Líber, Augusto e Marco Antônio
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_34_17Palavras-chave:
Líber, Augusto, Marco Antônio, Modelos divinos, Poesia augustana, HorácioResumo
A libertas era uma questão fundamental na política romana, ligada aos primórdios da República; e Líber era uma divindade que correspondia a esse aspecto sob as mais diversas perspectivas. Líber e libertas, especialmente a política, estavam arraigados à mente romana, e as lideranças políticas achavam interessante estabelecer essa ligação. Entre as décadas de 40 e 30 a.C., vários líderes políticos adotaram divindades como patronos e modelos. No contexto da guerra civil, a disputa pelo poder era apresentada na poesia como um confronto entre modelos divinos. Este artigo investiga o papel de Baco como modelo divino para líderes políticos em Horácio, tendo em vista suas associações com Augusto e Marco Antônio/Cleópatra. Meu objetivo é demonstrar como Horácio, aproveitando-se do caráter paradoxal do deus, contribui para a assimilação de Líber ao repertório augustano em um momento de profundas transformações políticas em Roma.
Referências
BATINSKI, E. E. (1991). “Horace's Rehabilitation of Bacchus”. The Classical World, Vol. 84, No. 5, p. 361-378.
BEARD, M.; NORTH, J.; PRICE, S. (1996). Religions of Rome Vols 1 and 2 Cambridge, Cambridge University Press.
BRINK, C. O. (2011). Horace on Poetry Epistles Book II The Letters to Augustus and Florus Cambridge, Cambridge University Press.
CASTRIOTA, D. (1995). The Ara Pacis Augustae and the imagery of abundance in later Greek and early Roman imperial art Princeton, Princeton University Press.
CLAUSEN, W. (1994). A Commentary on Virgil, Eclogues Oxford, Oxford University Press.
COLEMAN, R. (ed.) (1977). Vergil. Eclogues Cambridge, Cambridge University Press.
CUCCHIARELLI, A. (2012). Publio Virgilio Marone. Le Bucoliche Introduzione e commento di Andrea Cucchiarelli. Traduzione di Alfonso Traina Roma, Carocci Editore.
CUCCHIARELLI, A. (2011a). “Virgilio e l’invenzione dell’‘età augustea’. Modelli divini e linguaggio politico dalle Bucoliche alle Georgiche”. LEXIS. Poetica, retorica e comunicazione nella tradizione classica, vol. 29, p. 229-274.
CUCCHIARELLI, A. (2011b). “Ivy and Laurel: Divine Models in Virgil’s Bucolics”. Harvard Studies in Classical Philology, 106, p. 155-178.
GIUSTI, E. (2016). “Dithyrambic Iambics: Epode 9 and its General(s’) Confusion”. In: BATHER, P.; STOCKS, C. (eds.). Horace Epodes: Contexts, Intertexts, and Reception Oxford, Oxford University Press , p. 131-51.
FABRE-SERRIS, J. (2009). “Figures romaines de Dionysos à la fin du I siècle av. J.-C.”. Images of the Pagan Gods. Warburg Institute Colloquia, 14, p. 281-296.
FANTHAM, E. (2005). “Liberty and the People in Republican Rome”. Transactions of the American Philological Association, Vol. 135, No. 2, p. 209-229.
FELDHERR, A. (2010). “Dionysiac Poetics and the Memory of Civil War in Horace’s Cleopatra Ode”. In: BREED, B. W.; DAMON, C.; ROSSI, A. (eds.). Citizens of Discord. Rome and Its Civil Wars Oxford: Oxford University Press, p. 223-232.
FISHWICK, D. (1969). “Genius and Numen”. The Harvard Theological Review, vol. 63, n. 3, p. 356-67.
HARRISON, S. J. (2007). Generic Enrichment in Vergil and Horace Oxford, Oxford University Press .
HARRISON, S. J. (2019). “Horace’s Hymn to Bacchus (Odes 2.19): poetics and politics”. In: MARTINS, P.; HASEGAWA, A. P.; OLIVA NETO, J. A. (eds.). Augustan Poetry. New Trends and Revaluations São Paulo, Humanitas, p. 231-242.
HARRISON, S. J. (ed.) (2017). Horace Odes Book II Cambridge, Cambridge University Press.
HORNSBY, R. A. (1962). “Horace on Art and Politics (Ode 3.4)”. The Classical Journal, Vol. 58, No. 3, p. 97-104.
