Prefixos relacionais em Kaiowá
DOI :
https://doi.org/10.26512/rbla.v9i1.19523Mots-clés :
Prefixos Relacionais. Língua Kaiowá. Família Tupí-Guaraní.Résumé
Descrevemos a funcionalidade dos prefixos relacionais da língua Kaiowá, membro do sub-ramo I da família linguística Tupí-Guaraní (cf. Rodrigues, 1985). De acordo com Rodrigues (1981, 1985, 1996) e Cabral (2001), trata-se de morfemas que marcam relações de dependência (subordinação e determinação) e de contiguidade sintática entre temas relativos (verbos, posposicições e parte dos temas nominais) e seus respectivos determinante. Em Kaiowá, identificamos quatro prefixos relacionais: R1 (marca de contiguidade sintática do determinante em relação ao determinado); R2 (marca de não-contiguidade sintática do determinante em relação ao tema determinado); R3 (marca de correferencialidade com o sujeito de terceira pessoa); e R4 (marca no determinado que o seu determinante é genérico humano). Demonstramos que, embora os relacionaisda língua Kaiowá tenham sofrido mudanças na história da língua, as quais ocasionaram deslocamentos de temas de uma classe a outra, continuam ativos e fundamentais na morfossintaxe Kaiowá.
Références
Barros, E. B. L. de. 2014. Dicionário bilíngue Kaiwá-Português. Dissertação de Mestrado. Três Lagoas-MS: UFMS.
Brand, Jacob. 1993. O confinamento e seu impacto sobre os pai-Kaiowá. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: PUC.
Brand, Jacob. 2004. Os complexos caminhos da luta pela terra entre os Kaiowá e Guarani no
MS. Tellus, Campo Grande, v. 6, n. 1, p. 137-150.
Bridgeman, L. I. A note on stress in Kaiwá. 1960. Arquivo Linguistico no 225. BrasiliaDF:
Summer Institute of Linguistic.
Brand, Jacob. 1961. Kaiwa (Guarani) phonology. International Journal of American
Linguistics, 27, p. 329-334.
Brand, Jacob. 1981. O parágrafo na fala dos Kaiwá-Guarani. Brasilia-DF: Summer Institute
of Linguistics.
Brand, Jacob. 2001. Dicas sobre a língua Kaiwá. Sociedade Internacional de Linguística ”“ SIL.
Cabral, A. S. A. C. 2001. Flexão Relacional na Família Tupí-Guaraní. Boletim ABRALIN, 25: 233-62.
Cardoso, V. F. 2001. Um estudo de categorias sintagmáticas da língua Kaiowá/ Guarani. Dissertação de Mestrado. Mato Grosso do Sul: UFMS.
Brand, Jacob. 2005a. Estudo Preliminar da Morfossintaxe Verbal da Língua Kaiowá-Guarani. Estudos Lingüísticos GEL, http://gel.org.br/4publica-est, v. XXXIV, p. 714-719.
Brand, Jacob. 2005. Categorias Sintagmáticas Lexicais da Língua Kaiowá-Guarani. In: BARONAS, R. L. (Org.). Identidade Cultural e Linguagem. Campinas - Caceres: Pontes e Unemat editora, p. 83-93.
Brand, Jacob. 2006. Marcadores de Pessoa em Kaiowá/Guarani. Ave Palavra (UNEMAT), v. 1, p. 15-30.
Brand, Jacob. 2008a. Aspectos Morfossintáticos da Língua Kaiowá (Guarani). Tese de Doutorado. Campinas, SP: Unicamp.
Brand, Jacob. 2008b. Negação em Kaiowá (Guarani). Ave Palavra (UNEMAT), v. 10, p. 1-7.
Brand, Jacob. 2009. Sistematização da Fonologia Kaiowá: nasalização e/ou oralização.
Sínteses (UNICAMP. Online), v. vol.14, p. 31-72.
Brand, Jacob. 2010a. Inversión semántica en Kaiowá. In: Lengua y Literatura Mapuche, v.
, p. 20-32.
Brand, Jacob. 2010b. O idioma guarani e suas variações. IHU On-Line (UNISINOS. Impresso), v. x, p. 25-26;
Brand, Jacob. 2010c. A língua guarani e o português no Brasil. In: NOLL, Volker; Wolf
Dietrich. (Org.). O português e o tupi no Brasil. 1ed.São Paulo -SP: Editora Contexto, v., p. 155-166.
