Justiça social e ambiental:
reflexão sobre os megaeventos esportivos no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v5n3.2014.11991Palabras clave:
Megaeventos, Segregação socioespacial, Justiça ambiental, Intervenções urbanas, Políticas públicasResumen
O reordenamento espacial do município do Rio de Janeiro, voltado para a adaptação da cidade aos megaeventos esportivos, demandou remoções, investimentos em infraestrutura, entre outras ações. O objetivo desse artigo é fortalecer o debate jurídico-político do direito à cidade para seus habitantes através de uma avaliação da extensão das intervenções urbanas propostas a partir do quadro atual de justiça ambiental e do histórico processo de segregação socioespacial materializado nas favelas cariocas. A análise da cidade olímpica será feita com base em metodologia quali-quantitativa de dados primários e secundários sobre saneamento e remoções ocorridas em razão dos megaeventos. Entre os resultados encontrados destaca-se o retrocesso socioambiental gerado pelas políticas públicas implementadas nesse ciclo de investimentos. Conclui-se tecendo considerações gerais e específicas voltadas para o fortalecimento dos processos de elaboração e avaliação de políticas públicas e para a construção de um modelo de cidade sustentável no município do Rio de Janeiro.
Referencias
Janeiro: Garamond, 2009.
ALIROL, E.; GETAZ, L.; STOLL, B.; CHAPPUIS, F.; LOUTAN, L. Urbanization and infectious
diseases in a globalised world. The Lancet, v. 11, p. 131-141, 2011.
ALMEIDA, D. C. A fundamentalidade dos direitos sociais e o princípio da proibição
de retrocesso. Inclusão Social, Brasília, v. 2, n. 1, p. 118-124, 2007.
BARBOSA, J. L. Rio 2016: jogos olímpicos, favelas e justiça territorial urbana. Revista
Bibliográfica de Geografía Y Ciencias Sociales, Barcelona, v. XV, n. 895 (23), 2010.
BRASIL. Ministério dos Esportes. Caderno Legado Urbano e Ambiental. Brasília:
ME, 201-.
BRENNAN, E. Population, Urbanization, Environment, and Security: A Summary of
the Issues. Washington, D.C.: Woodrow Wilson International Center for Scholars
(Comparative Urban Studies Occasional Papers Series, 22). 1999.
BUENO, L. M. M. Cidades e Mudanças Climáticas no Brasil: Planejamento de
Medidas ou Estado de Risco? Sustentabilidade em Debate, Brasília, v. 2, n. 1, p. 81-
98, 2011.
COSTA, H. S. M, MONTE-MÓR, R. L. M. Urbanization & Environment: trends and
patterns in contemporary Brazil. In: HOGAN, D.; BERQUÓ, E.; COSTA, H. (orgs.).
Population and Environment in Brazil. Campinas: CNPD/ABEP/NEPO, 2002. p. 127-
146.
HERCULANO, S. Resenhando o debate sobre justiça ambiental: produção teórica,
breve acervo de casos e criação da rede brasileira de justiça ambiental.
Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, n. 5, p. 143-149, 2002.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico
2010: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios. Cidades ”“ Rio de
Janeiro. 2010. Disponível em: <http://cod.ibge.gov.br/23W11>. Acesso em: 24 set.
2014.
INSTITUTO ETHOS. Nível de transparência das informações públicas nas cidades
sede da Copa 2014 é muito baixo, aponta indicador. São Paulo: Ethos, 2013.
Disponível em: <http://bit.ly/1nlSQDl>. Acesso em: 20 mai. 2014.
INSTITUTO TRATA BRASIL. Instituto Trata Brasil divulga ranking do saneamento com
avaliação dos serviços nas 81 maiores cidades do País. Disponível em: <http://
www.tratabrasil.org.br>. Acesso em: 06 nov. 2012.
MACHADO, C. J. S. Desenvolvimento Sustentável para o Antropoceno: um olhar
panorâmico. Rio de Janeiro: E-Papers, 2014.
