Saúde ecossistêmica:
do inconsciente ecológico a um novo projeto de civilização
DOI:
https://doi.org/10.18472/SustDeb.v9n1.2018.26953Palavras-chave:
Saúde Ecossistêmica, Epistemologia Sistêmica, Transdisciplinaridade, Ecologia Cognitiva, EcodesenvolvimentoResumo
Este artigo insere-se no debate em curso sobre abordagens ecossistêmicas em saúde de um ponto de vista sensível à s incertezas geradas em uma época estigmatizada pela “grande aceleração do Antropoceno”. Sob o pano de fundo das aporias da visão neoliberal do desenvolvimento, os autores resgatam o potencial contido nas pesquisas mais recentes sobre o funcionamento da mente e da consciência, em busca de estruturas unificadoras nas imagens que forjamos do ser humano e da evolução da vida no planeta. Nesse sentido, a noção de saúde ecossistêmica é associada à pesquisa de novos padrões de entrelaçamento coevolutivo ”“ ou simbiótico ”“ dos seres humanos com o planeta. O texto sugere que sua adoção equivaleria a uma metamorfose dos sistemas dualistas de crenças que se tornaram hegemônicos na cultura do Ocidente, rumo à construção de um novo projeto de civilização.
Referências
ANDREEWSKY, Evelyne et al.. Systémique et cognition. Paris: Dunod, 1991.
BECK, Ulrich. Risk society: towards a new modernity. London: Sage, 1992.
BERRY, Thomas. The great work ”“ our way into the future, New York: Bell Tower, 1999.
BERTALANFFY, Ludwig von. General systems theory. New York: Braziller, 1968.
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade. O que é ”“ O que não é. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
BOHM, David. A totalidade e a ordem implicada. Uma nova percepção da realidade. São Paulo: Cultrix, 1980.
BOHM, David; PEAT, David. La conscience et l’univers. Paris: Éditions du Rocher, 2008.
BONNEUIL, Christophe; FRESSOZ, Jean-Baptiste. L’événement anthropocène. La Terre, l’histoire et nous. Paris: Éditions du Seuil, 2013.
BOTKIN, Daniel. Discordant harmonies. A new ecology for the 21th. century. New York: Oxford University Press, 1990.
CHARRON, Dominique F.. Ecohealth Research in Practice: Innovative Applications of an Ecosystem Approach to Health. Springer, New York, NY, USA: International Development Research Centre, Ottawa, Canada, 2012.
CRUTZEN, Paul.J. Geology of mankind. Nature, vol. CDXV, 2002.
DAG HAMMARSKJÖLD FOUNDATION. What now? Uppsala: DHF, 1975.
DANSEREAU, Pierre. La terre des hommes et le paysage intérieur.Ottawa: Leméac, 1973.
DUFOUR, Rose. Complexité et santé publique. Conséquences systémiques de la répresentation du corps. Revue Internationale de Systémique, vol. 9, nr.3, p. 305-326, 1995.
DUPUY, Jean-Pierre. Pour un catastrophisme éclairé. Quando l’impossible est certain. Paris: Éditions du Seuil, 2002.
DUPUY, Jean-Pierre. Petite métaphysique des tsunamis. Paris: Seuil, 2005.
ECKERSLEY, Robyn. Environmentalism and political theory. Toward an ecocentric approach. London: UCL Press, 1992.
FORGET, Gilles; LEBEL, Jean. Approche écosystémique à la santé humaine. In: GÉRIN, M. et al. (Orgs.) Environnement et santé publique ”“ Fondements et pratiques. Edisem/Tec & Doc, Acton Vale/Paris, 2003. p. 593-638. Disponível em: <http://www.dsest.umontreal.ca/documents/29Chap23.pdf>. Acesso em : 20 fev. 2015.
GALTUNG, Johan. Cultural peace: some characteristics. In: UNESCO (Org.) From a culture of violence to a cultura of peace. Paris: UNESCO, 1996.
GUILLAUME, Bertrand. Anthropocene. In: BOURG, D.; PAPAUX, A. (Orgs.). Dictionnaire de la pensée écologique. Paris: PUF, 2015. p. 35-40.
GUNDERSON, L.H.; HOLLING, C.S. (Orgs.) Panarchy. Understanding transformations in human and natural systems. Washington: Island Press, 2002.
