. 2, p. 5, 2004.
WALKER, B. H., L. H. GUNDERSON, A. P. KINZIG, C. FOLKE, S. R. CARPENTER, and L. SCHULTZ. A handful of heuristics and some propositions for understanding resilience in social-ecological systems. Ecology and Society v.11 n.1, p.13. 2006.
WEINSTEIN, B. The Amazon Rubber Boom, 1850”“1920. Stanford University Press, Stanford, California. 1983.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.