Avaliação espaço-temporal da variação da vegetação de restinga: o caso do bairro Lagomar, Macaé - RJ
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562021e40270Palabras clave:
ocupação irregular, vegetação de restinga, imagem de satélite, economia do petróleoResumen
Em um cenário de serra e mar, córregos e rios, manguezal e restinga, Macaé iniciou a ocupação do território graças aos atributos naturais de sua paisagem e as atividades econômicas relacionadas à agricultura e pesca. A partir de 1970/1980 a cidade experimentou um boom demográfico (aproximadamente 338% de crescimento populacional) até 2010, em virtude da descoberta de petróleo, atividades relacionadas e a promessa do progresso. Esse fato gerou acúmulo de riqueza, mas também produziu bolsões de miséria, ocupações irregulares nas margens de rios, estuários e em parte da orla norte do município, sobretudo nas áreas do bairro Lagomar. Nesse contexto, além de uma breve discussão acerca do contraste entre a riqueza advinda do petróleo e uma população socialmente vulnerável, que encontra em áreas ambientalmente sensíveis o único espaço para morar, este trabalho objetiva analisar quantitativamente os efeitos da ocupação desordenada em áreas de restinga, tendo como marco o período histórico de mudança nas atividades econômicas. Foram utilizadas imagens de satélite da série Landsat para os anos de 1986, 1992, 2000, 2010, 2020 em três locais distintos: aglomerado urbano irregular; área proteção integral sem ocupação humana e um balneário ocupado dentro da área de proteção integral; e realizado o processo de classificação supervisionada, pelo método da verossimilhança, para as localidades e calculada os respectivos valores de área de vegetação correspondente a cada década. Houve supressão significativa de vegetação na ocupação irregular enquanto não houve variação nas áreas de proteção integral. A manutenção da vegetação no balneário pode ser um indicativo que as soluções passam por planejamento urbano, redução das desigualdades sociais e ações efetivas por parte do poder público. Em última instância a simples presença de populações humanas não está diretamente ligada à degradação dos ecossistemas e perda de vegetação e biodiversidade.
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