POR QUE DEVERÍAMOS GIRAR O EIXO DA INVESTIGAÇÃO?

método filosófico em §§ 89-133 das Investigações Filosóficas

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.26512/pl.v3i5.11641

Mots-clés :

Wittgenstein. Investigações Filosóficas. Método Descritivo. Normatividade. Deliberação.

Résumé

Os parágrafos §§108-133 das Investigações Filosóficas de Wittgenstein parecem conter lembretes sobre o que se deve e não se deve fazer quando se faz filosofia: não se deve apresentar teorias (§109) nem tocar no uso efetivo da linguagem (§124); deve-se, por outro lado, reconduzir as palavras de um emprego metafísico para um emprego cotidiano (§116), simplesmente apresentar as coisas, sem explicá-las (§126). Mas se o modo correto de fazer filosofia é apenas descrever o que está ao alcance da vista, o que justifica estas considerações normativas? Se o que ele tem a oferecer são descrições, como ele pode apresentar considerações sobre a filosofia às quais a própria tradição filosófica parece não se conformar? Argumentaremos que estas passagens contém recomendações metodológicas. Elas, porém, não são resultado direto da aplicação do método, i.e., não são algo que descobrimos a respeito da filosofia usando o método ele mesmo. As considerações metodológicas são justificadas porque são resultado de um processo de deliberação fidedigno. O que torna o processo deliberativo fidedigno é o fato de que a aplicação do método nos fornece uma descrição acurada do fim que a prática filosófica tradicionalmente tem em vista, de maneira a nos equipar para deliberar corretamente.

Téléchargements

Les données de téléchargement ne sont pas encore disponible.

Biographie de l'auteur-e

  • Rafael Graebin Vogelmann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Références

BAKER, Gordon & HACKER, Peter. Wittgenstein:Understanding and Meaning: Part I: essays. 2.ed. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 2005.

CAVELL, Stanley. Notes and Afterthoughts on the opening of Wittgenstein's Investigations. In: SLUGA, H. & STERN, D. The Cambridge Companion to Wittgenstein. Cambridge: Cambridge University Press, 1996, p.261-295.

MCGUINN, Marie. Wittgenstein and the Philosophical Investigations. 2.ed. London: Routledge, 2002.

MULHALL, Stephen. Inheritance and Originality: Wittgenstein, Heidegger, Kierkegaard. Oxford: Clarendon Press, 2001.

MULHALL, Stephen. Philosophy's hidden Essence : PI 89-133. In: AMMERELLER, E. & FISHER, E. Wittgenstein at Work: Method in the Philosophical Investigations. London: Routledge, 2004, p.63-85.

STERN, David. Wittgenstein's Philosophical Investigations: An Introduction. New York: Cambridge University Press, 2004.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2000.

Téléchargements

Publié

2014-09-12

Numéro

Rubrique

Artigos

Comment citer

POR QUE DEVERÍAMOS GIRAR O EIXO DA INVESTIGAÇÃO? método filosófico em §§ 89-133 das Investigações Filosóficas. (2014). PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 3(5), 235-254. https://doi.org/10.26512/pl.v3i5.11641