Metamorfoses do logos
do não-predicativo ao predicativo
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_24_6Palavras-chave:
Platão, diálogos, logos, predicatividade, não-predicatividadeResumo
Este texto aborda alguns usos filosóficos de logos em Platão, em especial os associados a contextos lógico-epistemológicos contrastantes. Contraposta a vagas concepções ‘não-predicativas’, a teoria ‘predicativa’ do enunciado (Sofista 261-264) culmina a pesquisa sobre o logos, desenvolvida nos diálogos. Da obra “socrática”, retira o pedido de resposta à pergunta “O que é?” por meio de um logos, correspondida, no Fédon e na República, pela exigência de logon didonai como prova do saber. Noutro plano, exemplificando usos sofísticos do logos, são expostas três concepções infalibilistas e não-referencialistas de logos, avançadas no Eutidemo, no Teeteto e no Crátilo. Depois de analisar três casos de logos não-predicativo, o texto defende que, com a teoria predicativa do logos, Platão visa a habilitar do discurso para o conhecimento de “o que é”.
Referências
ANNAS, J. (1982). Knowledge and Language: the Theaetetus and the Cratylus. In: SCHOFIELD, M.; NUSSBAUM, M. (eds.). Language and Logos, p. 95-114.
BARNEY, R. (2001). Names and Nature in Plato’s Cratylus. New York & London, Routledge.
BAXTER, T. M. S. (1992). The Cratylus: Plato’s Critique of Naming. Leiden, Brill.
BEKKERUS, I. (1831). Aristoteles Graece: ex recognitione Immanuelis Bekkeri. Berolini, G. Reimer.
BOERI, M.; NOGUEIRA, A. (2005). Platão. Teeteto. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
BROWN, L. (2008). The Sophist on Statements, Predication and Falsehood. In: FINE, G. (ed.). The Oxford Handbook of Plato. Oxford, Oxford University Press, p. 437-462.
BURNET, I. (1900-1907). Platonis Opera. IV. Oxford, Oxford University Press.
CASERTANO, G. (2005). Contra Trindade, seu peri alêtheias. In: SANTOS, J. T. Do Saber ao Conhecimento, p. 63-76.
CASERTANO, G. (2007). Paradigmi della verità in Platone. Roma, Editori Riuniti.
CASERTANO, G. (2015). Platone. Fedone, o dell’anima. Napoli, Loffredo.
CHANCE, T. (1992). Plato’s Euthydemus. Analysis of What Is and What Is Not Philosophy. Berkeley & Los Angeles, University of California Press.
CRIVELLI, P. (2008). Plato’s Philosophy of Language. In: FINE, G. (ed.). The Oxford Handbook of Plato. Oxford, Oxford University Press, p. 217-242.
DENYER, N. (1991). Language, Thought and Falsehood in Ancient Greek Philosophy. London, Routledge.
FIGUEIREDO, M. J. (2001). Platão. Crátilo. Lisboa, Instituto Piaget.
FINE, G. (1996). Conflicting Appearances: Theaetetus 153d-154b. In: GILL, C.; MCCABE, M. M. (eds.). Form and Argument in Late Plato). Oxford, Oxford University Press, p. 105-133.
FREDE, M. (1992). Plato’s Sophist on False Statements. In: Kraut, R. (ed.). The Cambridge Companion to Plato. Cambridge, Cambridge University Press, p. 397-424.
KAHN, C. (2014). Plato and the post-Socratic Dialogue. Cambridge & New York, Cambridge University Press.
KAHN, C. (2003). The Verb ‘Be’ in Ancient Greek, With a New Introductory Essay. Indianapolis, Hackett. (Reidel, Dordrecht/Boston 1973; “Introduction”, The verb ‘be’ in Ancient Greek, p. I-XL.)
MAIA Jr., J.,; MURACHCO, H. G.;. SANTOS, J. T. (2011). Platão. O sofista. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
MÉRIDIER, L. (1961). Platon. Cratyle. Paris, Les Belles Lettres.
