Perspectivas da pessoa idosa hospitalizada

uma análise das percepções e expectativas para o ambiente de internação

Autores

  • Simone Borges João de Campos Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0009-0009-1092-3494
  • Lizandra Garcia Lupi Vergara Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0001-7631-8443
  • Maíra Longhinotti Felippe Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0001-9483-1654
  • João Paulo Lucchetta Pompermaier Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0001-5994-5744

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e58941

Palavras-chave:

Hospital, Ambiente de internação, Pessoa idosa, Arquitetura hospitalar

Resumo

A arquitetura hospitalar é essencial para o bem-estar dos pacientes, especialmente dos idosos, que enfrentam sérios desafios físicos e emocionais durante a internação. Com a projeção do IBGE de que a população acima de 60 anos triplicará até 2030, torna-se urgente que essa longevidade seja acompanhada por significativas melhorias na saúde e na qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo descrever as necessidades e expectativas do paciente idoso em relação ao quarto de internação hospitalar. A coleta de dados foi realizada em um hospital público de Florianópolis (SC) e envolveu duas técnicas principais: a aplicação de EmoCards, que auxiliaram na expressão emocional dos participantes, e entrevistas semiestruturadas, que permitiram aprofundar suas experiências. Os resultados evidenciaram atributos ambientais que favorecem a permanência e o conforto dos pacientes idosos, proporcionando uma compreensão mais ampla de suas necessidades e expectativas, enfatizando a importância de garantir uma circulação adequada nos ambientes e criar áreas específicas para o armazenamento de pertences. Além disso, o conforto dos acompanhantes é um fator importante, já que aqueles que acompanham os pacientes têm um papel significativo no bem-estar geral. Esses aspectos emergiram como fundamentais para melhorar a experiência da pessoa idosa durante a internação.

Biografia do Autor

  • Simone Borges João de Campos, Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteta e Urbanista, graduada pelas Faculdades Barddal de Artes Aplicadas (2016), e Mestra em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2025). Atua com ênfase em arquitetura hospitalar, envelhecimento e bem-estar ambiental, investigando as relações entre o espaço construído e a recuperação da saúde de pessoas idosas. Desenvolve pesquisas voltadas à qualificação de ambientes de internação, conforto e humanização de espaços, buscando promover ambientes acolhedores que favoreçam a saúde, a autonomia e o bem-estar dos usuários.

  • Lizandra Garcia Lupi Vergara, Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteta e Urbanista e Engenheira de Segurança do Trabalho, com Mestrado (2001) e Doutorado (2005) em Ergonomia pela Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Pós-Doutorado pela University of Illinois at Urbana-Champaign, EUA (2022). É Professora Titular da Engenharia de Produção da UFSC, atuando na Graduação (DEPS) e nas Pós-graduações em Engenharia de Produção (PPGEP) e Arquitetura e Urbanismo (PósARQ). Suas pesquisas enfocam ergonomia aplicada, tecnologias assistivas, saúde ocupacional e melhorias no ambiente construído para segurança e bem-estar dos usuários.

  • Maíra Longhinotti Felippe, Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteta e Urbanista (UFSC, 2001), Mestra em Psicologia (UFSC, 2010) e Doutora em Tecnologia da Arquitetura pela Università degli Studi di Ferrara, Itália (2015). Possui pós-doutorado em Psicologia (UFSC, 2016–2018) e em Arquitetura e Urbanismo (UFSC, 2019). É professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, coordena o PósARQ e o Laboratório de Psicologia Ambiental (LAPAM/UFSC).

  • João Paulo Lucchetta Pompermaier, Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteto e Urbanista (FAEM/UCEFF, 2019), Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2024) e Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pós-graduando em Inovação, Tecnologias Emergentes e Imersivas para Saúde Digital (UFG). Especialista em Neuroarquitetura (UNISUL, 2025), Docência no Ensino Superior (UNICSUL, 2023) e Design de Interiores (UNICSUL, 2021). Pesquisador no Laboratório de Ergonomia (LABERGO) do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas (DEPS/CTC/UFSC). Membro do grupo de pesquisa GMETTA - Grupo Multidisciplinar de Ergonomia do Trabalho e Tecnologias Aplicadas (UFSC/CNPq) e do Grupo de Estudos em Arquitetura e Engenharia Hospitalar (GEA-hosp/UFBA).

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Publicado

21-10-2025

Edição

Seção

Projeto e Planejamento

Como Citar

Perspectivas da pessoa idosa hospitalizada: uma análise das percepções e expectativas para o ambiente de internação. (2025). Paranoá, 18, e58941. https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e58941

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