O CENTENÁRIO DA FERROVIA BRASILEIRA (1954): ENSAIO SOBRE A ELABO-RAÇÃO DA MEMÓRIA FERROVIÁRIA NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562013e39997Palavras-chave:
memória, patrimônio ferroviário, Barão de MauáResumo
Em 1954, comemorou-se o centenário das ferrovias no Brasil. A data faz alusão ao primeiro trecho de 14,5 quilômetros de via férrea no Brasil (30/4/1854), no Rio de Janeiro, entre Mauá e Fragoso, da Estrada de Ferro Petrópolis. Alguns dos textos produzidos e eventos comemorativos indicavam os valores simbólicos que a ferrovia tomou na percepção histórica do Brasil. Em primeiro lugar, em 30/4/1954 foram declarados como monumentos nacionais o trecho ferroviário Mauá-Fragoso e a locomotiva a vapor “Baroneza”, que foi utilizada na via férrea (Decreto nº 35.447-A, de 30 de abril de 1954). Em segundo lugar, algumas entidades (Clube de Engenharia, Conselho Nacional de Geografia, Ministério da Viação e Obras Públicas) destacaram a importância de celebrar a história ferroviária brasileira e sua significância histórica, econômica e geográfica. Em função desta data, alguns eventos também ocorreram (festejo das comemorações de cem anos no Rio de Janeiro e em Recife, em 30/4/1954). Dentre o material impresso produzido, ressaltamos o texto I Centenário da Ferrovia Brasileira (1954), lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Conselho Nacional de Geografia. O destaque atribuído à ferrovia perpassa, por exemplo, a dimensão geográfica (expansão territorial), mas também faz recorrente menção ao Barão de Mauá, o fundador da E. F. Petrópolis. Pretendemos compreender a comemoração a partir das evocações sobre a história da ferrovia, com enfoque num rol de ideias que são atribuídas a ferrovia (e ao Barão de Mauá) e os bens culturais protegidos (o ramal ferroviário e a Baroneza). Em função deste exame, buscaremos entender como se reelaborou a memória ferroviária em vista destes valores e elementos materiais.
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