Brand, Jacob. 2011. In: Oliveira, D. P. de. (Org.). Estudos linguísticos - gramática e variação. Campo Grande-MS: Ed. UFMS, v. 1, p. 75-90.
Brand, Jacob. 2013. Sujeito bilíngue em situação de contato: o português e o guarani. In: Maluf-Souza, O.; Silva, V.; almeida, E. de; Bisinoto, L. S. J. B. (Orgs.). Discurso,
Sujeito e memória. 1ed.Campinas-SP: Pontes, v. 0, p. 21-31.
Brand, Jacob. 2014a. Contato de línguas: o português e o kaiowá/guarani. III Encuentro de Lenguas Indígenas Americanas, v. 1, p. 79-90.
Brand, Jacob. 2014b. O português de contato dos Kaiowá (Guarani). In: Ferreira, R. V.; Sá Amado, R. de & Cristino, B. P. (Orgs.). Português Indígena: novas reflexões.
München - Alemanha: LINCOM Studies in Romance Linguistics, v. 1, p. 50-70.
Brand, Jacob. 2014c. A variedade kaiowá (guarani) e seu contexto multilíngue. In: Pria, A. D.; Moralis, E. G.; Cardoso-Carvalho, V. F.; carvalho, G. A. de. (Org.). Linguagem e línguas: invariância e variação. Campinas-SP: Pontes, v. 1, p. 59-70.
Brand, Jacob. 2014d. Contato de língua o português e o Kaiowá (guarani). In: Malvestitti,
M.; Dreidemie, P. (Orgs.). III Encuentro de Lenguas Indígenas Americanas. Libro de Actas. Bariloche-AR: Viedma, v. 1, p. 79-90.
Brand, Jacob. 2015. Descrição Gramatical do Kaiowá (Guarani). 1. ed. (Reino Unido e Alemanha): NEA - Novas Edições Acadêmicas, v.1.
Cardoso, V. F.; Moralis, E. G. , 2012. Influência linguística e situação de contato entre o português e o Kaiowá (Guarani). Abralin Curitiba 2011, v. 1, p. 1-12.
Cavalcante, Thiago Leandro Vieira. 2013. Colonialismo, território e territorialidade: a luta pela terra dos Guarani e Kaiowa em Mato Grosso do Sul. Tese de Doutorado. Assis-SP: UNESP.
CENSO DEMOGRÁFICO. 2010. Características gerais dos indígenas. Rio de Janeiro IBGE, pp. 1-254.
Chamorro, G. História Kaiowa: Das Origens aos Desafios Contemporâneos. 2015. São Bernardo do Campo: Nhanduti Editora.
Concianza. Fabio. et al. Vocabulário escolar bilíngue Kaiowá e Português. 2015. Dourados, MS. UFGD, 116 p.
Eremites de Oliveira, J.; Pereira, L. M.. 2009. Ñande Ru Marangatu. Laudo antropológico e histórico sobre uma terra kaiowa na fronteira do Brasil com o Paraguai, município de Antônio João, Mato Grosso do Sul. Dourados: Editora UFGD.
Harrison, C. H. e J. M. 1958. Kaiwá phonemes and syllable struture. Summer Institute of Linguistics.
Harrison, C. H. e J. M. 1971. Nasalization in Kaiwá. In: D. Bendor-Samuel (ed.) Tupi Studies 1, University of Oklahoma, Norman, p. 15-20.
Lutti, A.C. , 2009. Acampamentos indígenas e ocupações: novas modalidades de organização e territorialização entre os Guarani e Kaiowá no município de Dourados ”“ MS: (1990-2009). Dissertação de Mestrado. Dourados: UFGD.
Lima, M. H. F. 2012. Quando a terra indígena é um acampamento de baracos: situações vivenciadas por índios Guarani Kaiowa e Ñandeva em Mato Grosso do Sul. In: XI Encontro de História de Mato Grosso do Sul, 2012, Campo Grande. XI Encontro...,
Maciel, N. A. História dos Kaiowa da Aldeia Panambizinho da década de 1920 aos dias atuais. 2005. Dissertação (Mestrado em História). Dourados: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Martins, A. M. S. A. , 2014. A presença do prefixo correferencial de terceira pessoa em uma variedade da língua Kaiowá. In: PRIA, Albano Dalla et al. (Orgs.). Linguagem e línguas: invariância e variação. Campinas-SP: Pontes.
