Spatial epidemiology applied to the identification of landscape corridors and dispersion of yellow fever in the state of Minas Gerais, southeastern Brazil: Case study
Epidemiologia espacial e dispersão da febre amarela no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562024e48606Palavras-chave:
Análise Espacial, vigilância de Saúde, Arbovírus silvestresResumo
Este estudo visa identificar os corredores de paisagem capazes de suportar a propagação do vírus da febre amarela (FA) e as áreas de risco com base no processo de transmissão da doença. Foram utilizadas ferramentas de abordagens espaciais, como o uso e cobertura da terra para definir buffers, estimativa de kernel para identificar áreas com maior intensidade de corredores ecológicos e o Moran Local Bivariate Index de casos humanos, epizootias de primatas não humanos (NHP), e o número de áreas de corredor. Foram registrados 975 casos humanos de FA e 2.424 epizootias de NHP, mas apenas 576 foram confirmados. Observou-se elevado número de epizootias e corredores, no quadrante Q1 nos anos de 2016, 2017 e 2018, com 19, 16 e 24 municípios respectivamente. A abordagem permitiu identificar o risco principal em corredores com maior área, onde grupos de PNH podem se movimentar com maior frequência, levando o cruzamento entre diferentes grupos e proporcionando populações com maior diversidade genética. Nessa situação, a disseminação do vírus teria menos probabilidade de causar FA em muitos PNHs, atuando como um regulador da circulação do vírus.
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