Agroextrativismo no Vale do rio Urucuia-MG:
uma análise sobre pluriatividade e multifuncionalidade no Cerrado
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v5n3.2014.11370Palavras-chave:
Pluriatividade, Multifuncionalidade, Agroextrativismo, Vale do Rio UrucuiaResumo
O meio rural brasileiro tem passado por mudanças significativas nas últimas décadas, tanto no modo de produção quanto no estilo de vida dos seus moradores. Nesse contexto, algumas abordagens teóricas vêm sendo propostas, a fim de se entender melhor as dinâmicas desse novo rural. Dentre essas abordagens, os conceitos de pluriatividade e multifuncionalidade fornecem demonstrações de conhecimentos e comportamentos diferentes das famílias rurais. O objetivo do presente artigo é discutir aplicações dos conceitos de pluriatividade e multifuncionalidade no contexto do agroextrativismo no bioma Cerrado. Os dados são descritos a partir da pesquisa de campo realizada com agroextrativistas de municípios da região do Vale do Rio Ururcuia ”“ MG. Os resultados demonstram e confirmam o agroextrativismo como atividade pluriativa e como estratégia de permanência das famílias em suas propriedades, além de cumprir múltiplas funções no meio rural.
Referências
na agricultura familiar. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia,
Administração e Sociologia Rural, XLIV., 2006, Fortaleza ”“ CE. Anais... Fortaleza ”“
CE, 2006.
ANJOS, F.S.; NIEDERLE, P.A.; CALDAS, N.V. Pluriatividade e pesca artesanal: o caso
da colônia Z-3 em Pelotas-RS. Sociedade em Debate. Pelotas, n.10, p. 9-42, dez.
2004.
BACHA, M.L.; SANTOS, J.; SCHAUN, A. Considerações teóricas sobre o conceito de
sustentabilidade. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, VII. 2010,
Resende ”“ RJ, 2010. Anais ... Resende ”“ RJ, 2010.
BISPO, T.W.; DINIZ, J.D.A.S. Caracterização dos canais de distribuição de uma
cooperativa de extrativistas do Cerrado. In: Congresso da Sociedade Brasileira de
Economia, Administração e Sociologia Rural, LI., 2013, Belém ”“ PA. Anais ...
Belém ”“ PA, 2013.
BRASIL. Lei n. 6.746, de 10 de dezembro de 1979. Altera o Estatuto da Terra.
Presidência da República, Brasília, 10 de dezembro de 1979. Acesso em 09 de
janeiro de 2014. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-
1979/L6746.htm>.
BRYDEN, J.M.; FULLER, A.M. Pluriactivity as a rural development option: the
emerging policy and research agenda. Aberden ”“ United Kingdon: Akleton Trust
Research, 1988.
BUAINAIN, A. M.; GUANZIROLI, C.; SOUZA FILHO, H.M.; BÁNKUTI, F.I.
Peculiaridades regionais da agricultura familiar brasileira. In: SOUZA, H.M.;
BATALHA, M.O. (Org.). Gestão integrada da agricultura familiar. São Carlos:
EdUFSCar, 2005. P.7-12.
CANDIOTTO, L.Z.P. aspectos históricos e conceituais da multifuncionalidade da
agricultura. In: Encontro Nacional de Geografia Agrária, XIX, 2009, São Paulo ”“ SP.
Anais... São Paulo ”“ SP, 2009.
CARRARA, A.A. Reconversão agroextrativista: perspectivas e possibilidades para
o Norte de Minas. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) ”“
Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
CARVALHO, I.S.H. Potenciais e limitações do uso sustentável da biodiversidade
do Cerrado: um estudo de caso da Cooperativa Grande Sertão no Norte de Minas.
Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) ”“ Centro de
Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
CAZELLA, A.A.; BONNAL, P.; MALUF, R.S. Multifuncionalidade da agricultura
familiar no Brasil e o enfoque da pesquisa. In: CAZELLA, A.A.; BONNAL, P.;
MALUF, R.S. Agricultura familiar: multifuncionalidade e desenvolvimento
territorial no Brasil. Rio de Janeiro, Mauad Editora, 2009.
CÉSAR, P.A.B.; STIGLIANO, B.V. Uma nova ruralidade brasileira. Perspectivas
Rurales, ano 4, n.2, 2000.
CRUZ, S.S. O fenômeno da pluriatividade no meio rural: atividade agrícola de
base familiar. Serviço Social & Sociedade. São Paulo, n.110, p. 241-269, abr.-jun.
2012.
DAYRELL, C.A. Geraizeiros e biodiversidade no Norte de Minas: a contribuição da
agroecologia e da etnoecologia nos estudos dos agroecossitemas tradicionais.
Dissertação (Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável) -
Universidade Internacional de Andalucia, La Rábida, 1998.
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS ”“
FAEMG. Módulos fiscais. Acesso em 09 de janeiro de 2014. Disponível em <
http://www.faemg.org.br/>.
FROEHLICH, J.M.; DALLA CHIEZA, E.; DULLIUS, P.R.; PIETRZACKAR, R.; SLUZSS, T.
Multifuncionalidade do espaço rural na região central do Rio Grande do Sul:
análise exploratória. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia,
Administração e Sociologia Rural, XLII., 2004, Cuiabá - MT. Anais... Cuiabá ”“ MT,
2004.
GAVIOLI, F.R.; COSTA, M.B.B. As múltiplas funções da agricultura familiar: um
estudo no Assentamento Monte Alegre, região de Araraquara (SP). Revista
Economia e Sociologia Rural. Piracicaba, v.49, n.2, p.449-472, abr.-jun. 2011.
GUTIERRES, J.V. Sistematização das ações da caonsultoria exercida pelo projeto
Vale do Urucuia Grandes Sertões, no âmbito da estratégia DRS. Brasília ”“ DF:
Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura ”“ IICA, 2010.
HOMMA, A.K.O. Extrativismo, biodiversidade e biopirataria na Amazônia. Texto
para discussão 27. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA ”“ IBGE. IBGE Cidades.
Acesso em 17 de dezembro de 2013. Disponível em <http://cidades.ibge.gov.br>.
JESUS, E.A.; OLIVEIRA, K.E.D.; SILVA, J.A.B. Estratégias não agrícolas da
agricultura familiar: uma perspectiva de permanência no campo. Cadernos de
Graduação Ciências Humanas e Sociais. Aracajú, v.13, n.13, p.71-81, jan.-jun.
2011.
LACERDA, T.F.N. MARQUES, P.E.M. Agricultura orgânica, representação territorial
e reprodução social da agricultura familiar: os agricultores ecologistas da
Encosta da Serra Geral em Santa Catarina. Ruris. Campinas, v.2, p.137-158. 2008.
MACHADO, A.G.; CAUME, D.J. Novas funções e novas atividades como
alternativas de desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil. Raízes.
Campina Grande, v.27, n.1, p.97-104, jan./jun. 2008.
MARCONI, M.A., LAKATOS, E.M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução
de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e
interpretação de dados. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MATTEI, L. A relevância da família como unidade de análise nos estudos sobre
pluriatividade. Revista de Economia e Sociologia Rural. Rio de Janeiro, v.45, n.4,
p. 1055-1073, out./dez. 2007.
MELO, S.W.C. Extrativismo vegetal como estratégia de desenvolvimento rural no
Cerrado. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) ”“ Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
MELO, S.W.C.; SAUER, S. Extrativismo no Cerrado: estratégia de desenvolvimento
rural. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e
Sociologia Rural,, L., 2012, Vitória ”“ ES. Anais ... Vitória ”“ ES, 2012.
