A URBANIZAÇÃO COMO PROCESSO NA IMPLANTAÇÃO DE GRANDES EMPREENDIMENTOS: UM OLHAR SOBRE FORDLÂNDIA, PORTO DE PECÉM E CARAJÁS
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562018e40198Palavras-chave:
megaempreendimentos, processo de urbanização, lógicas globais, Fordlândia, Porto de Pecém, CarajásResumo
O presente trabalho aborda as contradições e especificidades do processo de urbanização em três áreas do Brasil que têm em comum megaempreendimentos. Trata-se de megaprojetos no Norte: Fordlândia e Estrada de Ferro Carajás; e no Nordeste: Porto de Pecém, que envolvem lógicas e tempos distintos, porém com convergências que o capital promove para criar suas geografias. Temos por objetivo analisar aspectos da abordagem espacial que se estabelece a partir da correlação entre o global e o local, e quais as características do processo de urbanização ligados e/ou desencadeados por esses megaprojetos. A construção teórica de abordagem assumida é a de que a urbanização é um processo contemporâneo que atua conectando os espaços locais às lógicas capitalistas globais, cuja principal característica de manifestação é a criação de especificidades e também a incessante (re)construção dos lugares. A metodologia de abordagem é qualitativa e busca interpretar os diferentes se um megaprojeto audacioso lançado pelo governo militar que ao longo do tempo, foi privatizado, e se tornou uma multinacional e (c) o Porto do Pecém que, apoiado nas lógicas das parcerias público-privadas (PPP), configura um importante Complexo Industrial e Portuário CIPP) com posição estratégica para a multinacionais envolvidas. As três lógicas apresentam especificidades, mas também o viés comum que o capital possui de criar geografias se configurando como próteses, por vezes em maior ou menor medida, nos territórios onde estão inseridos.
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