Explosões conservadoras
atentados de extrema-direita na distensão da ditadura civil-militar
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i38.34446Palavras-chave:
Extrema-direita. Atentados. Abertura da ditadura.Resumo
O artigo trata dos ataques à bomba e de outras ações praticadas, em Fortaleza, por um grupo de extrema-direita chamado Movimento Anticomunista (MAC), no ano de 1980. O engajamento de vários atores sociais na defesa da democratização do País, no período, deu margem à estruturação do “mito da sociedade democrática” que, em peso, resistiu ao arbítrio da ditadura civil-militar. Não obstante, os integrantes do MAC eram todos civis, de classe média, universitários, o que possibilita observar que, mesmo quando perdia popularidade, no final da década de 1970, a ditadura ainda contava com algum apoio social. Os extremistas acabaram presos quando tentavam expandir a atuação para outros estados do Nordeste. A ditadura civil-militar buscou capitalizar com o desbaratamento do MAC.
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