Merê
territórios e territorialidades do cinema de cozinha
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.2648122Palavras-chave:
Cinema de cozinha, Cinema negro no feminino, Merê, Mulheres negras, TerritorialidadeResumo
Historicamente, a “cozinha foi para mulheres negras o território possível para engendrar levantes, revoluções”, afirma a cineasta Urânia Munzanzu, ao conceituar o “cinema de cozinha” como o lugar onde a “revanche” negra acontece. Território e territorialidade de magia e poder, na cozinha também se alimenta o corpo e são reestabelecidas as liga- ções com os ancestrais. O artigo analisa o filme Merê, de 2017, da primeira cineasta negra brasileira a dirigir um filme gravado no continente africano, Urânia Munzanzu, e toma sua concepção de “cinema de cozinha” para refletir o cinema negro no feminino como resistência e aquilombamento.
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