HUNTER, R. (2006). The Shadow of Callimachus Cambridge, Cambridge University Press .
LOWRIE, M. (1997). Horace’s Narrative Odes Oxford, Clarendon Press.
MAC GÓRÁIN, F. (2014). “Apollo and Dionysus in Virgil”. Incontri di Filologia Classica 12 (2012-2013), p. 191-238.
MAC GÓRÁIN, F. “Virgil’s Bacchus and the Roman Republic”. In: NELIS, D.; FARRELL, J. (eds.). (2013). Augustan Poetry and the Roman Republic Oxford, Oxford University Press , p. 124-145.
MARTINS, P. (2021). A Representação e seus Limites. Pictura loquens, Poesis tacens São Paulo, Edusp.
MARTINS, P. (2017). “Augusto como Mercúrio Enfim”. Revista de História da Usp, 176, p. 1-43.
MARTINS, P. (2011). Imagem e poder: considerações sobre a representação de Otávio Augusto São Paulo, Edusp .
MAYOR, J. B.; SWAINSON, J. H. (eds.) (2010). Cicero, De Natura Deorum Libri Tres With Introduction and Commentary Vol. 2 Cambridge, Cambridge University Press .
MILLER, J. F. (2009). Apollo, Augustus and the Poets Cambridge, Cambridge University Press .
MILLER, J. F. (1998). “Horace's Pindaric Apollo (Odes 3.4.60-4)”. The Classical Quarterly, Vol. 48, n. 2, p. 545-552.
OLIENSIS, E. (1998). Horace and the Rhetoric of Authority Cambridge, Cambridge University Press .
SAURON, G. (2013). Augusto e Virgilio. La rivoluzione artística dell’Occidente e l’ara Pacis Milano, Jaca Book.
SCOTT, K. (1929). “Octavian’s Propaganda and Antony’s De Sua Ebrietate”. Classical Philology, Vol. 24, n. 2, p. 133-141.
SCOTT, K. (1941). “The Sidus Iulium and the Apotheosis of Caesar”. Classical Philology , Vol. 36, No. 3, p. 257-272.
SEAFORD, R. (2011). Euripides Bacchae With an introduction and translation by Richard Seaford. Oxford, Oxbow Books.
SERIGNOLLI, L. (2019). “Bacchus, Augustus and the poet in Horace Odes 3.25”. In: MARTINS, P.; HASEGAWA, A. P.; OLIVA NETO, J. A. (eds.). Augustan Poetry. New Trends and Revaluations São Paulo, Humanitas, p. 275-306.
SLATER, W. J. (1976). “Symposium at Sea”. Harvard Studies in Classical Philology Vol. 80, p. 161-170.
STEVENS, J. A. (1999). “Seneca and Horace: Allegorical Technique in Two Odes to Bacchus (Hor. "Carm." 2.19 and Sen. "Oed." 403-508)”. Phoenix, Vol. 53, No. 3/4, p. 281-307.
TAYLOR, L. R. (1975). The divinity of the Roman Emperor Philadelphia, Porcupine Press.
TAYLOR, L. R. (1920). “The Worship of Augustus in Italy During his Lifetime”. TPAPhA, vol. 51, p. 116-133.
THOMAS, R. F. (ed.) (2011). Horace. Odes, Book IV and Carmen Saeculare Cambridge, Cambridge University Press .
WISEMAN, T. P. (2008). Unwritten Rome Liverpool, Liverpool University Press.
WISEMAN, T. P. (1998). Roman Drama and Roman History Exeter, University of Exerter Press.
WYLER, S. (2008). “Réhabilitation de Liber: ambiguïtés de la condamnation des images dionysiaques, de l'affaire des Bacchanales à Actium”. In: BENOIST, S; DAGUET-GAGEY, A. (eds.). Un discours en images de la condemnation de mémoire Metz, Centre Régional Universitaire Lorrain d'Histoire, p. 229-244.
ZANKER, P. (1988). The Power of Images in the Age of Augustus Translated by Alan Shapiro. Ann Arbor, The University of Michigan.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Lya Serignolli

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Dado o acesso público desta revista, os textos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. O conteúdo das publicações é de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
1. Os autores autorizam a publicação do artigo na revista.
2. Os autores garantem que a contribuição é original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.
3. Os autores garantem que a contribuição que não está em processo de avaliação em outras revistas.
4. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a Creative Commons Attribution License-BY.
5. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line após a publicação na revista.
6. Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
7. É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.