HATHAWAY, Mark; BOFF, Leonardo. O tao da libertação. Explorando a ecologia da transformação. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.
ILLICH, Ivan. La convivialité. Paris: Éditions du Seuil, 1973.
ILLICH, Ivan. Oeuvres complètes. Paris: Fayard, 2011.
LABORIT, Henri. Dieu ne jouepasauxdés. Paris: Grasset, 1987.
LASZLO, Ervin. Macrotransição. O desafio para o Terceiro Milênio. São Paulo: Axis Mundi, 2001.
LASZLO, Ervin; GROF, Stanislav; RUSSELL, Peter. The consciousness revolution. Las Vegas: Elf Rock Productions, 2003.
LASZLO, Ervin. A ciência e o campo Akáshico. Uma teoria integral de tudo. São Paulo: Cultrix, 2008.
LEBEL, Jean. La santé: une approcheécosystémique. Centre de recherches pour le développement international, Ottawa, Canada, 2003.
LE MOIGNE, Jean-Louis. Lesepistemologiesconstructivistes. Paris: PUF, 1995.
LORIUS, Claude; CARPENTIER, Laurent. Voyage dans l’Anthropocène. Cette nouvelle ère dont nous sommes les héros. Québec: Actes-Sud, 2010.
MARIS, Virginie. Philosophie de la biodiversité. Petite éthique pour une nature en péril. Paris: Buchet/Chastel, 2010.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. As bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Psy, 1995.
MAX-NEEF, Manfred. Fundamentos de latransdisciplinaridad. Valdívia, 2004.
MEADOWS, Denis; MEADOWS, Donnella.The limits to growth. New York: Universe Books, 1972.
MEADOWS, Denis; MEADOWS, Donnella; RANDERS. Les limites à la croissance (dans un monde fini). Paris: Editions Rue de l’Echiquier, 2004.
MIDAL, Fabrice. Quel boudhisme pour l’Occident? Paris: Éditions du Seuil, 2006
MORIN, Edgar. Introduction à la pensée complexe. Paris: ESF Editeur, 1990.
MORIN, Edgar; KERN, Anne B. Terre Patrie. Paris: Seuil, 2000.
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez Editora, 2000.
MORIN, Edgar; LE MOIGNE, Jean-Louis. A inteligência da complexidade. São Paulo: Peirópolis, 2000.
MURTI, Tirupattur R.V. The central philosophy of Buddhism. London: Unwin Paperbacks, 1980.
NAJMANOVICH, Denise. O sujeito encarnado ”“ questões para pesquisa no/do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade São Paulo: Trion, 1999.
PAUL, Patrick; PINEAU, Gaston (Orgs.) Transdisciplinarité et formation. Paris: L’Harmattan, 2005.
PETITMENGIN, Claire. Le chemin du milieu. Introduction à la vacuité dans la pensée boudhiste indienne. Paris: Éditions Dervy, 2007.
PINEAU, Gaston (Ed.) Pour une écoformation. Former à et par l’environnement. Arcueil (Número especial do periódico Education Permanente, n. 148, 2001).
PRIGOGINE, I. ; STENGERS, I. A nova aliança. Metamorfose da ciência. Brasília : Editora da UnB, 1997.
RANDOM, Michel. La pensée transdisciplinaire et le réel. Paris: ÉditionsDervy, 1996.
RIBEIRO, Maurício A. Meio ambiente & evolução humana. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.
SACHS, Ignacy. Stratégies de l’écodéveloppement. Paris: Les Editions Ouvrières, 1980.
SACHS Ignacy. Rumo à ecossocioeconomia. Teoria e prática do desenvolvimento. São Paulo: Cortez (Organizado por Paulo Freire Vieira), 2007.
SACHS, Ignacy. A terceira margem. Em busca do ecodesenvolvimento. São Paulo : Companhia das Letras, 2009.
SAINT-CHARLES, Johanne et al.. Ecohealth as a field: Looking forward. EcoHealth, 11, p. 300-307, 2014.
STEFFEN, Will.; CRUTZEN, Paul J.; McNEILL, Jim. The Anthropocene. Are humans now overwhelming the great forces of nature? AMBIO, vol. XXXVI, nr.8, 2007.
STENGERS, Isabelle. Au temps des catastrophes. Résister à la barbárie qui vient. Paris: La Découverte, 2009.
