Entre o especulativo e o espetacular: clima, capital e espetáculo em A extinção das abelhas (2021)
Palavras-chave:
mudança climática; espetáculo; capital; coletividadeResumo
Este artigo investiga o uso de espetáculo para representar a mudança climática no romance A extinção das abelhas (2021) de Natalia Borges Polesso, a fim de explorar a alienação de experiência sob o Capitaloceno (Moore, 2015) e de imaginar como comunidades heterogêneas podem ser formadas diante da crise ecológica. No romance, o espetáculo destaca tanta a degradação do ambiente natural quanto a degradação da sociedade. Contudo, apesar deste mundo em colapso, a narrativa articula por meio da estrutura formal e sua conclusão eventual um détournement ecológico que convida os leitores a imaginar formas alternativas de coletividade e futuros para a humanidade.
Referências
ANDERSON, Benedict (2006). Imagined communities: reflections on the origins and spread of nationalism. New York: Verso.
ANDERSON, Mark; BORA, Zélia (2016). Ecological crisis and cultural representation in Latin America: ecocritical perspectives on art, film, and literature. Lanham: Lexington Books.
BARBOSA, Diego (2021). Livro “A extinção das abelhas” é relato penetrante sobre os vários colapsos do nosso tempo. Diário do Nordeste, Verso. Available at: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso/livro-a-extincao-das-abelhas-e-relato-penetrante-sobre-os-varios-colapsos-do-nosso-tempo-1.3126517 Accessed on: Jan. 18, 2024.
BRAGA NEVES, Júlia (2023). Uma distopia do presente? O futuro em a extinção das abelhas de Natalia Borges Polesso. Abusões, Rio de Janeiro, v. 22, n. 22, p. 133-158. https://doi.org/10.12957/abusoes.2023.75159
» https://doi.org/10.12957/abusoes.2023.75159
CHAKRABARTY, Dipesh (2009). The climate of history: four theses. Critical Inquiry, v. 35, n. 2, p. 197-222. https://doi.org/10.1086/596640
» https://doi.org/10.1086/596640
CRARY, Jonathan (2013). 24/7: late capitalism and the ends of sleep. New York: Verso.
CRARY, Jonathan (2022). Scorched earth: beyond the digital age to a post-capitalist world. New York: Verso Books.
DEBORD, Guy (1995). Society of the spectacle New York: Zone Books.
GIDDENS, Anthony (2002). Runaway world: how globalization is reshaping our lives. London: Profile Books.
GREBOWICZ, Margret (2013). Why internet porn matters Stanford: Stanford Briefs.
HEISE, Ursula K. (2008). Sense of place and sense of planet: the environmental imagination of the global. New York: Oxford University Press.
KALAIDJIAN, Andrew (2017). The Spectacular Anthropocene. Angelaki, v. 22, n. 4, p. 19-34. https://doi.org/10.1080/0969725X.2017.1406044
» https://doi.org/10.1080/0969725X.2017.1406044
MOORE, Jason W. (2015). Capitalism in the web of life: ecology and the accumulation of capital. New York: Verso.
PARKINSON, Justin (2016). The significance of Sarah Baartman. BBC Magazine. Available at: https://www.bbc.com/news/magazine-35240987 Accessed on: Feb. 16, 2024.
» https://www.bbc.com/news/magazine-35240987
POLESSO, Natália Borges (2021). A extinção das abelhas São Paulo: Companhia das Letras.
SALAS, Javier (2019). “Dois minutos” para o fim do mundo. El País Available at: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/22/ciencia/1548172912_976395.html Accessed on: Jan. 23, 2024.
» https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/22/ciencia/1548172912_976395.html
TALLY JR., Robert T. (2024). The fiction of dread: dystopia, monstrosity, and apocalypse. New York: Bloomsbury.
TOMLINSON, John (1999). Globalization and culture Chicago: University of Chicago Press.
TREXLER, Adam (2015). Anthropocene fictions: the novel in a time of climate change. Charlottesville: University of Virginia Press.
TSING, Anna Lowenhaupt (2015). The mushroom at the end of the world: on the possibility of life in capitalist ruins. Princeton: Princeton University Press.
WALKOWITZ, Rebecca L. (2009). Comparison literature. New Literary History, v. 40, n. 3, p. 567-582.
WILLIAMS, Linda (1999). Hard core: power, pleasure, and the “frenzy of the visible”. Berkeley: University of California Press.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.