Pacheco, R.A.S. 2004. Mobilidades guarani Kaiowá e Ñandeva e a (re)construção de territórios (1978-2003): novas perspectivas para o direito indígena. Dissertação (Mestrado em História). Dourados: UFMS.
Pereira, Levi Marques. 2003. O movimento étnico-social pela demarcação das terras guarani em MS. Tellus, Campo Grande, v. 3, n. 4, p. 137-145, abr.
Pereira, Levi Marques. 2006. Assentamentos e formas organizacionais dos Kaiowa atuais: o caso dos índios corredor. In: Tellus, v. 6, n. 10., p. 9-81.
Pereira, Levi Marques. 2010. Demarcação de terras kaiowa e guarani em MS: ocupação tradicional, reordenamentos organizacionais e gestão territorial. In: Tellus, ano 10, n. 18. Campo
Grande, 115-137.
Pereira, Levi Marques. 2015. A Reserva Indígena de Dourados: a atuação do Estado brasileiro e o surgimento de figurações indígenas multiétnicas. In: CHAMORRO, Graciela &
COMBÈS, Isabelle. Povos indígenas em Mato Grosso do Sul: história, cultura e transformações sociais. Dourados-MS: Ed. UFGD, pp. 781-794.
Pike, K. L. Language. In: Relation to a Unified Theory of the Structure of Human Behavior. 1954. Summer Institute of Linguistics, Santa Ana, Cal. Vol. I.
Rodrigues, A. D. Estrutura do Tupinambá, 1981, ms. Publicado em: Cabral, A.S.A.C.;
Rodrigues, A.D.; Duarte, F.B. Línguas e Culturas Tupí. 2010. Campinas, SP: Curt Nimuendajú; Brasília: LALI/UnB, pp. 11-42.
Rodrigues, A.D.; Duarte, F.B. 1984-85. Relações internas na família lingüística Tupí-Guaraní. Revista de Antropologia, 27/28, p. 33-53. São Paulo.
Rodrigues, A.D.; Duarte, F.B. 2011. Argumento e Predicado em Tupinambá. Boletim da ABRALIN, n. 19, 1996, p. 57-66. Rebuplicado na Revista de Linguística Antropológica, v. 3, n.1 (Jul. 2011) ”“ Brasília: Laboratório de Línguas Indígenas, Instituto de Letras, Universidade de Brasília, p. 93-102. Aryon Dall’Igna Rodrigues (editor), Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (co-editora).
Silva, C. A. do. N. 2011. O uso de neologismos por empréstimo em Kaiwá: um estudo preliminar da versão do Novo Testamento Bíblico. Dissertação de Mestrado. Três Lagoas: UFMS.
Silva, M. A. da. O Movimento dos Guarani e Kaiowá de reocupação e recuperação de seus territórios em Mato Grosso do Sul e a participação do Conselho Indigenista Missionário. 2010 [1966]. Dissertação (Mestrado em História). Dourados: UFMS, 2005.
Taylor, John Michael and Taylor, Audrey Helen. Statement of Kaiwá Grammar from Clause to Morpheme Level. Associação Internacional de Linguística ”“ SIL Brasil, Anápolis-GO.
Taylor, John Michael and Taylor, Audrey Helen. Gramática Pedagógica da Língua Kaiowá. SIL, s/d.
Vietta, K. Histórias sobre terras e xamãs kaiowa: territorialidade e organização social na perspectiva dos Kaiowa de Panambizinho (Dourados, MS) após 70 anos de exploração e povoamento não indígena da faixa da fronteira entre o Brasil e o Paraguai. 2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social). São Paulo: USP.
Téléchargements
Publié
Numéro
Rubrique
Licence
© Revista Brasileira de Linguística Antropológica 2018

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans RBLA acceptent les conditions suivantes :
a) Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, et l'œuvre est simultanément sous licence Creative Commons Attribution License, qui permet le partage de l'œuvre avec la reconnaissance de la paternité de l'œuvre et la publication initiale dans cette revue .
b) Les auteurs sont autorisés à conclure des contrats supplémentaires séparément, pour la distribution non exclusive de la version de l'œuvre publiée dans cette revue (par exemple, publier dans un référentiel institutionnel ou sous forme de chapitre de livre), avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans ce journal.
c) Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier leur travail en ligne (par exemple, dans des référentiels institutionnels ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des changements productifs, ainsi qu'augmenter l'impact et la citation de l'ouvrage publié.