STERLING, Stephen. Transformative learning and sustainability: sketching the conceptual ground. Learning and Teaching in Higher Education, vol.5, 2011.
TEODORANI, Massimo. David Bohm. La physique de l’infini. Cesena: Macro Éditions, 2011.
TIRY, Gérard. Connaître le Réel. Mythes ou réalités. Lyon: Chronique Sociale, 1994.
VARELA, Francisco. Autonomie et connaissance. Essai sur le vivant. Paris: Éditions Du Seuil, 1989a.
VARELA, Francisco. Connaître les sciences cognitives.Tendances et perspectives. Paris: Éditions du Seuil, 1989b.
VARELA, Francisco; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor. A mente corpórea. Ciência cognitiva e experiência humana. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.
VARELA, Francisco. Quel savoir pour l’éthique? Action, sagesse et cognition. Paris: La Découverte, 1996.
VIEIRA, Paulo F.; RIBEIRO, Maurício A. Ecologia humana, ética e educação. A mensagem de Pierre Dansereau. Florianópolis: APED, 1999.
VIEIRA, Paulo Freire. Éducation pour l’écodéveloppement au Brésil: promesses et incertitudes. Éducation relative à l’environnement, vol. 4, 2003. p. 57-76.
VIEIRA, Paulo Freire; BERKES, Fikret; SEIXAS, Cristiana Simão. Gestão integrada e participativa de recursos naturais. Conceitos, métodos e experiências. Florianópolis: APED e Seco, 2005.
VIEIRA, Paulo Freire. Políticas ambientais no Brasil: do preservacionismo ao desenvolvimento territorial sustentável. Política & Sociedade, vol. 8, nr. 14, 2009.
VIEIRA, Paulo Freire. Ecodesenvolvimento: desvelando novas formas de resistência no Antropoceno. In: SOUZA, C.M.M.; SAMPAIO, C.A.C.; ALVES, A.R.; ALCÂNTARA, L.C. S. (Orgs.) Novos Talentos ”“ processos de educação para o ecodesenvolvimento. Blumenau: Nova Letra Editora, 2016. p. 23-63.
WATZLAWICK, Paul. A realidade inventada. Como sabemos o que cremos saber? Campinas : Editorial Psy II, 1994.
WCED. Our common future. Oxford: Oxford University Press, 1987.
WEBER, Renée. Diálogos com cientistas e sábios. A busca da Unidade. São Paulo: Editora Cultrix, 1997.
WILBER, Ken (Org.) O paradigma holográfico e outros paradoxos. Explorando o flanco dianteiro da ciência. São Paulo: Editora Cultrix, 1995.
WILBER, Ken. O espectro da consciência. São Paulo: Cultrix, 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A submissão de trabalho(s) científico(s) original(is) pelos autores, na qualidade de titulares do direito de autor do(s) texto(s) enviado(s) ao periódico, nos termos da Lei 9.610/98, implica na cessão de direitos autorais de publicação impressa e/ou digital à Revista Sustentabilidade em Debate do(s) artigo(s) aprovado(s) para fins da publicação, em um único número da Revista, autorizando-se, ainda, que o(s) trabalho(s) científico(s) aprovado(s) seja(m) divulgado(s) gratuitamente, sem qualquer tipo de ressarcimento a título de direitos autorais, por meio do site da Revista, para fins de leitura, impressão e/ou download do arquivo do texto, a partir da data de aceitação para fins de publicação. Portanto, os autores ao procederem a submissão do(s) artigo(s) Revista, e, por conseguinte, a cessão gratuita dos direitos autorais relacionados ao trabalho científico enviado, têm plena ciência de que não serão remunerados pela publicação do(s) artigo(s) no periódico.
A Revista encontra-se licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações (Proibição de Realização de Obras Derivadas) 3.0 Brasil, para fins de difusão do conhecimento científico, conforme indicado no sítio da publicação, que permite o compartilhamento do texto e o reconhecimento de sua autoria e publicação original nesta revista.
Os autores têm permissão para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva dos trabalhos publicados na Revista Sustentabilidade em Debate (por exemplo, em um capítulo de livro), desde que seja assinalado que os textos foram originalmente publicados nesta revista e que seja mencionado o DOI correspondente. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu texto online, após a publicação (por exemplo, em repositórios institucionais ou nas suas páginas pessoais).
Os autores declaram expressamente concordar com os termos da presente Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a submissão caso seja publicada por esta Revista.