MÜLLER, J. M. Multifuncionalidade da agricultura e agricultura familiar: a
reconstrução dos espaços rurais em perspectiva. In: : Congresso da Sociedade
Brasileira de Sistemas de Produção, VII, 2007, Fortaleza ”“ CE. Anais ... Fortaleza ”“
CE, 2007.
NOGUEIRA, M.C.R.; FLEISCHER, S.R. Entre a tradição e modernidade: potenciais e
contradições da cadeia produtiva agroextrativista no Cerrado. Estudos Sociedade
e Agricultura. São Paulo, v.13, n.1, p.125-157, 2005.
OLIVEIRA FILHO, E.R. Consórcio intermunicipal e os novos arranjos de gestão
pública: cooperação, governança e desenvolvimento na região Vale do Rio
Urucuia e Noroeste de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Educação) ”“
Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO ”“ PNUD. Índice
de Desenvolvimento Humano. Acesso em 17 de dezembro de 2013. Disponível
em <http://www.pnud.org.br/IDH>.
ROCHA, A.C.; OLIVEIRA, C.M.; SILVA, D.F. Entre o extrativismo e a agricultura
familiar no Alto Jequitinhonha, Diamantina ”“ MG. In: Congresso da Sociedade
Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, XLV., 2007, Londrina -
PR. Anais ... Londrina - PR, 2007.
SACHS, I. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro:
Garamond, 2004.
SARMENTO, T.R.; PASTORE JÚNIOR, F. Produção não madeireira e
desenvolvimento sustentável na Amazônia: diagnóstico do extrativismo em eixos
de análises. Organização Internacional de Madeiras Tropicais ”“ ITTO, Projeto
ITTO PD 31/99. Brasília: Instituto de Química ”“ UnB, 2006. Acesso em 10 de julho
de 2014. Disponível em < http://www.itto.int/files/itto_project_db_input/2202/Technical/
1.3%20Diagn%C3%B3stico%20do%20extrativismo%20em%20eixos%20de%20an%C3%A1lise.pdf>.
SCHMITZ, H.; MOTA, D.M.; SILVA JÚNIOR, J.F. Gestão coletiva de bens comuns no
extrativismo da mangaba no nordeste do Brasil. Ambiente e Sociedade.
Campinas, v.12, n.2, p.273-292, jul./dez. 2009.
SCHNEIDER, S.; CONTERATO, M.A.; KOPPE, L.R.; SILVA, C.C. A pluriatividade e as
condições de vida dos agricultores familiares do Rio Grande do Sul. In: A
diversidade da agricultura familiar. Porto Alegre, UFRGS, 2006. p. 137-165.
SCHNEIDER, S. A pluriatividade no meio rural brasileiro: características e
perspectivas para investigação. In: GRAMMONT, H.C.; VALLE, L.M. (Org.) La
pluriactividad in el campo latinoamericano. Quito, Flacso, 2009. p.132-161.
SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. RBCS, v.16,
n.51, p. 99 -121, 2003.
SIMONI, J.; SAWYER, D.R.; ALMEIDA, F.V.R. Entraves regulatórios na produção
agroextrativista. Brasília: ISPN, 2012.
VASCONCELOS, M.R.C.; CAMARGO, A.F. Agroextrativismo sustentável na Reserva
Extrativista do rio Cajari Amapá ”“ Brasil. In: Encontro de Geógrafos da América
Latina, XIV, 2013, Peru. Anais ... Peru, 2013.
VLIET, N.V.; NASI, R.; TABER, A. From the forest to the stomach: bushmeat
consumption from rural to urban settings in Central Africa. In: SHACKLETON, S.;
SHACKLETON, C.; SHANLEY, P (Org.). Non-timber forest products in the global
context. London: Springer, 2011. p.129-145.
WANDERLEY, M.N.B. A emergência de uma nova ruralidade em sociedades
modernas avançadas ”“ o “rural” como espaço singular e ator coletivo. Estudos
Sociedade e Agricultura, n.15, p.87-145, out, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.