MAKINDE, O. O. Urbanization, housing and environment: Megacities of Africa.
International Journal of Development and Sustainability, v. 1, n. 3, p. 976-993, 2012.
MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes,
2001.
MASCARENHAS, G. Desenvolvimento urbano e grandes eventos esportivos: o legado
olímpico dos jogos. In: MASCARENHAS, G.; BIENENSTEIN, G.; SÁNCHEZ, F. (orgs.). O
jogo continua: megaeventos esportivos e cidades. Rio de Janeiro: EDUERJ, FAPERJ,
2011a. p. 27-39.
MASCARENHAS, G. O ideário urbanístico em torno do olimpismo: Barcelona (1992)
e Rio de Janeiro (2007). In: MASCARENHAS, G.; BIENENSTEIN, G.; SÁNCHEZ, F. (orgs.).
O jogo continua: megaeventos esportivos e cidades. Rio de Janeiro: EDUERJ, FAPERJ,
2011b. p. 41-56.
OLIVEIRA, N. G. O poder dos jogos e os jogos do poder: os interesses em campo na
produção de uma cidade para o espetáculo esportivo. 308f. 2012. Tese (Doutorado
em Planejamento Urbano e Regional) ”“ Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional.
OLIVEIRA, L. P. H.; KRAU, L. Estudos aplicados à recuperação biológica da Baía de
Guanabara. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 74, n. 2, p. 99-145, 1976.
ONU critica Brasil por desapropriações para Copa e Olimpíada. Jornal O Globo, Rio
de Janeiro, 26 abr. 2011. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/politica/onucritica-
brasil-por-desapropriacoes-para-copa-olimpiada-2791929 >. Acesso em: 30
ago. 2014.
PAIVA, L. R.; MEDEIROS, M. G. P.; ÁLVARES, L. M. P. O paradigma neoliberal e os
megaeventos: como a copa e as olimpíadas servem à produção de cidades mais
excludentes no Brasil. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO
E PESQUISA EM PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL, 15, 2013,
Recife. Anais eletrônicos... Recife: ANPUR. Disponível em: <http://
www.xvenanpur.com.br/anais.php>. Acesso em: 03 abr. 2014.
PORTAL 2014. President of the IOC seeks slums urbanization before 2016 Rio
Olympics. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://bit.ly/1iDR6Cj>. Acesso em:
10 abr. 2014.
PORTAL POPULAR DA COPA E DAS OLIMPÍADAS. Dossiê Megaeventos e Violações
de Direitos Humanos no Brasil. Rio de Janeiro: 2012. Disponível em: <http://bit.ly/
1p0WUec>. Acesso em: 10 abr. 2014.
QUINN, B. Key Concepts in Event Management. London: Sage Publications, 2013.
RIO DE JANEIRO (município). Instituto Pereira Passos (IPP). Indicadores de Renda -
Desigualdade por extratos da população. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http:/
/bit.ly/PqD5w7>. Acesso em: 10 abr. 2014.
_____. Instituto Pereira Passos (IPP). Áreas de Planejamento e Regiões
Administrativas ”“ 2004. Disponível em: <http://bit.ly/1rf4yPR>. Acesso em: 10 abr.
2014.
_____. Secretaria Municipal de Saúde. Dengue: dados epidemiológicos. Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em: <http://bit.ly/1xfa8rI>. Acesso em: 20 mar. 2014.
ROMANCHUK, E. Long-term Effects Estimation of Mega-sport Events on Hosting
Countries with Transition Economies. 7th Silk Road International Conference
“Challenges and Opportunities of Sustainable Economic Development in Eurasian
Countries”. Tbilisi, p. 279-283, 2012.
SÁNCHEZ, F. et al. Jogos Pan-Americanos Rio 2007: um balanço multidimensional.
In: MASCARENHAS, G.; BIENENSTEIN, G.; SÁNCHEZ, F. (orgs.). O jogo continua:
megaeventos esportivos e cidades. Rio de Janeiro: EDUERJ, FAPERJ, 2011. p. 99-
122.
SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. F. Notas sobre a proibição de retrocesso em
material (socio) ambiental. In: SENADO FEDERAL. O princípio da proibição de
retrocesso ambiental. Brasília: CMA, 2012. p. 121-206.
SHIRAI, H. From Global Field to Local Neighbourhood: Sustainable Transformation
of the Olympic Park for the City. London: The London School of Economics and
Political Science, 2009.
SILVA, R. T. Research notes on the case of Brazilian metropolitan areas. In:
RODRIGUEZ, R. S.; BONILLA, A. (orgs.). Urbanization, Global Environmental Change,
and Sustainable Development in Latin America. São José dos Campos: IAI, INE,
UNEP, 2007. p. 127-160.
SOUZA, J. S. Lei geral da copa: a violência da exceção. In: CONGRESO ASOCIACIÓN
LATINOAMERICANA DE SOCIOLOGÍA, 29, 2013, Santiago. Anais eletrônicos...
Santiago: ALAS. Disponível em: <http://bit.ly/1ekcIEk>. Acesso em: 1 abr. 2014.
STRECK, L. L. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da
construção do Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
TORRES, H. G. Population and the environment: a view from Brazilian metropolitan
areas. In: HOGAN, D.; BERQUÓ, E.; COSTA, H. (Orgs.). Population and Environment
in Brazil. Campinas: CNPD/ABEP/NEPO, 2002. p. 147-166.
UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs (DESA). Sustainable
Development Challenges. New York: UN, 2013.
UTTARA, S.; BHUVANDAS, N.; AGGARWAL, V. Impacts of, urbanization on
environment. International Journal of Research in Engineering & Applied Sciences,
v. 2, n. 2, p. 1637-1645, 2012.
VERÍSSIMO, A. A. Four Decades of Urbanization of Slums in Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 2013. Disponível em: <http://bit.ly/1h7Jvva>. Acesso em: 10 abr. 2014.
VILANI, R. M.; MACHADO, C. J. S.; ROCHA, E. T. S. Saneamento, dengue e demandas
sociais na maior favela do Estado do Rio de Janeiro: a Rocinha. Vig Sanit Debate,
Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 18-29, 2014.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
La presentación de la(s) obra(s) científica(s) original(es) por parte de los autores, como titulares de los derechos de autor de los textos enviados a la revista, de conformidad con la Ley 9.610/98, implica la cesión de derechos de autor de publicaciones impresas y/o digitales a la Revista de Sustenibilidad en Debate de los artículos aprobados para fines de publicación, en un único número de la Revista, autorizando también que la(s) obra(s) científica(s) aprobada(s) se divulguen de forma gratuita, sin ningún tipo de reembolso de derechos de autor, a través del sitio web de a Revista, para leer, imprimir y/o descargar el archivo de texto, a partir de la fecha de aceptación para publicación. Por lo tanto, los autores, al presentar los artículos a la Revista y, en consecuencia, la libre cesión de derechos de autor relacionados con el trabajo científico presentado, son plenamente conscientes de que no serán remunerados por la publicación de los artículos en la revista.Â
La Revista está licenciada bajo una licencia no comercial y sin derivaciones Creative Commons (No permite la realización de obras derivadas) 3.0 Brasil, con el propósito de difundir conocimientos científicos, como se indica en el sitio web de la publicación, que permite el intercambio del texto y el reconocimiento de su autoría y publicación original en esta revista.
Los autores pueden asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de las obras publicadas en la revista Sustenibilidad en Debate (por ejemplo, en un capítulo de libro), siempre que se indique que los textos se publicaron originalmente en esta revista y que se menciona el DOI correspondiente. Se permite y incentiva a los autores a publicar y distribuir su texto online después de su publicación (por ejemplo, en repositorios institucionales o en sus páginas personales).Â
Los autores aceptan expresamente los términos de esta Declaración de Derechos de Autor, que se aplicará a la presentación si es publicada por esta Revista.