Tecendo encruzilhadas: negritude e transidentidades - arte do re(existir)

Auteurs-es

  • João Dantas dos Anjos Neto Universidade de Brasilia | Universidade Federal de Goiás
  • Maria Meire de Carvalho Universidade Federal de Goiás - UFG

DOI :

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v8i2.56170

Mots-clés :

Negritude, Religiosidade, Transexualidade, Resistência

Résumé

O presente artigo visa analisar as relações entre negritude, gênero e religiosidade no contexto brasileiro de religiões de matriz africanas. Busca-se tecer uma continuidade histórica entre o racismo advindo da escravidão e o desenvolvimento da Umbanda e Candomblé, situados em conflito direto com os sistemas dominantes que estabeleceram no Brasil uma conjuntura de opressão. Além disso, este trabalho articula as tradições religiosas de matriz africana com a vivência trans e travesti, no intuito de encontrar entre elas pontos de convergência e divergência e, nesse processo, criar horizontes de convívio e resistência. Vê-se os encontros entre tradição e ancestralidade religiosas com lutas contemporâneas de negritude, transgeneridade e travestilidade como importantes objetos de análise para a compreensão da contemporaneidade brasileira.

Biographies de l'auteur-e

  • João Dantas dos Anjos Neto , Universidade de Brasilia | Universidade Federal de Goiás

    Antropólogo, Doutor em Ciências Sociais/Antropologia pela PUC-SP e pela Universidade do Porto, Portugal. Professor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG; Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual (PPGACV/UFG); Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação (PPGCI/UFG); Consultor Ad Hoc do Ministério da Educação. Integra o Laboratório de Antropologia MATULA da UnB e é líder do Grupo de Pesquisa CNPq: Corpo, Cultura e Consumo. E-mail: joaodantas@ufg.br

  • Maria Meire de Carvalho, Universidade Federal de Goiás - UFG

    Professora Associada da Universidade Federal de Goiás – UFG; Diretora de Mulheres e Diversidade da Secretaria de Inclusão/UFG; Coordenadora da Coletiva Feminista GSEX; Presidenta da Comissão Permanente de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual, Importunação Sexual e Dioscriminação na UFG; Coordenadora da Pasquim Feminista:Informativo Libertário Rosa Gomes; Ekedi ti Oyá do Ilê Fará Imorá Odé. Contato: mmeire@ufg.br

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Publié

2025-02-02

Comment citer

Tecendo encruzilhadas: negritude e transidentidades - arte do re(existir): . (2025). Revista Calundu, 8(2), 9-24. https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v8i2.56170