“Nenhum rosto sem o outro”:
a poética ameríndia e o devir-menor
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018539Abstract
Este trabalho discute alguns aspectos do impacto estético, político, ético e ontológico causado pela presença da poética ameríndia na literatura brasileira contemporânea a partir de alguns poemas do livro Roça barroca, de Josely Vianna Baptista, e da antologia Cantos ameríndios, que abre a coleção Poesia.br, organizada por Sergio Cohn. Busca-se debater de que maneira os cantos ameríndios engendram um devir-menor que descentraliza nosso cânone literário, desestabiliza a língua portuguesa, “escova a história a contrapelo”, borra as dicotomias hierárquicas ocidentais entre humano e inumano, mesmidade e alteridade.
References
AGAMBEN, Giorgio (2002). Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG.
ANDRADE, Oswald de (1990). A utopia antropofágica. São Paulo: Globo.
ANDRADE, Oswald de (1992). Estética e política. São Paulo: Globo.
BAPTISTA, Josely Vianna (2011). Roça barroca. São Paulo: Cosac Naify.
BARTHES, Roland (2004). O rumor da língua. Prefácio de Leyla Perrone-Moisés. Tradução de Mario Laranjeira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes.
BENJAMIN, Walter (1994). Sobre o conceito da história. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense.
BLANCHOT, Maurice (2005). O livro por vir. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes.
BORGES, Jorge Luis (2008). O fazedor. Tradução de Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras.
CAMPOS, Augusto e Haroldo de (2002). Re visão de Sousândrade. São Paulo: Perspectiva.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2000). Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. In: ALLIEZ, Éric (Org.). Gilles Deleuze: uma vida filosófica. São Paulo: 34.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2002). A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2010). Antropologia renovada. Revista Cult, São Paulo, ano 13, n. 153, dez.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2011). O intempestivo, ainda. In: CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência. Tradução de Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2012). “Transformação” na antropologia, transformação da “antropologia”. Mana, Rio de Janeiro, v.18, n.1, p. 151-171, abr. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/mana/v18n1/a06v18n1.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2017.
CASTRO, Eduardo Viveiros de (2016). Os involuntários da pátria. São Paulo: n-1. (Série Pandemia).
CLASTRES, Pierre (2003). A sociedade contra o Estado. Tradução de Theo Santiago. São Paulo: Cosac Naify.
COHN, Sergio (Org.) (2012). Poesia.br: cantos ameríndios. Rio de Janeiro: Beco do Azougue.
DANOWSKI, Déborah; CASTRO, Eduardo Viveiros de (2014). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro: Cultura e Barbárie.
DELEUZE, Gilles (1997). Crítica e clínica. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: 34.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix (1977). Kafka: por uma literatura menor. Tradução de Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Imago.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix (2008). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. 4. reimpressão. São Paulo: 34. v. 3.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix (2011). Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. 2. ed. Rio de Janeiro: 34. v. 2.
DERRIDA, Jacques (2002). O animal que logo sou. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: Editora da Unesp.
DIDI-HUBERMAN, Georges (2003). O anacronismo fabrica a história: sobre a inatualidade de Carl Einstein. Tradução de Maria Ozomar Ramos Squeff. In: ZIELINSKY, Mônica (Ed.). Fronteiras: arte, crítica e outros ensaios. Porto Alegre: Editora da UFRGS.
DIDI-HUBERMAN, Georges (2014). Pueblos expuestos, pueblos figurantes. Tradução de Horacio Pons. Buenos Aires: Manantial.
KOPENAWA, Davi (2000). Sonhos das origens. In: ISA ”“ INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos indígenas no Brasil (1996-2000). São Paulo: ISA. Disponível em: <https://goo.gl/xFwFj8>. Acesso em: 11 nov. 2017.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce (2015). A queda do céu. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras.
LÉVI-STRAUSS, Claude (1989). O pensamento selvagem. Tradução de Tânia Pellegrini. Campinas: Papirus.
LÉVI-STRAUSS, Claude (1993). História de lince. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras.
LÉVI-STRAUSS, Claude (2005). De perto e de longe. Tradução de Léa Mello e Julieta Leite. São Paulo: Cosac Naify.
NANCY, Jean-Luc (2006). Ser singular plural. Tradução de Antonio Tudela Sancho. Madrid: Arena Libros.
NEGRI, Antonio (2003). Cinco lições sobre Império. Tradução de Alba Olmi. Rio de Janeiro: DP&A.
NODARI, Alexandre (2007). A posse contra a propriedade: pedra de toque do direito antropofágico. 2007. Dissertação (Mestrado em Literatura) ”“ Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
ROSA, João Guimarães (2001). Meu tio o Iauaretê. In: ROSA, João Guimarães. Estas estórias. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
STERZI, Eduardo (2016). O errante e a terra. In: SEMINÁRIO SOBRE SOUSÂNDRADE. 16 ago. 2016, Fundação Casa de Rui Barbosa. On-line. Disponível em: <https://www.academia.edu/22208977/O_errante_a_terra>. Acesso em: 11 nov. 2017.
VILAÇA, Aparecida (2000). O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 56-72.
VILAÇA, Aparecida (2010). O gosto pelo outro ”“ Lévi-Strauss e os índios. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 45, n. 270, maio.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) The authors maintain the copyright and grant the journal the right of first publication, the work being simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License-Non Commercial 4.0 which allows the sharing of the work with acknowledgment of the authorship of the work and publication this journal.
b) Authors are authorized to enter into additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg publish in institutional repository or as a book chapter), with authorship recognition and publication in this journal.
c) Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) after the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Free Access).
d) The authors of the approved works authorize the magazine to, after publication, transfer its content for reproduction in content crawlers, virtual libraries and the like.
e) The authors assume that the texts submitted to the publication are of their original creation, being fully responsible for their content in the event of possible opposition by third parties.