A CAMINHO DO CÉU E DO INFERNO: CONFIGURAÇÕES DO PEREGRINO E DO RÉPROBO DA HISTÓRIA DO PREDESTINADO PEREGRINO E SEU IRMÃO PRECITO
DOI :
https://doi.org/10.26512/cerrados.v30i56.35473Mots-clés :
Alexandre de Gusmão. História do Predestinado Peregrino e seu irmão Precito. Personagem.Résumé
Este artigo objetiva analisar os caracteres principais da História do Predestinado Peregrino e seu irmão Precito (1682), do jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724), observando os preceitos vigentes à sua composição. Mostramos que Predestinado e Precito afastam-se da categoria moderna de personagem, visto não imitarem seres humanos reais e individuais, mas sim lugares-comuns e conceitos teológico-políticos, em um cenário seiscentista colonial e contrarreformista.
Références
AGOSTINHO. A Cidade de Deus.Trad. J. Dias Pereira. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. v. 2.
ARISTÓTELES. Retórica. Trad. Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. 2. ed. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005.
AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. Trad. George Bernard Sperber. São Paulo: Perspectiva, 1971.
AUERBACH, Erich. Figura. Trad. Duda Machado. São Paulo: Ática, 1997.
AUERBACH, Erich. A Novela no Início do Renascimento: Itália e França. Trad. Tercio Redondo. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
AUGUSTO, Sara. A alegoria na ficção romanesca do Maneirismo e do Barroco. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2010.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anatomico, architectonico. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712 - 1728. 8 v. Disponível em:
<http://dicionarios.bbm.usp.br/pt-br/dicionario/edicao/1>. Acesso em: 08/03/2019.
BOXER, Charles. O império marítimo português: 1415-1825. Trad. Anna Olga de Barros Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
CAMENIETZKI, Carlos Ziller. Ecos do escândalo. Os peregrinos do padre Alexandre de Gusmão em Portugal do século XVII. Sigila, n. 33, p. 87-97, 2014.
CARVALHO, Tristão Barbosa de. Peregrinação Christam. Que contem hum epilego das Obras de Deos N. S. desde a criaçaõ dos Anjos, do mundo, do homem, da vida, da paixão, & morte do Redemptor, & da Virgem S. Nossa, com a Predestinaçam, e Sinais dos predestinados, atê a Triunfante, & Celestial Cidade de Hierusalem. Dirigida ao Illustrissimo Senhor D. Alexandre da Silva, Bispo D’Elvas, do Conselho De Sua Alteza, &c. Lisboa: Antonio Craesbeeck de Mello, 1674.
DE MARTINI, Marcus. As Chaves do Paraíso: profecia e alegoria na obra de Padre Antônio Vieira. 2011. 277p. Tese (Doutorado em Estudos Literários) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011.
DE MARTINI, Marcus.. O que a “primeira novela brasileira” pode nos dizer sobre o papel das letras coloniais no estudo de literatura? Revista USP, São Paulo, n. 121, p. 79-94, abr./maio/ jun. 2019.
DE MARTINI, Marcus.; SILVA, Isabel Scremin da. As flores e os frutos da História do Predestinado Peregrino e seu irmão Precito. Revista de Estudos de Cultura, Sergipe, v. 4, n. 12, p. 35- 48, set. dez. 2019.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A utopia que não está no fim da viagem: a peregrinação medieval. MORUS - Utopia e Renascimento, Campinas, n. 7, p. 59-82, 2010.
FREITAS, César Augusto Martins Miranda de Freitas. Alexandre de Gusmão: Da Literatura Jesuíta de Intervenção Social. 2011. 517p. Tese (Doutorado em Literaturas e Culturas Românicas) – Universidade do Porto, Porto, 2011.
GRACIÁN, Baltasar. Agudeza y Arte de Ingenio. Antuérpia: En casa de Geronymo y Iuanbaut, 1669.
GRANADA, Luís de. Los seis libros de la Rhetorica Eclesiastica. Barcelona: Imprensa de Juan Jolis, 1770.
GUSMÃO, Alexandre de. Escola de Bethlem, JESVS nascido no Presepio. Dedicado ao Patriarca S. Ioseph. Evora: Officina da Universidade, 1678.
GUSMÃO, Alexandre de. Historia do Predestinado Peregrino, e seu irmão Precito: Em a qual debaxo de huma misteriosa Parabola se descreue o sucesso feliz, do que se ha de saluar, & a infeliz sorte, do que se ha de condenar. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1682.
GUSMÃO, Alexandre de. Arte de crear bem os Filhos na idade da Puericia. Dedicada ao Minino de Belem, JESV Nazareno. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1685.
