Formação da Nova Geopolítica das Mudanças Climáticas

Autores

  • Helena Margarido Moreira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v4n1.2013.9211

Palavras-chave:

Mudanças climática, Geopolítica, Negociações internacionais, Debate Norte-Sul, Cooperação

Resumo

Este artigo descreve a evolução das negociações em torno das mudanças climáticas em busca de um acordo global mais inclusivo e eficaz, e de que forma os principais países se posicionam e se agrupam, demonstrando que a configuração geopolítica dessas negociações vem sofrendo mudanças. As divergências Norte-Sul, determinadas em termos de desenvolvimento, conformaram durante longo tempo o rumo das negociações, inclusive a base para a construção do subsistema da ordem ambiental internacional para mudanças climáticas, através do princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. No entanto, o estado atual das negociações climáticas mostra que essa divisão deu lugar a um agrupamento de países definido em termos de espacialização das emissões de gases-estufa. Um maior conhecimento científico em torno das causas e consequências das mudanças climáticas, levantado pelas pesquisas e relatórios publicados pelo IPCC, e uma mudança no panorama mundial definido pelos jogos de poder entre as potências são elementos que servem de base para a observação de uma mudança na geopolítica das mudanças climáticas. A geopolítica que se percebe hoje opõe os grandes emissores globais de GEE aos países com emissões significativas e em crescimento, mas que não conseguem, isoladamente ou em pequenos grupos, exercer poder, em nível global, suficiente para alterar os resultados internacionais.

Biografia do Autor

  • Helena Margarido Moreira, Universidade de São Paulo

    Departamento de Geografia Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil - Bolsista FAPESP

Referências

ABRANCHES, S. Copenhague Antes e Depois. São Paulo: CivilizaçãoBrasileira, 2010.
BAILEY, I. Copenhagen and the new political geographies of climate change. Political
Geography, n.29, p. 127-129, 2010.
BARNETT, J. The Geopolitics of climate change.GeographyCompass. p. 1361-1375, 2007.
BRASIL. Senado Federal. Subsecretaria de Edições Técnicas. Protocolo de Quioto
legislação correlata. Brasília, 2004. v.3 (Coleção Ambiental). 88 p.
BRAZ, M.S.A. Os Mecanismos de Cooperação Internacional para Redução de Emissões
sob o Protocolo de Quioto. Boletim Científico Escola Superior do Ministério
Público da União, Brasília, n.9, p.139-159, out./dez. 2003.
BRUNNÉE, J. From Bali to Copenhagen: towards a shared vision for a post-2012
climate regime?Maryland JournalofInternational Law, v.25: 86, p. 86-108, 2010.
CAPOBIANCO, J.P.R. Do Rio a Copenhague, sem escala em Kyoto. Política Externa
”“ o clima pós-Copenhague. Vol.18, n.4, mar/abr/mai 2010. P. 37-42.
COMISSÃO Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Ed. FundaçãoGetúlio Vargas, 1987.
CONFERENCE of the Parties to the United Nations Framework Convention on Climate
Change, Thirteenth Sess., Bali, Indon., Dec. 3”“15, 2007, Decision 1/CP.13, Bali Action
Plan, U.N. Doc. FCCC/CP/2007/6/Add.1 (Mar. 14, 2008) [hereinafter Bali Action Plan],
available at http://unfccc.int/resource/docs/2007/ cop13/eng/06a01.pdf#page=3.
DONINI, G. S. A aplicação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil: o
caso da Novagerar. 2007. Dissertação (Mestrado em Geografia (Geografia Humana))
- Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.
ELLIOT, Lorraine. The Global Politics of the environment. 2nded. New York: New
York University Press, 2004.
FIGUERES, C.; IVANOVA, M. H. Mudança Climática: interesses nacionais ou um regime
global? In: ESTY, D. C.; IVANOVA, M. H. (orgs.). Governança ambiental global:
opções e oportunidades. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. p. 233-255.
GIDDENS, A. A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
GOLDEMBERG, J. Copenhague: um “post mortem”. Política Externa ”“ o clima pós-
Copenhague. Vol.18, n.4, mar/abr/mai 2010. P. 15-24.
HULME, M. Why we disagree about climate change: understanding controversy,
inaction and opportunity. United Kingdom: Cambridge University Press, 2009. 392 p.
IPCC. Fourth Assessment Report ”“ Climate Change 2007: the Synthesis Report.
Disponível em: <http://www.ipcc.ch>. Acesso em: 12/06/2008.
KEOHANE, Robert O.; RAUSTIALA, Kal. Toward a Post-Kyoto Climate Change
Architecture: a Political Analysis. Discussion Paper 2008-01, Cambridge, Mass.:
Harvard Project on International Climate Agreements, July 2008.
LAGO, A.A.C. Estocolmo, Rio, Joanesburgo: o Brasil e as Três Conferências
Ambientais das Nações Unidas. Brasília: Instituto Rio Branco; Fundação Alexandre
de Gusmão, 2007.
MARCOVITCH, J. Para mudar o Futuro: mudanças climáticas, políticas públicas e
estratégias empresariais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo e Editora
Saraiva, 2006. p. 9-121.
MOREIRA, H. M. A atuação do Brasil no regime internacional de mudanças climáticas
de 1995 a 2004. 2009. 156f. Dissertação (Mestrado) ”“ Programa de Pós
Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas PUC-SP/UNESP/UNICAMP,
São Paulo, 2009.
RIBEIRO, W. C. A Ordem Ambiental Internacional. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. 176p.
RICUPERO, R. De Bali a Copenhague: o futuro do regime internacional sobre mudança
de clima. In: DUPAS, Gilberto; LAFER, Celso; SILVA, Carlos Eduardo Lins da. A
Nova Configuração Mundial do Poder. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
SERRA, S. B. A incógnita de Copenhagen. IN: IV Conferência Nacional de Política
Externa e Política Internacional ”“ IV CNPEPI. Seminário sobre Mudanças Climáticas.
Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2009. Brasília: Fundação Alexandre de
Gusmão, 2010.
VIOLA, E. As Complexas Negociações Internacionais para Atenuar as Mudanças
Climáticas. In: TRIGUEIRO, A. (org.) Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas
falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. 2. ed. Rio de
Janeiro: Sextante, 2003. p. 183-197.
_________. A Evolução do Papel do Brasil no Regime Internacional de Mudança
Climática e na Governabilidade Global. Revista Cena Internacional, Brasília, n. 6,
p. 2-25, jun 2004.
_________. A Política Climática Global e o Brasil: 2005-2010. Revista Tempo de
Mundo, Brasília, v.2, n.2, p. 81-117, agosto 2010.

Downloads

Publicado

2013-07-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Formação da Nova Geopolítica das Mudanças Climáticas. (2013). Sustainability in Debate, 4(1), 275-292. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v4n1.2013.9211

Artigos Semelhantes

1-10 de 98

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.