Boi Tufão: análise ecolinguística da música sertaneja de raiz na sociedade rural baiana do início do séc. XX

Auteurs-es

  • Hans Donner Gomes da Mota Universidade Estadual de Goiás
  • João Nunes Avelar Filho Universidade Estadual de Goiás

Résumé

O presente artigo tem como objetivo analisar a música “Boi Tufão” interpretada pelo Trio Parada Dura, pela ótica da ecolinguística. Nessa obra é possível ver as relações sociais existentes no início do século XX no sertão da Bahia, bem como a relação das pessoas como o meio em que vivem. A construção mental da língua também se faz presente e está ligada a questões inerentes à vida do sertanejo. A imutabilidade do destino também se faz presente na música, pois a crença em um destino contra o qual não se pode lutar está presente na humanidade desde os gregos até os dias atuais e permeia todas as classes sociais. Entender como elementos aparentemente distantes do dia a dia do sertão estão presentes na música é outro objetivo do artigo.

Biographies de l'auteur-e

  • Hans Donner Gomes da Mota, Universidade Estadual de Goiás

    Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Goiás (2013).

  • João Nunes Avelar Filho, Universidade Estadual de Goiás

    João Nunes Avelar Filho possui graduação em Letras (português-inglês) pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professor efetivo há 28 anos da Universidade Estadual de Goiás (UEG), tem experiência na área de Letras, com ênfase em Línguas e Ecolinguística, atuando nas seguintes áreas: Ecolinguística, Estudos do Discurso, Comunicação Verbal e Não-verbal. Atualmente desenvolve dois projetos: 1. Pós-doutoramento na Universidade de Brasília (UnB) sob a supervisão do professor Dr. Hildo Honório do Couto com o tema: As Interações da Catira na região de Formosa (GO). 2. Projeto de pesquisa na Universidade Estadual de Goiás (UEG) com o tema: Uma Investigação Reflexiva de Anúncios Publicitários sob os Olhares da Análise do Discurso Ecológica (Texto informado pelo autor) Tese: Uma Visão Ecolinguística da Folia da Roça de Formosa (GO) A tese propõe a descrever e analisar a linguagem da manifestação popular da Folia da Roça, realizada na região de Formosa-GO na zona rural do referido município, com o foco voltado para os rituais que se desdobram em rezas e histórias de vida. É defendido que a linguagem da Folia da Roça conserva elementos antigos da tradição ibero-cristã, adaptados à realidade local frente às novas condições que ocorrem pelos processos de urbanização e globalização. Essas influências foram investigadas usando o arcabouço teórico ecolinguístico, disciplina que propõe o estudo da língua a partir do entrelaçamento entre os saberes da Linguística e da Ecologia, buscando descrever os processos interacionais nos quais essas categorias se manifestam. São também aspectos norteadores da tese verificar se os meios ambientes natural e social local têm alguma influência na linguagem das rezas; observar de que forma o latim eclesiástico é apropriado por pessoas que falam o português rural; investigar se os valores expressos no discurso desses protagonistas são consistentes com a sabedoria local ou refletem padrões importados da Península Ibérica durante a colonização, além de discutir e analisar a memória dos anciãos, das anciãs e parentes mais próximos nas rezas. Ao descrever e analisar a linguagem da folia, evidenciam-se adaptação e ressignificação do Catolicismo oficial aos ambientes natural e social nos quais esses protagonistas estão inseridos, além do fato de explicar que a ética religiosa ali presente eclodiu em uma conduta, resultado da necessidade de sobrevivência em uma região historicamente hostil, que se perpetuou nas interações de seus atores, transformando-se em importante e considerável manifestação da religiosidade popular. Palavras-chave: Cultura Popular Goiana. Ecolinguística. Folia da Roça. Formosa (GO). Linguagem das Rezas. Nome em citações bibliográficas: AVELAR FILHO, J. N.

Références

CÂNDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Ed. 34, 1997, 8ed.
COUTO, Elza Kioko Nakayama Nenoki do. Ecolinguistica e Imaginario. Brasília: Thesaurus, 2012.
JUNG, C.G. Tipos psicológicos. Petrópolis: Vozes, 1991.
PEREIRA, Ricardo A. B. Os Sertões ”“ a Narrativa de Euclides da Cunha como referencia principal a tragédia na serie de Canudos. In: Canudos ”“ Tragédia e arte na xilogravura de Adir Botelho. Rio de Janeiro: UFRJ/EBA, 2012.
VERNAT, Jean Pierre. ‘Razões do Mito’. In: Mito e sociedade na Grécia antiga. Brasília: Editora da UnB/Rio de Janeiro: José Olímpio, 1992.

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Publié

2017-02-10

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Boi Tufão: análise ecolinguística da música sertaneja de raiz na sociedade rural baiana do início do séc. XX. (2017). Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 3(1), 73-83. https://periodicostestes.bce.unb.br/index.php/erbel/article/view/10736