O retorno ao passado em Barco a seco e o jogo de construção e desconstrução narrativa
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018482Resumo
O artigo realiza uma análise do livro Barco a seco (2001), de Rubens Figueiredo, tendo como foco o conflito entre as diversas narrativas que são construídas no interior do romance a partir da mediação do protagonista Gaspar Dias. O conflito se dá em torno do desejo de Gaspar de retornar ao passado e construir diversas narrativas baseadas em preceitos realistas, almejando uma verdade única e sólida, ao mesmo tempo que, para isso, necessita recorrer ao ato de criação, que estabelece uma relação distinta com a verdade. Para entender essa contradição, que gera o jogo de construção e desconstrução da narrativa, o trabalho apoia-se principalmente nas ideias de Octavio Paz sobre as relações da obra de arte com o tempo, no debate que Andreas Huyssen propõe em torno da musealização do passado e na teoria da história do Bastardo, de Marthe Robert.
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