GUSMÃO, Alexandre deGUSMÃO, Alexandre de. Sermão que pregou na Cathedral da Bahia de Todos os Santos. Nas Exequias do Illustrissimo Senhor D. Fr. Ioam da Madre de Deos, Primeiro Arcebispo da Bahia, que faleceo do mal commum que nella ouve neste Anno de 1686. Dedicado ao Excellentissimo Senhor D. Antonio Luis de Sousa Tello, e Menezes. Lisboa: Officina de Miguel Manescal, 1686.
GUSMÃO, Alexandre de. Meditaçoes para todos os dias da semana, pelo exercício das tres potencias da
alma, conforme ensina S.to Ignacio fundador da Companhia de JESU. Lisboa: Officina de Miguel Deslandes, 1689.
GUSMÃO, Alexandre deGUSMÃO, Alexandre de. Rosa de Nazareth nas montanhas de Hebron, a Virgem Nossa Senhora na na Companhia de JESU. Dedicada à mesma soberana Virgem em sua gloriosa Assumpção. Lisboa: Officina Real Deslandesiana, 1715.
GUSMÃO, Alexandre de. Eleyçam entre o bem, & mal eterno. Lisboa Occidental: Officina da Musica, 1720.
GUSMÃO, Alexandre de. Arvore da Vida, Jesus Crucificado. Dedicada à Santissima Virgem Maria N. Sra. Dolorosa ao Pé da Cruz. Lisboa Occidental: Officina de Bernardo da Costa de Carvalho, 1734a.
. O Corvo e a Pomba da Arca de Noé no sentido Allegorico, e Moral. Lisboa Occidental: Officina de Bernardo da Costa, 1734b.
HANSEN, João Adolfo. A Sátira e o Engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século
XVII. 2. ed. São Paulo: Ateliê Editorial; Campinas: Ed. da Universidade de Campinas, 2004.
HANSEN, João Adolfo. Alegoria: construção e interpretação da metáfora. São Paulo: Hedra; Campinas: Editora da Unicamp, 2006a.
HANSEN, João Adolfo. Letras coloniais e historiografia literária. Revista Matraga, Rio de Janeiro, n. 18, p. 13-44, jan.-jun. 2006b.
LAUSBERG, Heinrich. Elementos de retórica literária. Trad. R. M. Rosado Fernandes.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2004.
LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2004. v. 3, 5, 6, 7.
MACHADO, Diogo Barbosa. Bibliotheca Lusitana Historica, Critica, e Cronologica. Na qual comprehende a noticia dos Authores Portuguezes, e das Obras, que compuserão desde o tempo da promulgaçaõ da Ley da Graça até o tempo prezente. Lisboa: Na Officina de Antonio Isidoro da Fonseca, 1741, v. 1.
MASSIMI, Marina (org.). A novela História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito (1682): Compêndio dos saberes antropológicos e psicológicos no Brasil Colonial. São Paulo: Edições Loyola, 2012.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 5 ed. São Paulo: Cultrix, 1988.
MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1990. v. 1.
MUHANA, Adma. A Epopéia em Prosa Seiscentista: uma definição de gênero. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.
PÉCORA, Alcir. Teatro do Sacramento: a unidade teológico-retórico-política dos sermões de Antonio Vieira. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo; Campinas: Ed. da Universidade de Campinas, 1994.
SARAIVA, Harrison Martins. Teologia e política na América Portuguesa: Estudo da História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito, do Padre Alexandre de Gusmão (1629-1724). 2013. 157f. Tese (Doutorado em Literatura Brasileira) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
TEIXEIRA, Ivan. Roteiro da poesia brasileira: Raízes. São Paulo: Global, 2008. VIEIRA, Antônio. Sermão da Terceira Dominga da Quaresma. In: . Sermões. Erechim: Edelbra, 1998.
ZERON, Carlos Alberto. Da farsa à tragédia: a guerra de facções que pôs fim às esperanças de Antônio Vieira por um Quinto Império e transformou o modo de atuação dos jesuítas no Brasil. In: GALDEANO, Carla et alii (org.). Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus (1814-2014). São Paulo: Loyola, 2014, p. 167-198.
ZUMTHOR, Paul. Essai de poétique medievale. Paris: Éditions du Seuil, 1972.
Téléchargements
Publié
Numéro
Rubrique
Licence
© Revista Cerrados 2021

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Déclaration des droits d’auteur
Aucun élément de cette publication ne peut être reproduite, conservée dans un système de recherche ou transmise, sous quelque forme ou par quelque moyen que ce soit, électronique, mécanique, y compris par un procédé xérographique, sans l'autorisation écrite expresse de l'éditeur. (Lei n. 9.610 de 19/2/1998 )