TRABALHO PRODUTIVO NO TURISMO E AS AVENTURAS LABORATIVAS DO “CORTÊS TRABALHADOR”
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562012e39913Palabras clave:
Trabalho Produtivo, Serviços, Turismo, Mais-ValiaResumen
O estudo abarca o trabalho produtivo no turismo, as suas configurações e a inexistência de uma categoria profissional que tenha condições de questionar as formas de emprego no setor. Contemplando a dinâmica que gera e move o capital, a qual tem como elemento fundante a produção levada a cabo por grupos sociais em atividade de trabalho para a apropriação privada dos resultados, é realizada uma reflexão teórica acerca dos elementos constituintes desse processo e suas repercussões socioespaciais. Exemplificando o campo do turismo, e mais especificamente o segmento da hotelaria voltada ao lazer, com os chamados Resorts, demonstra-se que estes se constituem como modelos ideais de organização corporativa para se incrementar as taxas de mais-valia em sua forma absoluta. Sob a retórica da geração de empregos, tais empreendimentos são embasados e justificados pelo Estado por meio de políticas públicas de incentivos, como é emblemática a isenção de tributos. No entanto, a viabilidade econômica está fortemente ligada às vantagens que o empreendedor pode auferir por encontrar mão de obra barata e politicamente desorganizada, fatos que possibilitam a super-exploração do funcionário. Um caso concreto de trabalho produtivo no turismo é apresentado a partir de uma entrevista com um funcionário de um Resort pertencente a uma rede internacional em operação no litoral da Bahia. Com o exemplo pretende-se explicitar as estratégias organizativas para a geração de mais-valia, as quais se embasam no sequestro da subjetividade e na fusão do tempo de trabalho com o tempo liberado, bem como confirmar e reafirmar a pertinência, relevância e atualidade da reflexão teórica marxiana para se compreender as relações sociais de produção contemporâneas.
Referencias
ANTUNES, R. (1999). Os sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2.ed. São Paulo: Boitempo (Mundo do Trabalho)
BRASIL. (2011). Ministério da Educação. Disponível em: http://emec.mec.gov.br/ Acesso em 10 dez 2011
BRASIL. Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico [...] Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2010.
BRASIL. Lei nº 8623, de 28 de janeiro de 1993. Dispõe sobre a profissão de guia de turismo e dá outras providências. Brasília, 1993. Disponível em: www2.camara.gov.br. Acesso em 05 dez. 2011.
BRASIL. Decreto nº 946, de 1º de outubro de 1993. Regulamenta a Lei nº 8.623, de 28 de janeiro de 1993, que dispõe sobre a profissão de Guia de Turismo e dá outras providências. Brasília, 1993. Disponível em: www2.camara.gov.br. Acesso em 05 dez. 2011.
BRAVERMAN, H. (1980). Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Tradução de Nathanael Caixeiro. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 379 p.
CARCANHOLO, R. (2011). Capital: essência e aparência. São Paulo: Expressao Popular, 169 p. CHESNAIS, F. (1996). A mundialização do capital. (Tradução de Silvana Finzi Foá). São Paulo: Xamã, 335 p.
COSTA, E. B. (2010). A Concretude do Fenômeno Turismo e as Cidades-PatrimônioMercadoria: uma abordagem geográfica. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 178 p.
DANTAS, Iuri; ANDRADE, Renato. Serviços atraem mais investimento que indústria. Jornal O Estado de São Paulo, 13 nov. 2011. Disponível em: http:// www.estadao.com.br/noticias/impresso. Acesso em: 12 dez. 2011.
FARIA, J. H. (2011). Economia Política do Poder, vol, 3. Curitiba: Juruá, 191 p.
FARIA, J. H. (2011). Materialismo Histórico e Estudos Interdisciplinares. Curitiba: EPPEO, 42 p.
HARVEY, D. (1992). A condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. Tradução de Adail Sobral e Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 349 p.
HARVEY, D. (2009). Espaços de Esperança.Tradução de Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves. 3.ed. São Paulo: Loyola, 382 p.
LEFEBVRE, H. (2008). Espaço e política (tradução de Margarida Maria de Andrade e Sérgio Martins). Belo Horizonte: Ed UFMG, 190 p.
LIMA, M.; LUZ, S. R. (2007). Anuário de turismo 2007/2008. Exame, São Paulo: Abril, 170p.
MARX, K. (2008). O Capital: crítica da economia política, livro I, volume I e II. Tradução de Reginaldo Sant’Anna. 26.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
MOESCH, M.; GASTAL, S. (2007). Turismo, políticas públicas e cidadania.São Paulo: Aleph, 83 p.
MOLINA, S.; RODRIGUEZ, S. (2001). Planejamento Integral do Turismo: um enfoque para a América Latina. Tradução de Carlos Valero. Bauru, SP: EDUSC, 165 p.
NETTO, J. P.; BRAZ, M. (2008). Economia política: uma introdução crítica. 4.ed. São Paulo: Cortez, 258 p.
NETTO, A. P.; CALCIOLARI, G. F. de M. Quantos são os Livros Teóricos de Turismo Publicados no Brasil? Uma Análise da Produção Bibliográfica Nacional (1990-2010). Turismo em análise. 21 (3): 668-686
SANTOS, W. G. (1998). Décadas de espanto e uma apologia democrática. Rio de Janeiro: Rocco, 196 p.
SANTOS FILHO, J. Vitrine do desrespeito e humilhação ao turismólogo: os eunucos do turismo brasileiro. Saber Acadêmico. São Paulo, n. 7, p. 203-206, Jun. 2009 Disponível em: www.uniesp.edu.br/revista/revista7. Acesso em 03 dez. 2011.
SIQUEIRA, A. (2011). Jornada sem-fim. Carta Capital, São Paulo: Editora Confiança, maio de 2011. P. 52-57.
IPEA. (2007). Sistema de Informações sobre o Mercado de Trabalho no Setor Turismo: metodologia de preparação e estimativas da ocupação formal no setor turismo em 20 municípios indutores do turismo. Brasília: IPEA.
TRIGO, L. G. G. Reflexões sobre a regulamentação profissional em turismo. Estudos Turísticos (ETur). Disponível em: http://www.etur.com.br/ conteudocompleto.asp?IDConteudo=11211. Acesso em 03 dez. 2011
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.