O TERRITÓRIO DO LIXO: DISCUTINDO O CASO DOS CATADORES DE MATERIAIS DE JACOBINA – BAHIA
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562017e40163Palavras-chave:
Territorialidade, (Des)territorialidade, (Re)territorialidade, Catadores, Materiais recicláveisResumo
Durante muito tempo, não se sabia o que fazer com os resíduos sólidos urbanos gerados, limitando-se apenas a descartá-lo em uma área distante dos centros urbanos, os conhecidos lixões. No Brasil, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS os "lixões" deveriam ter sido erradicados até 2014. Embora tenha havido prorrogação desse prazo, a Lei nº 12.305/2010, se apresenta de grande relevância uma vez que é a primeira legislação brasileira a tratar especificamente da questão dos resíduos sólidos e propor a sua adequada gestão e gerenciamento. As áreas dos lixões confirmaram-se, durante muito tempo, como território de identidade dos catadores de lixo, sendo estes o espaço onde eles moravam, de onde comiam, vestiam e garantiam o sustento das suas famílias. A determinação legal da PNRS para a extinção dos lixões acabara por promover a (des) territorialização dos catadores com o lugar, obrigando-os a se (re)territorializarem no novo espaço de aterros controlados. Este artigo tem como objetivo discutir acerca do processo de territorialização-reterritorialização-desterritorialização dos catadores de materiais recicláveis em Jacobina – Bahia. Para o seu desenvolvimento foi necessária primariamente uma pesquisa de levantamento bibliográfico, visita à área de estudo e busca de dados em documentos do arquivo da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis Recicla Jacobina, buscando oferecer dados que possibilite uma melhor compreensão do tema tendo em vista o agravo dos lixões nos ambientes urbanos causando grandes problemas ambientais de ordem social, cultural, econômico, de saúde e ambiental.Referências
ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. 2011. Disponível em: http:/l www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2011.pdf. Acesso em setembro de 2017.
__________Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. 2014. Disponível em: http:// www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf. Acesso em: setembro de 2017
ANTUNES, Ricardo. O trabalho, sua nova morfologia e a era da precarização estrutural Revista THEOMAI/THEOMAI Journal, número 19, setembro 2009. Disponivel em:<http://www.revista-theomai.unq.edu.ar/numero19/ArtAntunes.pdf>.Acesso em: setembro de 2017.
BAPTISTA, R.S. Reciclagem, Ação Social e Política de gerenciamento do Lixo em São Paulo. São Paulo: ENPAD 2004.
BRASIL. Lei 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de I1 de maio de 1990. 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987. de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei n° 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. Brasília, D.O.U., 08/01/2007.
__________Lei 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, D.O.U. Acesso em setembro de 2017.
BRASIL. Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Versão preliminar para consulta. Brasília, setembro de 2011.
BRINGHENTI, J.R Coleta seletiva de resíduos só lidos urbanos: aspectos operacionais e da participação da população. Dissertação (Doutorado) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
CASTELLS, M. Communication, Power and Counter-power in the Network Society. Annenberg School for Communication. University of Southern California. P.238-266.2006.
CORNIERI, M. G. FRACALANZA. A. P. Desafios do lixoemnossasociedade.Revista Brasileira de Ciências Ambientais - Número 16 - Junho/2010. Disponivel em: http://abes-dn.org.br/publicacoes/rbeiamb/PDFs/16-09_RBCIAMB-N16-Jun-2010- Materia07 _artigos239.pdf. Acesso em setembro de 2017.
CORRÈA. Roberto Lobato. Territorialidade e corporação: um reflexo. M. et. al. (Orgs.). Território: Globalização e fragmentação. S. ed. São Paulo: Hucitec/Ampur, 2002.
EQUIPE FPI. Velho Chico: a experiência da Fiscalização Preventiva Integrada na Bahia. /Equipe FPI. I° edição. Salvador: Ministério Público da Bahia e Orgãos Parceiros do Programa FPI, 2014. 430F. Disponível em: https://issuu.com/minhayaya/docs/ site livro 240x270 velho chico otim. Acesso em setembro de 2017.
HAESBAERT, R. O Mito da desterritorialização. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
____O Mito da Desterritorialização: do "Fim dos Territórios" Multiterritorialidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
____O mito da desterritorilização: do fim dos territórios a multiterritorialidade. 5ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores de desenvolvimento sustentável Brasil 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/ recursosnaturais/ids/defaulttab.shtm>,Acessoem:setembrode2017.
MNCR. Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, A cooperativa prefeitura celebraram o contrato para prestação de coleta seletiva. 2014. Disponível em: http:/www.mncr.org.br/noticias/blog-nordeste-1/catadores-de- jacobina-na-bahia-comemoram-reconhecimento.Acessoem:setembrode2017.
PUMA. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Volume de resíduos urbanos crescerá de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões até 2025. 2012 Disponivelem:https://nacoesunidas.org/volume-de-residuos-urbanos-crescera-de- 13-bilhao-de-toneladas-para-22-bilhoes-ate-2025-diz-pnuma/?Acessoemsetembro de 2017.
RAFFESTIN, Claude, Por uma geografia do poder. Tradução de Maria Cecilia França São Paulo: Ática, 1993.
RETONDAR, Anderson Moebu, A (re)construção do individuo: a sociedade de consumo como "contexto social" de produção de subjetividades. Sociedade e Estado, Brasília, v. 23, n. 1, p. 137-160, jan./abr 2008, Disponível em: http://www. scielo.br/pdf/se/v23n1/a06v23n1.pdf. Acesso em: setembro de 2017.
SACK, R. D. Human territoriality: its theory and history. Cambridge: Cambridge University Press. 1986.
SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, Edusp, 1978.
SANTOS, M. N. G. GONÇALVES, R. C. ORSINE, J. V. C. Disposição final dos resíduos sólidos do município de Pires do Rio - GO. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.13;2011. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/ciencias%20ambientais/disposicao%20 final. pdf. Acesso em: setembro de 2017. SAQUET, Marcos Aurélio. O território: diferentes interpretações na literaturaitaliana. In: RIBAS, A. D.; SPOSITO, E. S.;
SAQUET, M. A. Território e Desenvolvimento: diferentes abordagens. Francisco Beltrão: Unioeste,2004.
TROMBETA.L.R. Otrabalho dos catadores de materiais recicláveis: da precarização à organização do trabalho. Revista Pegada - vol. 13 n.1. junho/2012. Disponivel em:http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/download/1083/1895 Acesso em: setembro de 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.