DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS NATIVAS EM DISTINTOS MACROAMBIENTES NA REGIÃO DO OESTE DA BAHIA

Autores

  • Otacílio Antunes Santana Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Biofísica e Radiobiologia, Av. Prof. Moraes Rego, 1235 - Cidade Universitária, Recife - PE - CEP: 50670-901
  • Osmar Abílio de Carvalho Júnior Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70.910-900 Brasília, DF, Brasil.
  • Roberto Arnado Trancoso Gomes Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70.910-900 Brasília, DF, Brasil.
  • Wellington dos Santos Cardoso Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70.910-900 Brasília, DF, Brasil.
  • Éder de Souza Martins Embrapa Cerrados, EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados – CPAC, BR 020, km 18, Rod. Brasília/Fortaleza, Planaltina – DF, CEP 73301-970.
  • Denilson Pereira Passo Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70.910-900 Brasília, DF, Brasil.
  • Renato Fontes Guimarães Universidade de Brasília, Departamento de Geografia, Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70.910-900 Brasília, DF, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.26512/2236-56562010e39854

Palavras-chave:

florística, conservação, geoprocessamento, sensoriamento remoto, análise multivariada

Resumo

Os objetivos deste trabalho foram em sete municípios do Oeste Baiano: i) realizar o levantamento das espécies vegetais em parcelas estabelecidas; ii) delimitar os ambientes savânicos de interflúvios, hidromórficos e de transição Cerrado/Caatinga; iii) agrupar as espécies pelos ambientes delimitados; e iv) verificar se as espécies registradas estão na lista vermelha de espécies em extinção. Parcelas e subparcelas foram estabelecidas de 10 em 10 km2 para identificação das: i) espécies vegetais arbóreas (> 5 cm de diâmetro a 30 cm do solo), na parcela 50 x 50 m; ii) espécies arbustivas em uma área quadrada de 25 m2 ; e iii) gramíneas, ervas e trepadeiras, em uma área quadrada de 1 m2 . A delimitação espacial dos ambientes de interflúvio, hidromórfico e de transição Cerrado/Caatinga foram realizadas através de interpretação das imagens de satélite Alos e Landsat. Análise de Correspondência canônica foi utilizada para agrupar as espécies aos ambientes. 658 espécies vegetais foram amostradas e distribuídas em 91 famílias encontradas, destas 81 espécies não foram registradas no último checklist de espécies de Cerrado e 15 estão na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção pela IUCN. Os dados mostraram a distribuição nítida das espécies pelos macroambientes, e que as espécies de áreas de Transição Cerrado/Caatinga se situaram mais distante dos eixos dos outros ambientes, sendo este comportamento característico de endemismo.

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Publicado

01/21/2022

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Artigos

Como Citar

DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS NATIVAS EM DISTINTOS MACROAMBIENTES NA REGIÃO DO OESTE DA BAHIA. (2022). Revista Espaço E Geografia, 13(2), 181:223. https://doi.org/10.26512/2236-56562010e39854