Censura e liberdade de expressão em duas cenas de Acarnenses, de Aristófanes

Autores

  • Cristina de Souza Agostini Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campo Grande - MS - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.14195/1984-249X_34_28

Palavras-chave:

Bem comum, Censura, Democracia, Guerra, Paz

Resumo

O artigo propõe a análise, em espectro comparativo, de duas cenas da comédia aristofânica Acarnenses, a saber, a entrada de Anfíteo e o discurso dos embaixadores. Por meio da contraposição desses dois momentos da peça, sustento a ideia de que o instrumento de decisão democrática, a assembleia, constitui-se como terreno profícuo para a censura de pautas que privilegiem a aplicação de políticas dirigidas para o bem comum, ao mesmo tempo em que consagra a liberdade da fala dos que apresentam agendas personalistas às custas da miséria do demos. Assim, funcionando como cortina de fumaça para o enriquecimento de líderes políticos, o discurso que apoia o prosseguimento da Guerra do Peloponeso é o único para o qual há liberdade de expressão, enquanto seu contrário, o discurso pacifista, deve ser censurado, até mesmo com o uso da violência.

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Publicado

2024-12-20

Edição

Seção

Dossiê: A Democracia Antiga Revisitada

Como Citar

Censura e liberdade de expressão em duas cenas de Acarnenses, de Aristófanes. (2024). Archai Journal, 34, e03428. https://doi.org/10.14195/1984-249X_34_28