NEHAMAS, A. (1999). Participation and Predication in Plato’s Later Thought. In: NEHAMAS, A. Virtues of Authenticity, p. 196-223 (1982; Review of Metaphysics 36, p. 343-374).
NOGUEIRA, A. M. M. F. (1999). Platão. Eutidemo. Lisboa, INCM.
PEREIRA, M, H, da R. (2001). Platão. A República Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
SANTAS, G. X. (1979). Socrates, Philosophy in Plato’s Dialogues. London, RKP.
SANTOS, J. T. (1998). A Apologia e o programa da filosofia platónica. Arquipélago, p. 58-72.
SANTOS, J. T. (2004). El nacimiento de la Verdad. Méthexis 17, p. 7-23.
SANTOS, J. T. (2005a). Do Saber ao Conhecimento, Estudos sobre o Teeteto. Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
SANTOS, J. T. (2005b). Introdução. In: Platão. Teeteto, p. 5-177.
SANTOS, J. T. (2009). Presença da identidade eleática na Filosofia Grega Clássica. Journal of Ancient Philosophy 3, n. 2, p. 1-41.
SANTOS, J. T. (2012). Platão, A Construção do Conhecimento. São Paulo, Paulus.
SANTOS, J. T. (2013a). For a non-predicative Reading of esti in Parmenides, the Sophists and Plato. Méthexis 24, p. 39-50.
SANTOS, J. T. (2013b). O postulado da infalibilidade nos diálogos platônicos. Classica 26, p. 131-144.
SANTOS, J. T. (2014a). Sensopercepção e saber no Fédon. Argumentos 12, p. 18-25.
SANTOS, J. T. (2014b). Para uma leitura aporética do Crátilo. Anais de Filosofia Clássica 7, p. 1-23.
SANTOS, J. T. (2015a). Parménides e a antepredicatividade. Filosofia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto 32, p. 9-33.
SANTOS, J. T. (2015b). Preâmbulo do argumento contra os "amadores de espetáculos", República V 475e4-477a4. Trilhas Filosóficas 8, n. 2, p. 11-31.
SANTOS, J. T. (2016a). Observações sobre “o igual” e “os iguais”. Archai 17, p. 119-135.
SANTOS, J. T. (2016b). Reading Plato’s Sophist. In: CORNELLI, G (ed.). Plato’s Styles and Characters. Berlin & Boston, De Gruyter, p. 89-99.
SANTOS, J. T. (2017a). Platão. Êutifron, Apologia de Sócrates, Críton. Lisboa, INCM.
SANTOS, J. T. (2017b). Do Saber ao Conhecimento. Hypnos 38, p. 1-19.
SEDLEY, D. (2003). Plato’s Cratylus. Cambridge, Cambridge University Press.
SMITH, I. (2008). False Names, Demonstratives and the Refutation of Linguistic Naturalism in Plato’s Cratylus 427d1-431c. Phronesis 53, p. 125-151.
TODD, O. J. (1989). Memorabilia, Oeconomicus, Symposium, Apology. The Loeb Classical Library. Cambridge & Massachusetts, W. Heinemann.
VLASTOS, G. (1981a). Degrees of Reality in Plato. In: VLASTOS, G. Platonic Studies. Princeton, Princeton University Press, p. 58-75.
VLASTOS, G. (1981b). Reasons and Causes in the Phaedo. In: VLASTOS, G. Platonic Studies. Princeton, Princeton University Press, p. 76-110.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Dado o acesso público desta revista, os textos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. O conteúdo das publicações é de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
1. Os autores autorizam a publicação do artigo na revista.
2. Os autores garantem que a contribuição é original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.
3. Os autores garantem que a contribuição que não está em processo de avaliação em outras revistas.
4. Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a Creative Commons Attribution License-BY.
5. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line após a publicação na revista.
6. Os autores dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
7. É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.